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Fogos de artifício
Avanços obtidos na economia são o principal legado de 2019, feito digno de ser festado com fogos de artifício.| Foto: Pixabay

Quer ter um bom 2020? Então peça um 2019, sem tirar nem pôr – ou melhor, sempre pode pôr alguma coisinha boa a mais, é claro, mas realmente não é preciso tirar nada do que se teve neste ano que acaba de se ir embora. O assunto, aqui, é o mundo das coisas públicas e capazes de influir na vida cotidiana do Brasil.

Em outros temas, cada um teve seus próprios momentos em 2019, e só cada um, naturalmente, pode dizer como foram – e se está no direito de desejar mais, ou muito mais, em 2020. Mas em termos daquilo que pode afetar a você como cidadão, e que depende em boa parte do que acontece no governo, na política e na sociedade em geral, dá perfeitamente para dizer que uma repetição deste ano vai estar de muito bom tamanho.

Chegamos ao fim de 2019 com índices mínimos de inflação, para padrões brasileiros – menos de 3,5% no ano, e sem nenhum sinal de que possa sair do controle no futuro visível. A taxa de juros está em 4,5% anuais, os mais baixos em mais de 30 anos, ou desde que se passou a manter um registro regular e oficial de sua evolução. É uma enormidade, em termos de avanço da economia do Brasil como um todo. A continuar assim – e um dos objetivos estratégicos mais vitais da política econômica do governo é continuar exatamente assim – começam a aparecer no horizonte coisas inéditas na vida de qualquer brasileiro. Se os juros continuarem a baixar, forçosamente eles estarão caminhando para se alinhar com a taxa de juros internacional – de 1% a 2% ao ano.

Isso quer dizer que vai acabar, simplesmente, o “dinheiro barato” dos BNDES e Bancos do Brasil da vida. Haverá um dinheiro só no sistema de crédito, disponível para todos que tiverem condições materiais de garantir os empréstimos que levantaram. As empresas brasileiras poderão se financiar com os mesmos custos de crédito que têm as suas concorrentes internacionais, e ganhar um elemento de competitividade que nunca tiveram – a não ser, é claro, que arrumassem o “dinheiro barato” ou levantassem empréstimos no exterior, correndo todo os riscos do câmbio. O governo deixará de tirar R$ 500 bilhões dos impostos, a cada ano, para pagar os juros da dívida publica – com juros cada vez mais baixos, os pagamentos também serão cada vez menores.

Se o mercado de trabalho repetir 2019, haverá 1 milhão a mais de novos empregos com carteira assinada em 2020. Se a safra deste ano for igual à do ano passado, a produção agrícola do Brasil vai bater um novo recorde. Se forem aprovadas reformas como a da Previdência, a economia salta dez casas para frente. Tudo isso é muito bom para o brasileiro comum – só é ruim para quem precisa que o governo dê errado. Esses sim; não querem nem ouvir falar de um outro 2019.

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