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Floreiras se transformam em paraciclos informais na falta de local adequado para estacionamento das bikes,
Floreiras se transformam em paraciclos informais na falta de local adequado para estacionamento das bikes,| Foto:
Associação alega

Associação alega “falta de segurança” e proíbe bicicletas no estacionamento do Mercado Municipal.

O Mercado Municipal de Curitiba decidiu atropelar o bom senso e resolveu ignorar o grande volume de clientes que vão ao local diariamente usando a bicicleta como meio de transporte. Há pouco mais de um mês, quem decide ir ao local pedalando é recebido por um cartaz com letras garrafais e a cara feia dos funcionários do estacionamento – que, antigamente, aceitava abrigar as magrelas em suas dependências.

A decisão partiu da Associação dos Comerciantes Estabelecidos no Mercado Municipal (Acesme), que optou por impedir a entrada de bicicletas alegando não possuir estrutura física e de segurança para isso.

Desde então, as floreiras e postes no entorno do Mercado se transformaram em paraciclos informais, uma vez que o espaço não oferece alternativa condizente com o volume de ciclistas que frequentam o local. Por enquanto, a única alternativa para os ciclistas é estacionar em uma das 5 vagas no paraciclo “quebra-rodas” do Café do Mercado, existente na Rua General Carneiro.

Não é preciso muito esforço para se dar conta de que o estacionamento do Mercado dispõe de espaço ocioso capaz de comportar a instalação de um bicicletário. Além disso, a falta de segurança pode ser contornada com o uso de tikets de controle de entrada e saída – como usado para os veículos — e a eventual cobrança de valores razoáveis pode ajudar a tornar o espaço mais amigo da bicicleta.

Promessa antiga

Floreiras se transformam em paraciclos informais na falta de local adequado para estacionamento das bikes,

Floreiras se transformam em paraciclos informais na falta de local adequado para estacionamento das bikes,

Há mais de um ano, a prefeitura de Curitiba promete instalar um paraciclo no local para atender a demanda dos ciclistas. A estrutura ficou de fora do recém-concluído projeto de revitalização do local

A ordem para instalação de um módulo de paraciclo nas dependências do Mercado Municipal segue estacionada em alguma gaveta da Secretaria de Obras Públicas. Na última semana a questão foi debatida em reunião entre membros da Associação de Ciclistas do Alto Iguaçu (CicloIguaçu) no gabinete do prefeito e houve o compromisso de “dar andamento” ao projeto.

Procurada, a prefeitura informou, através de sua assessoria de imprensa, que a administração pública “encaminha o processo de licitação de paraciclo para instalação no local”. Ainda de acordo com a prefeitura, “não é possível precisar uma data para a instalação, mas espera-se que o processo esteja concluído até o fim deste semestre”.

Vale lembrar que, no fim de 2012, ainda sob a gestão do prefeito Luciano Ducci (PSB), a prefeitura chegou a anunciar o resultado da licitação para a instalação de 15 novos paraciclos com a criação de 200 novas vagas. A obra foi licitada em 26 de setembro, mas a ordem de serviço nunca foi assinada. A vencedora da licitação nº 75055/2012 foi a Kokot e Irmãos Ltda — mesma empresa que, na primeira etapa, instalou os paraciclos em sete pontos da cidade — a proposta vencedora (de menor valor) ficou em R$ 105.729,41.

Invasão

Para protestar, ciclistas prenderam bicicletas na área interna do Mercado Municipal. Ação será repetida no próximo fim de semana.

Para protestar, ciclistas prenderam bicicletas na área interna do Mercado Municipal. Ação será repetida no próximo fim de semana.

Em março, um grupo de ciclistas promoveu uma “invasão relâmpago” no Mercado Municipal com suas bicicletas, como forma de protesto pela falta de espaço adequado para estacionamento. A ideia é que a ação volte a ocorrer neste fim de semana e nos próximos, até que uma solução concreta seja oferecida.

Em Porto Alegre, onde havia o mesmo problema, um acordo entre a prefeitura e associações de ciclistas resultou na implantação de um bicicletário público no Mercado Municipal da capital gaúcha. O programa também envolve ações para promover o uso da bicicleta no Centro Histórico e contempla ainda a implantação de uma ciclofaixa e criação de um sistema público de aluguel de bicicletas. A justificativa é de que, além de estimular o uso do transporte não-motorizado entre os porto-alegrenses, a presença dos ciclistas é um passo importante para o resgate da vitalidade e do convívio social no coração da cidade.

 

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