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Ataque de Celso de Mello à "delinquência do submundo digital" é um ataque àqueles que ajudaram a eleger o atual presidente da República.
Ataque de Celso de Mello à “delinquência do submundo digital” é um ataque àqueles que ajudaram a eleger o atual presidente da República.| Foto: SCO/STF

Todo mundo já entendeu que o combatente de fake news e o propagador de fake news são a mesma pessoa, né? Ainda não? Normal. É que o grande propagador de fake news hoje em dia não é mais aquele tipo marginal, obscuro, escondido atrás de pseudônimos, computadores remotos e perfis falsos. Nada disso, acabou esse perrengue. O disseminador da mentira hoje é um personagem legalizado, educado, de boa aparência, que age à luz do dia, com grife e tudo. Como cantou o profeta da falsidade: “Agora já não é normal / O que dá de malandro regular, profissional”...

Em mais um momento glorioso do Supremo Tribunal Federal, em que ele tenta mais uma vez soltar na mão grande o ladrão amigo – agora acusado por Marcos Valério de mandante do assassinato de Celso Daniel, ou seja, gente boa – o ministro Celso de Mello disse o seguinte: “Os delinquentes do submundo digital” submetem o STF (pobrezinho) a pressões “ilegítimas”. Falou e disse. Ninguém é decano da Corte que quer soltar o ladrão n. 1 à toa.

Legítimo certamente foi o voto de Celso de Mello em 5 de abril de 2018 para tentar evitar a prisão de Lula, através de um habeas corpus preventivo que rasgava a decisão do próprio STF de apenas dois anos antes, autorizando a prisão após condenação em segunda instância. Legítimo é você afrontar a jurisprudência firmada pelo seu próprio tribunal para salvar o homem que regeu a destruição da economia popular no maior assalto da história.

Segundo o decano dessa Corte compreensiva, a delinquência do submundo digital tem uma “atuação sinistra” contra a democracia. Não vamos cansar a sua beleza com conversinha cifrada. Celso de Mello está se referindo ao movimento das redes sociais que ajudou a eleger o atual presidente da República e que apoia a agenda positiva do governo – com destaque para a sonhada Reforma da Previdência, que já não é mais sonho, graças em grande medida aos “delinquentes do submundo digital”.

Não, o discurso do decano (que reflete o dos seus pares e de boa parte da elite brasileira) não é dirigido aos arroubos, à agressividade que passa do limite saudável ou aos palavrões. O acusador de toga não nominou ninguém, não deu nenhuma pista, não cumpriu a obrigação intelectual de deixar claro a quem estava se referindo. Essa generalização é a alma do negócio, o pulo do gato, a ginga essencial do malandro regular, profissional. É justamente o truque para dizer que fake news é tudo aquilo que desafia a hegemonia falsamente “progressista” dessa elite reacionária – que tragicamente inclui, além dos seres togados & simpatizantes da quadrilha que montou essa Corte, boa parte da grande imprensa.

Vá ao Google e constate o tsunami de notícias tentando criar suspeição sobre o resultado das urnas (muito grave), fora a especulação conspiratória quase diária contra os ministros Sergio Moro e Paulo Guedes – sempre “isolados”, “irritados”, “decepcionados”, etc – não por acaso os principais símbolos da melhor equipe de governo deste século que boa parte da imprensa tenta envenenar com desinformação.

Se dependesse do noticiário tradicional, o povo hoje acharia que Moro e Guedes estão abandonados num canto deprimidos, jogando baralho e assistindo pela TV o primeiro-ministro Rodrigo Maia salvar o Brasil do incêndio fascista – isso depois de acordar de bom humor e dar aos brasileiros, com grande generosidade, a reforma da Previdência. Já deu para entender o que é fake news?

Pois bem, o próprio Rodrigo Maia, o conspirador que ama a palavra “harmonia”, estava outro dia em Londres lançando tranquilamente suspeições sobre a eleição presidencial no Brasil. A “delinquência digital” é na verdade e essencialmente uma circulação de informações sadia e potente entre as pessoas comuns para furar essa asfixia hedionda – esse envenenamento da democracia brasileira por essa elite reacionária que só pensa em cultivar seus poderes particulares.

Lula ainda não sumiu na lata de lixo da história porque é útil para a sabotagem da agenda de reconstrução do país – que está progredindo e deixará esses parasitas empertigados à míngua.

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