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Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil, entre Raúl Castro, ex-presidente de Cuba, e o atual mandatário, Miguel Díaz-Canel, 19 de janeiro
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente do Brasil, entre Raúl Castro, ex-presidente de Cuba, e o atual mandatário, Miguel Díaz-Canel, 19 de janeiro| Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula

O que você lerá agora é uma ironia. Perdoem-me os leitores pela necessidade do alerta. Mas sempre há o risco de alguma agência de checagem não entender do que se trata. Cloroquina, vacina? Que nada. A melhor forma de se prevenir e tratar a Covid-19 é ser bolivariano. Ou melhor, viver sob o governo de um deles. O gráfico abaixo não mente. Nicarágua, Cuba e Venezuela são três paraísos na terra em meio ao caos pandêmico que tem nos infernizado há um ano e já ceifou 2,2 milhões de vidas.

Voltando à ironia (nunca é demais relembrar pelos motivos já alegados) ser comunista é ainda mais eficiente contra o vírus. China, Laos e Vietnã têm números ainda mais impressionantes, seja no que se refere à quantidade de casos, seja no total mortos. Na Coreia do Norte, o efeito é ainda mais estrondoso. Imunidade de rebanho.

Recentemente, ficamos sabendo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua equipe, que desembarcaram em Cuba, em 21 de dezembro, para filmar um documentário, foram diagnosticados com Covid-19. A investigação epidemiológica acabou "confirmando se tratar de casos importados". Ou seja, do Brasil. Os petistas levaram com eles a peste de Jair Bolsonaro.

Lula passou um mês na ilha. Tratou a doença sem que o mundo exterior fosse informado. Um serviço VIP que a ditadura cubana oferece aos aliados que rotineiramente recorrem à ilha para tratar secretamente de seus problemas de saúde. É assim com o boliviano Evo Morales e a filha da argentina Cristina Kirchner. O falecido Hugo Chávez valeu do silêncio dos cubanos para deixar até hoje uma névoa sobre os detalhes do câncer que o matou em 2013.

O regime cubano é um túmulo. Entre vários aspectos, mas no caso, é uma referência à capacidade de manter sigilo sobre a vida e morte de seus aliados.

No dia 19 de janeiro, apenas 24 dias depois de ter sido diagnosticado com Covid-19, o brasileiro Lula posou para a foto acima. Ele apareceu entre o ex-presidente de Cuba Raúl Castro e o atual mandatário Miguel Díaz-Canel. Sorridentes, sem máscaras, distanciamento social e até encostando as mãos, o grupo desafia o coronavírus.

Mas não há problema algum. Afinal, Cuba faz parte dos países imunes ao vírus.

O encontro se deu dez dias depois da quarentena recomendada. Se não fosse em Cuba, o comportamento relaxado de Lula, Castro e Díaz-Canel representaria risco para os três. Lula poderia transmitir a doença de várias maneiras. Carregando o vírus na roupa, cabelos ou mãos. Castro e Díaz-Canel também poderiam representar uma ameaça um para outro. Ou até mesmo para Lula, com tantas variantes novas zanzando por aí.

Mas o coronavírus é uma praga de fascistas que não cuidam bem de seu povo. Em Cuba, o vírus não tem vez. Se Cuba não fosse um país tão exitoso em frear a Covid-19, eu suspeitaria que os dois líderes do regime já contraíram a doença e fazem parte do time daqueles que celebram a imunidade temporal proporcionada pela vitória contra o vírus.

Mas como estamos falando de Cuba. Fica difícil saber o que realmente se passou por lá.

Nicolás Maduro, anunciou que os venezuelanos contam com umas tais gotinhas milagrosas do beato José Gregorio Hernández, um santo popular cultuado por lá, para neutralizar o coronavírus. Duas semanas antes, Evo Morales, o ex-presidente cocaleiro, sugeriu que "plantas andinas" também combatem a doença contraída por ele. Sem citar qual erva, Morales deixou no ar a impressão de se tratar da coca, a folha de onde se extrai os alcaloides que dão origem à cocaína e o crack.

Como bons bolivarianos, ambos também são imunes às críticas. Podem falar as asneiras que quiserem. Tratamento tabajara só é ruim quando é prescrito por fascistas. Se tem o selo revolucionário, é garantido. Anistia equivalente à dada a Lula, Castro e Díaz-Canel pela absoluta falta de necessidade de máscaras.

A situação da Covid-19 está tão maravilhosamente bem na Venezuela que Maduro enviou uns caminhões com oxigênio para dar uma força ao povo de Manaus, em meio ao colapso do fornecimento do insumo em meio ao repique da epidemia na região.

Se a realidade venezuelana não fosse tão boa, eu suspeitaria até que o regime estava desviando insumos fundamentais para o seu povo para fazer propaganda. Mas isso seria uma leviandade. A Venezuela salvou vidas no Brasil.

Segundo os dados oficiais, em um ano de pandemia morreram na Venezuela 1.171 pessoas vítimas da Covid-19. No Brasil, apenas no dia 22 de maio de 2020, o mais letal até então, 1.172 óbitos foram contabilizados. Nos Estados Unidos, o coronavírus mata mais por semana do que os óbitos registrados pela China desde a eclosão da crise por lá.

Cuba, até a véspera da publicação desta coluna, fechou com 208 óbitos. Nicarágua, com 169 falecidos.

Mas nada se compara aos comunistas Laos e Vietnã, este último agraciado como o dono do segundo melhor desempenho na pandemia, por um think tank australiano. Com os declarados 1.651 casos da doença e incríveis 35 mortes apenas, o Vietnã é um caso extraordinário, mas não ao ponto de se equiparar ao seu pobre vizinho, o Laos. Com 44 casos, o país jura ter registrado zero mortes.

Maravilhas que só o bolivarianismo, socialismo e o comunismo são capazes de criar.

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