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vacinação
Em cerca de dois meses e meio, 17,6 milhões de pessoas foram vacinadas contra a Covid-19, o que mantém o Brasil como o quinto país que mais vacinou.| Foto: Gilson Abreu/AEN

Nada deixa mais agitado um militante da "Confederação Nacional Pró Covid" do que ler na imprensa, uma vez a cada morte de bispo, algum número positivo em relação à epidemia. A junta de “autoridades locais”, economistas de centro-esquerda e comunicadores que hoje administra o noticiário sobre a covid só permite que seja divulgado um tipo de informação – a informação que anuncia o fim do mundo a curto prazo, por conta dos recordes na “média móvel” de mortos, da escassez de leitos de UTIs ou da falta de covas nos cemitérios, e tudo isso por culpa do “genocídio” que estão praticando há um ano na presidência da República.

É raro ouvir alguma coisa boa em relação à covid, pela excelente razão de que há bem pouca coisa boa para ser dita, mas fatos não deixam de ser fatos por serem pouco frequentes, ou por irem ao contrário da ideia-dogma de que o Brasil já foi para o diabo. Um deles é a vacinação. No momento, é a principal, ou a única, luz na saída do túnel – e justamente por isso, dentro do espírito geral do nosso tempo, as notícias sobre o número de vacinados são as que mais irritam os comissariados de gestão da pandemia.

O problema, aparentemente insolúvel para o consórcio pró-pânico, é que os números são bons – e falar deles, só falar, dispara acusações automáticas de “negacionismo”, “bolsonarismo” ou coisas ainda piores. Mas o que se vai fazer? Os fatos são esses. O Brasil começou a vacinação no dia 18 de janeiro de 2021; foram aplicadas, nesse dia, 112 vacinas. Em cerca de dois meses e meio, as equipes municipais e estaduais encarregadas da tarefa vacinaram mais de 17.600.000 pessoas, o que mantém o Brasil como o quinto que mais vacinou, entre os 200 países do mundo.

O Brasil vacinou mais gente, é claro, porque tem população maior e uma quantidade crescente de vacinas – mas que pecado pode haver nisso? Levando em conta uma população total que hoje está por volta de 210 milhões de habitantes, e subtraindo deste número cerca de 55 milhões de menores de 18 anos, resulta que um pouco acima de 11% da população adulta foi vacinada até agora.

Diante disso, você pode dizer duas coisas. Pode dizer: “Só 11% da população recebeu vacina”. Ou então pode dizer: “Já foram vacinados 11% da população”. Questão de ponto de vista, claro, mas o que importa saber é que o total de brasileiros imunizados aumenta em ritmo de PG. Começou com meia dúzia de doses. Ontem, dia 31 de março, o sistema vacinou pouco mais de 680.000 pessoas – ou mais de 800.000, se for contada a segunda dose. Esses números não são o limite. Em suas campanhas regulares, as equipes brasileiras de vacinadores, que estão entre as mais competentes do mundo, costumam aplicar acima de 1 milhão de doses a cada 24 horas.

Se o ritmo não aumentar (e não diminuir) em nem uma vacina por dia, permanecendo sempre nas 680.000 aplicadas neste último dia 31, o Brasil vacinará mais de 20 milhões de pessoas em abril – e o país chegará, até o fim deste mês, a um total próximo aos 40 milhões de vacinados. Nos cinco meses seguintes, até o fim de setembro, receberão pelo menos a primeira dose outros 100 milhões; quase toda a população brasileira maior de 18 anos, então, estará imunizada. A única exigência física para isso tudo é que haja vacinas. Sem vacina, todos esses números viram um grande zero.

Os comitês da desgraça permanente ficam por conta quando ouvem essas coisas. Dizem que as somas estão erradas, ou que os números são ilegítimos, ou que você é a favor da cloroquina. Mas não muda nada. Não é assinando manifestos que vão fazer a vacinação parar.

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