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Decisão do STF mantém intactos os direitos políticos do ex-presidente Lula.
Decisão do STF mantém intactos os direitos políticos do ex-presidente Lula.| Foto: Sérgio Lima/ AFP

O STF reparou uma injustiça histórica. De fato, havia um erro na questão da competência para julgar Lula. Todo mundo sabe que ele só poderia ser julgado numa vara onde houvesse um juiz capaz de atestar a idoneidade do ladrão.

E isso não aconteceu. Lula foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro (duas vezes) porque o judiciário de primeira instância, de segunda instância (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) e de terceira instância (Superior Tribunal de Justiça) estava muito mal equipado, sem um único juiz amigo que pudesse compreender a complexidade desse homem bom que assaltou o povo sem querer prejudicar ninguém. Ao menos uma fração daqueles quase 5 bilhões de reais devolvidos pela quadrilha do petrolão poderia ter sido usada para comprar um pouco mais de compreensão.

A vara de Curitiba só podia julgar processos relacionados à Petrobras. A OAS ganhou de Lula contratos fraudulentos com a estatal petrolífera e pagou a ele e seu bando propinas oriundas do caixa de corrupção da empreiteira, mas não tinha nenhum azulejo do triplex do Guarujá com o carimbo “Obrigado, Lula, pela grana que nós roubamos juntos da Petrobras”.

Ou seja: uma coisa é você roubar honestamente a maior empresa pública do país porque você tem o legítimo desejo de ficar rico que nem os seus comparsas; outra coisa muito diferente é a Justiça querer adivinhar o que foi propina decorrente da negociata e o que foi só um presentinho do seu amigo empreiteiro porque ele gosta de você. Obviamente isso é questão de foro íntimo, e a 13ª Vara de Curitiba vai ter que responder por invasão de privacidade.

O que o STF fez ao inocentar Lula foi mostrar o grande erro da operação Lava Jato: ela não sabia com quem estava falando. E não foi por falta de aviso. A intelectualidade de cabresto, a burguesia decadente, as subcelebridades e a bandidagem do bem alertaram desde sempre os homens da lei: para Lula não há lei. E o escândalo do mensalão era a prova cabal disso (ou científica, como se diz hoje nos melhores fundos de quintal): José Dirceu foi preso por montar um propinoduto entre empresas estatais e o PT para comprar deputados e outras bugigangas – e Lula saiu assobiando numa boa, porque Dirceu era seu braço direito, mas nem todo mundo sabe o que o seu braço direito faz. Nem a sua mão boba.

A Lava Jato não quis entender isso. Se recusou a obedecer a lei máxima nacional segundo a qual roubar não é crime se você é um picareta festejado por estrelas cadentes da MPB e por uma legião de inocentes úteis e inúteis. Perdeu, playboy. Ressuscitando sua lendária militância em favor de Dilma Rousseff, a musa dos intelectuais, o ministro Fachin sacou sua faquinha e tchum! Adeus, roubalheira. Aí foi só correr para o abraço das togas esvoaçantes, exuberantes como asas de urubu em perfeita coordenação para envolver e proteger a carniça. Lula livre!

Agora ninguém segura. Se as eleições fossem hoje, Lula seria eleito com 171% dos votos – informa o Instituto DataVenia. E você tem duas opções: arrumar um padrinho na cleptocracia ou se levantar daí e avisar que não vão te assaltar de novo.

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