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O presidente da Camara dos Deputados, Rodrigo Maia,durante sessao que vai discutir e votar os oito destaques com sugestoes de mudancas ao texto-base da proposta de emenda a Constituicao da reforma da Previdencia. (O presidente da Camara dos D
O presidente da Camara dos Deputados, Rodrigo Maia,durante sessao que vai discutir e votar os oito destaques com sugestoes de mudancas ao texto-base da proposta de emenda a Constituicao da reforma da Previdencia. (O presidente da Camara dos D| Foto: Jose Cruz/Agencia Brasil

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez 230 viagens em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) em 2019. Só os deslocamentos para a sua residência no Rio de Janeiro foram 46. Considerando o trajeto de volta a Brasília, o número seria o dobro. Ele visitou 19 cidades no país. E também utilizou jatinhos para sete viagens para o exterior. Nessas missões internacionais, apenas as 84 diárias para assessores custaram R$ 190 mil.

Na viagem para Nova York, em maio, os presidentes da Câmara e do Senado, Davi Alcolumbre, partiram e retornaram no mesmo dia – 12 e 16 daquele mês –, mas cada um utilizou uma aeronave Legacy disponibilizada pela Aeronáutica. Na capital americana, os dois presidentes tiveram encontros com empresários e investidores, como o Bank of America, Grupo Safra, Citigroup e Goldman Sachs. Participam do evento Brazil and the World Economy, no Harvard Club.

Maia bateu com folga o presidente do Supremo Tribunal Federa (STF), Dias Toffoli, que fez 95 viagens pelo país nas asas da FAB no ano passado, além de deslocamentos em voos comerciais para vários países, como mostrou reportagem publicada no blog dia 30 de janeiro. Voou até para uma homenagem ao seu pai, na pequena Ribeirão Claro (PR).

Maia e Toffoli se encontraram em Roma, na cerimônia de canonização da Irmã Dulce. A Câmara destacou quatro assessores para acompanhar o presidente. As 21 diárias custaram R$ 48 mil nos cinco dias em que lá permaneceram. Antes do evento principal, Maia participou, dia 11, da reunião do Comitê Executivo da Internacional Democracia Centrista.

No sábado à tarde, o embaixador brasileiro, Hélio Vitor Ramos Filho, ofereceu à delegação brasileira recepção na embaixada do Brasil, na Piazza Navona, na região central de Roma. Houve apresentação excertos da ópera “Ave Dulce”, que aborda as obras sociais da irmã Dulce. Na cerimônia no Vaticano, no domingo, a assessoria de cerimonial e os agentes de segurança mostraram porque estavam lá – acompanharam o presidente da rota de acesso restrita destinada aos membros da delegação do governo brasileiro.

Maia foi duas vezes para Nova York no mesmo ano

O presidente da Câmara já havia estado em Nova York no início do ano passado. Em 11 de abril, fez a palestra de encerramento da XP Investments Conference Brazil: First 100 Days, no Lotte New York Palace Hotel. Na noite anterior, participou de Jantar com brasilianistas, integrantes do corpo diplomático e parlamentares.

Em Portugal, em 22 de abril, Maia participou da abertura do Fórum Jurídico de Lisboa, na Faculdade de Direito de Lisboa. Às 13h, o presidente almoçou no restaurante Eleven, um dos melhores da cidade, especializado em cozinha mediterrânea, com pratos criados pelo chef Joachim Koerper. As diárias dos dois assessores custaram R$ 20 mil.

Em outubro, o presidente da Câmara foi a Londres e Dublin para tentar acalmar os europeus, que manifestavam preocupação com as queimadas na Amazônia. Palestrou no evento sobre agricultura e sustentabilidade promovido na Embaixada do Brasil em Londres. Afirmou que houve erros na narrativa construída pelo governo sobre os dados de queimadas de desmatamento. Afirmou que o meio ambiente e o agronegócio são temas fundamentais e precisam ser tratados em conjunto. As 13 diárias dos três assessores custaram R$ 10 mil.

No início de dezembro, o presidente da Câmara também esteve em Genebra, na Suíça, integrando a comitiva presidencial. Participou de reuniões com o Diretor Geral da Organização Mundial do Comércio, Embaixador Roberto Azevedo; de audiência com a ex-presidente do Chile Michelle Bachellet, comissária da ONU para Direitos Humanos; e de encontro com o Diretor-Geral da Organização Mundial do Comércio, (OMC) embaixador Roberto Azevêdo, entre outras autoridades. As 17 diárias dos quatro assessores que o acompanharam custaram mais R$ 40 mil.

Ele também esteve na Argentina, uma semana antes, acompanhados de deputados de esquerda, para o visitar presidente eleito, Alberto Fernández, e tentar aparar as arestas deixadas por declarações de Bolsonaro durante a campanha eleitoral argentina. Manteve reunião de trabalho com o futuro presidente da Câmara dos Deputados da Argentina, Deputado Sérgio Massa.

Os voos de Maia para casa

Os registros da FAB mostram que Maia se deslocou 46 vezes para a sua residência no Rio de Janeiro. Considerando os voos de retorno, a despesa é dobrada. Essa era uma prática comum dos presidentes da Câmara e do Senado e de ministros de Estado até 2015, quando a presidente Dilma Rousseff baixou um decreto proibindo que ministros usassem os jatinhos nos deslocamentos para casa. Mas essa proibição não foi imposta aos presidentes do Legislativo ou do Judiciário. Maia fez seis voos para o Rio de Janeiro a “serviço”, mais 46 para a “residência”.

O presidente da Câmara viajou para quase todos os estados, mas concentrou seus deslocamentos para São Paulo, onde se concentram os empresários que controlam a economia do país. Foram 49 viagens para a capital paulista, considerando apenas o trajeto de ida.

Maia afirmou ao blog, por meio da sua assessoria, que viajou muito em 2019 porque foi muitas vezes convidado para debater e palestrar sobre temas como a reforma da Previdência e outras matérias em debate no Congresso. Tanto que a maior parte dos seus deslocamentos foi para São Paulo. Disse também que os deslocamentos ao Rio de Janeiro são necessários para manter contatos com os seus correligionários. Sobre os voos solos para Nova York no mesmo dia, em 12 de maio, o presidente afirmou que as duas comitivas não poderiam ir juntas porque um único Legacy não teria capacidade de transportar as equipes dos dois presidentes.

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