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Senado, a nova vergonha nacional
| Foto: Roque de Sá/ Agência Senado

O Senado Federal está com inveja do STF e entrou firme na disputa pela instituição mais nociva ao povo brasileiro. Depois de aprovar o projeto de lei das Fake News – mais conhecido como Lei da Mordaça – o Senado resolveu enfiar uma faca nas costas, no bolso, enfim, no futuro do Brasil. Adélio Bispo é um amador perto do instinto assassino dos senadores da República.

A derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro ao aumento salarial de servidores públicos durante a pandemia foi um atentado ao país. Num momento em que os brasileiros enfrentam graves restrições em todos os setores – e iniciam uma economia de guerra para atravessar a recessão do coronavírus – o Senado Federal afronta o povo com a sua irresponsabilidade. Em seu cálculo mesquinho (e burro), os senadores resolveram surfar na demagogia “antibolsonarista” se fingindo de Papai Noel do privilégio ao funcionalismo público.

Mas todo mundo entendeu o truque tosco. Todo mundo viu o vexame. Todo mundo captou o oportunismo criminoso em meio à tragédia. E a Câmara dos Deputados derrubou a derrubada do veto – ou seja, desfez o contrabando.

Não deixe de pesquisar e decorar os nomes dos fanfarrões fantasiados de representantes do povo que tentaram perpetrar essa insanidade. E note que vários deles pertencem ao grupo autointitulado “Muda Senado” – um ajuntamento de tucanos, ex-tucanos e genéricos de banho tomado, perfumados e em dia com a norma culta do idioma para exercer sua novidade apodrecida. É essa a mudança que representa um Álvaro Dias. Ou um Antonio Anastasia – que parece ter decidido trocar seu bom conhecimento de responsabilidade fiscal pela mais primária irresponsabilidade eleitoral.

Esses políticos ainda acreditam que a coreografia contra o fascismo imaginário dá voto. Vão afundar abraçados às suas boas maneiras e péssimas premissas.

Os golpistas cheirosos do Senado apostaram também na censura. Muda Senado para pior. Muda Senado da democracia para a escuridão. No caso da aprovação da Lei da Mordaça – que institui os senhores da verdade para decidir quem fala e quem cala a boca – esses caridosos com chapéu alheio contaram com o reforço de ex-democratas como Tasso Jereissati e José Serra. Todos empenhados em controlar as redes sociais – se aliando enfim ao velho instinto petista de botar cabresto na informação – e tentando puxar o saco da grande imprensa contra o “bolsonarismo”.

Não se sabe se atentaram contra a liberdade de expressão por miopia ou por má fé, mas não faz diferença. A embalagem civilizada hoje corresponde a um conteúdo reacionário – e os gatos escondidos com rabo de fora pensam que ninguém os viu. Gato mia?

A derrubada do contrabando orçamentário na Câmara dos Deputados foi liderada por Rodrigo Maia. É um político que já andou tentando atrapalhar a agenda de reconstrução proposta pelo Executivo, mas tem surpreendido positivamente em certos momentos. Ajudou na aprovação da reforma da Previdência e acaba de selar um compromisso público de responsabilidade fiscal com o governo.

Se atuar também para derrubar a Mordaça, crescerá politicamente e ajudará a democracia.

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