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“São as águas de março fechando o verão”
| Foto: freepik.com

A crise hídrica que passamos é consequência de uma conjunção de fatores diversos (aumento populacional, consumismo acelerado e desregrado, adensamento urbano, aumento do gás carbônico na atmosfera provocando aquecimento global por meio  do efeito estufa, diminuição da cobertura vegetal do solo, poluição dos mares, entre outros) que vem resultando em desequilíbrio ambiental.

Com essa visão sistêmica das relações ambientais podemos afirmar que se estamos passando por uma crise e sim estamos passando por uma crise, essa crise é uma crise verde, provocada pelo desflorestamento. A lógica elementar da natureza nos aponta que se tivermos floresta temos água. Água doce, de qualidade. Água nos rios, água no ar, água no subsolo. Se não temos, não temos. Simples assim.

Um outro fator relevante é intrínseco a nós, como seres componentes do conjunto ambiental. Já compreendemos grande parte dessas relações e o quanto somos capazes de interferir. O que acontece é que as nossas possibilidades existenciais são muitas e diversas, mas essa condição nos tem levado ao erro de escolhermos pelo caminho mais fácil, mais prazeroso, pelo imediatismo desmesurado e inconseqüente, pelo consumismo degenerado.

Somos biologicamente dependentes da disponibilidade de água, portanto, nossa construção histórico-existencial está relacionada ao desenvolvimento tecnológico das formas de gestão desse recurso. Captação, armazenamento e destinação do pós-consumo, em todas elas temos exemplos de velhas e novas e diversas formas de exploração, mas nenhuma delas é economicamente mais viável a médio e longo prazo do que a preservação de áreas protegidas e com cobertura verde.

Por todos esses motivos, a Organização das Nações Unidas (ONU) e outros organismos internacionais, bem como inúmeras entidades regionais, reconhecem e enfatizam sumariamente que a solução deve levar em conta fatores locais e globais em projetos multidisciplinares e articulados em larga escala. Devem estar envolvidos cientistas, governos, empresas e instituições, e principalmente, a população, já que ela é a origem e o fim de todos os processos. O caminho para isso é a educação e incentivos diversos para o esclarecimento a respeito dos benefícios gerados pelas florestas e para a mudança de formas de pensamento e hábitos de produção e consumo que levam ao desflorestamento.

Globalmente as Nações Unidas tem estabelecido como metas para os Recursos Hídricos e incluiu na Agenda 2030 , nacionalmente existem vários arcabouços legais que garantem a sua proteção, regionalmente e localmente são elaborados projetos, mas é fundamental as velhas e boas práticas de cidadania para preservar este bem tão valioso.

Ao desejarmos um mundo melhor, mais justo, devemos plantar árvores, muitas, e afinal, também plantar árvores é plantar água. Se começamos com Tom Jobim, terminamos com Guilherme Arantes: “Águas escuras dos rios que levam a fertilidade ao sertão, águas que banham aldeias e matam a sede da população. Águas que movem moinhos são as mesmas águas que encharcam o chão e sempre voltam humildes pro fundo da terra”.
“Terra! Planeta Água”.

*Artigo escrito por Murilo Wenzel da Sanepar, organização conselheira do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial. O CPCE é colaborador voluntário do Blog Giro Sustentável.

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