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Os Efeitos da Indústria 4.0 no Tripé da Sustentabilidade
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Uma quarta revolução está em curso desde que o termo “Industrie 4.0” foi utilizado pela primeira vez num projeto conjunto de políticas governamentais estratégicas de alta tecnologia interligando processos e informação. O governo alemão, atualmente apoiado por outros países, desde a Feira de Hannover em 2011 buscam promover a informatização da manufatura.

Chamada também de Revolução Digital, traz o uso da mecatrônica e dos sistemas de informação para automatizar ainda mais os processos produtivos. A digitalização está capturando e moldando todas as áreas na indústria. Seja revolução ou processo evolutivo – toda empresa precisa encontrar o caminho para a Indústria 4.0.  O chamado “Plug and play”, ou seja, estandardização. Isto não é apenas um dos muitos atributos da chamada “Indústria 4.0”.

É importante dizer que isso não é algo que aconteça somente dentro das indústrias. Essa quarta revolução é uma evolução, continuidade das anteriores, relembrando que desde: a primeira, com o vapor, pelos idos do século XVIII, a segunda com o uso da energia elétrica e uma terceira com a automação, a indústria balizava o comportamento e ditava muitas tendências de moda na sociedade. Hoje o consumidor dita as regras.

Com processos mais inteligentes nas fábricas, diversas mudanças ocorrerão na maneira em que os produtos são realizados, causando assim impactos em diversos setores do mercado. A tecnologia é a chave disto. Essa conexão afetará o tripé da sustentabilidade: econômico, social e ambiental.

Um dos efeitos principais se dará na aceleração da inovação e na velocidade da disrupção que hoje são difíceis de compreender ou antecipar. Está a provocar alterações econômicas na cadeia de abastecimento e geração de valor para clientes e fornecedores. Aumento da demanda com ecoeficiência obtida pela entrega de bens e serviços com preços competitivos que satisfazem as necessidades humanas e trazem mais qualidade de vida, reduzindo assim progressivamente os impactos ambientais, através de todo o ciclo de vida, em linha com a capacidade estimada dos recursos naturais. A chamada pegada ecológica que mede a quantidade de recursos naturais renováveis para manter nosso estilo de vida. Enfim uma economia partilhada ou “on demand.

Os impactos sociais de geração de empregos e renda mostram um ponto recorrente sobre mão de obra. O perfil do trabalhador da indústria muda. Os mais recentes estudos sobre os efeitos da automação e da inteligência artificial sobre os empregos estão convergindo para as mesmas conclusões de que a proporção de empregos em risco prevista para as próximas duas décadas gira em torno de 50% de grande parte da classe média. Porém para os otimistas o trabalho humano com novas competências superará ainda por algum tempo o dos robôs e máquinas baseado no poder de criação e inovação empreendedoras. Deseja-se garantir que esta revolução seja primeiramente e sobretudo centrada no ser humano, o poder político e decisório, as lideranças científicas tecnológicas, empresariais e nós cidadãos de modo geral colaboremos e projetemos sistemas inteligentes cada vez mais baseados em valores humanos compartilhados e éticos.

Os efeitos no tripé ambiental esperados sejam desde uma produção mais limpa, um consumo consciente, minimalista e ecoeficiente. No agronegócio a utilização da biotecnologia editando geneticamente a flora ampliando consideravelmente a produtividade das plantas e aumento das safras.

Atualmente nas propriedades rurais, pequenos produtores e fazendas os drones mapeiam as plantações agora com sensores conectados à internet em tempo real fazendo uso da inteligência artificial e mecanismos de comparação para reconhecer imagens podendo assim antecipar inúmeras condições ambientais adversas e identificando certas pragas e doenças no campo. Aplicativos em telefones inteligentes conseguem controlar com precisão e eficiência o uso de energia, de aplicação dos produtos químicos e água evitando assim gerar um elevado impacto ambiental.

Dentre tantas outras aplicações temos a utilização de robôs, Inteligência artificial e tecnologia blockchain possibilitando cada vez mais monitorar fauna e flora, a poluição do: solo, água e ar, o ciclo de vida e a certificação de origem, rastreabilidade e controle de cadeias de fornecimento agropecuárias.

Concluindo de acordo com Klaus Schwab, em seu livro “A quarta revolução industrial”: “Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes”. Sugere-se que inovação e sustentabilidade devam estar integradas em processos industriais na gestão de risco, no ciclo do desenvolvimento de produtos, na gestão da cadeia de fornecedores e principalmente desenvolvimento de pessoas enfatizando-se a ideia da coerência, digitalização ligando todas as unidades produtivas numa economia solidária, criando a partir da virtualização um mundo real num grande sistema de comunicações e informações. A tecnologia a serviço da vida.

*Artigo escrito por Claudio Bilyk, Mestre em geração e transferência de tecnologia com ênfase em meio ambiente. Professor de gestão ambiental dos cursos de engenharias: produção, mecânica e civil do Centro Universitário UNIOPET. A instituição é associada ao Sinepe/PR. O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.  

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