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Cotado para presidir a CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL) é pai do governador de Alagoas.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL).| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Renan Calheiros parabenizou Renan Calheiros por um post no Twitter: “Boa, senador!” Se não foi um caso extremo de delírio narcísico, foi um flagrante de que há algo inautêntico na forma como o senador usa sua rede social. A equipe de Calheiros forjou um elogio a ele, com o descuido de usar a própria conta do senador – o que evidenciou a falsificação. Onde estão os obstinados caçadores de fake news do TSE e do STF? Ninguém contou a eles o que aconteceu?

Se o elogio foi forjado, quem tentou se fazer passar por um admirador de Renan Calheiros? Um assessor? Alguém que usaria uma identidade postiça e se descuidou? Um robô? Quem pode fazer um elogio fake, pode fazer um ataque fake? Pode espalhar boato? Pode “desinformar” (a palavrinha da moda dos supremos checadores)?

Sim, pode fazer tudo isso. Como essa questão se resolveria num ambiente mais ou menos saudável? Com a lei: quem se sentisse atacado, ofendido, difamado ou constatasse uma informação falsa que prejudicasse alguém, acionaria a Justiça e puniria o infrator – fosse ele autêntico ou impostor. Isso já aconteceu inúmeras vezes e a justiça foi feita. Quanto a robôs ou claques programadas, é questão de controle da plataforma ou denúncia de usuários que suspeitem, e ponto final.

Mas o que se passa hoje no Brasil é algo bem diferente. Supostos depuradores do debate público criaram expedientes de perseguição à livre expressão – baseados exatamente nessa literatura fajuta que não tem nada a ver com Direito: gabinete do ódio, fake news, desinformação, milícias digitais, etc. Qualquer assunto que esteja em terreno de controvérsia pode ser marcado por esses senhores da verdade como delinquência, baseados nos conceitos alegóricos acima. É um expediente reacionário.

Pois bem. Se é assim, onde está a investigação de Renan Calheiros? Um senador usando flagrantemente uma falsificação das funções da rede social para forjar a manifestação de alguém que não existe.

Quem fez isso? Quantos fazem isso rotineiramente para o senador, com que tipo de mensagens? Isso não pode ser uma milícia digital? Uma brigada de robôs? Um gabinete do ódio? Ou em homenagem à harmonia entre Renan Calheiros e o STF isso pode ser no máximo um gabinete do amor? Aliados de Lula têm habeas corpus permanente, em homenagem ao passado glorioso do ex-presidente?

Onde está a investigação de Renan Calheiros? Um senador usando flagrantemente uma falsificação das funções da rede social para forjar a manifestação de alguém que não existe.

Hackers tentaram invadir o site do PL e forças ocultas da “oposição” tentaram reservar as vagas para o público na convenção do partido do presidente da República, para esvaziá-la. Esse tipo de expediente obscuro às vésperas da eleição se enquadra em qual categoria do novíssimo Direito criativo? Milícias da bondade? Submundo limpinho? Travessura digital?

Os xerifes da eleição já começaram a instituir até censura prévia, decretando que determinados assuntos não podem sequer ser abordados. É um abuso autoritário escandaloso. Infelizmente, aquela multidão de amantes da liberdade de expressão que passaram décadas fazendo discursos, músicas e poesias contra o autoritarismo saiu de férias. Logo agora...

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