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Pavilhão do Brasil na Expo 2020 Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, custou US$ 25 milhões
Pavilhão do Brasil na Expo 2020 Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, custou US$ 25 milhões| Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações (APEX) já gastou R$ 9,4 milhões com viagens nos quatro primeiros meses do ano. Mais do que os R$ 8 milhões gastos em todo o ano passado. A viagem mais cara – R$ 132 mil - foi feita pelo diretor de Gestão Corporativa, Roberto Escoto. Mas as duas passagens mais caras foram para Tokyo – R$ 65 mil cada uma. Os deslocamentos para a Expo Dubai custaram R$ 4,3 milhões.

No final de março, 10 servidores da Apex estiveram em Dubai para organizar e participar de feiras e eventos. A despesa total chegou a R$ 669 mil. O diretor Roberto Escoto, que também passou em Tel Aviv, gastou R$ 47 mil com passagens, R$ 37 mil com hospedagem, R$ 11 mil com extras e ainda recebeu R$ 37 mil de diárias. General reformado, ele tem ainda salário de R$ 50 mil como diretor da agência.

Na mesma comitiva, a assessora Maria Lemos teve despesas de R$ 129 mil, sendo R$ 53 mil com passagem e R$ 37 mil com diárias internacionais. O gerente de Investimentos, Adalberto Netto, gastou R$ 45 mil com passagem e recebeu diárias no valor de R$ 12 mil. A analista Felícia Vilela recebeu diárias no valor total de 8,5 mil euros – R$ 47 mil.

Foram realizados 101 voos para Dubai. A passagem mais cara custou R$ 45 mil, mas teve voos a partir de R$ 4,7 mil. Pelo menos 32 deles custaram menos de R$ 10 mil. A viagem mais cara diretamente para Dubai, incluindo passagem, hospedagem, diárias e extras chegou a R$ 113 mil. No ano passado inteiro foram 145 voos, ao custo de R 4,2 milhões. Além das despesas com viagens para servidores que estiveram em Dubai, a APEX investiu mais 25 milhões de dólares na construção do Pavilhão do Brasil na feira de negócios. O blog já havia apontado o aumento no valor das passagens aéreas para servidores do governo federal neste ano.

O coordenador jurídico José Ataíde e o analista Thiago de Oliveira cumpriram uma “missão institucional de gestão” em Tokyo, de 11 a 27 de abril. Cada passagem custou R$ 65 mil. Gastaram mais R$ 27 mil com hospedagem e receberam em média R$ 29 mil com diárias. A viagem dos dois custou R$ 246 mil.

Convidados ilustres

Entre 10 a 20 de fevereiro, aproximadamente, 16 servidores e nove convidados participaram do evento de agronegócios brasileiros na Gulfood, Feira de Alimentos e Bebidas do Oriente Médio, e da Expo Dubai. A despesa ficou em R$ 1,4 milhão. A viagem do diretor de negócios da agência, Lucas Fiuza, custou R$ 79 mil. Ele participou do Gulfood 2022 em Dubai e também da “Missão Moscou”.

O preço das passagens para o Gulfood variou de R$ 6 mil, para um convidado, a R$ 36 mil, para um analista da agência. Mas a passagem do convidado Pedro Deboni Lupion Mello – o deputado federal Pedro Lupion (PP-PR) – custou R$ 26 mil. Ele recebeu mais R$ 17 mil para hospedagem, assim como os demais convidados.

Nove servidores estiveram na Prodexpo, maior feira de alimentos de Moscou, no final de fevereiro, durante visita do presidente Bolsonaro àquele país, ao custo de R$ 577 mil. Foi a única viagem que teve a presença do presidente da PEX, Augusto Pestana. O custo ficou em R$ 65 mil, sendo 18,7 mil com passagem.

Entre os convidados pela Apex para o evento em Moscou estava o senador Irajá (PSD-TO), que foi agraciado com uma passagem de R$ 28 mil. O ministro do TCU Raimundo Carreiro voou de Madri para Bruxelas, a convite da agência, com a missão de “imergir a Apex para mercados europeus” e interagir com interlocutores em torno do escritório naquele país. A convidada Bertha Abreu acompanhou o ministro na missão. A sua passagem custou R$ 30 mil. As despesas dos dois somaram R$ 86 mil.

A viagem de quatro convidados a participar do Cooking Show Amazônia na Expo Dubai, em fevereiro, custou R$ 206 mil. Ao todo as 68 viagens de convidados da APEX custaram R$ 1,37 milhão.

APEX aponta retomada de investimentos

Em resposta aos questionamentos do blog sobre o aumento das despesas com viagens, a APEX respondeu: “A título de contextualização sobre a atuação da ApexBrasil, as exportações brasileiras devem chegar a 320 bilhões de dólares neste ano, sendo que ao menos um terço desse valor é de empresas apoiadas diretamente pela agência”.

“O Brasil Investment Forum 2022, evento organizado por nós em 14 e 15 de junho, deverá resultar em investimentos na casa dos 70 bilhões de dólares nos próximos dois anos. Sendo assim, informamos que todas as viagens internacionais da ApexBrasil estão alinhadas à sua missão institucional de promover a exportação de produtos e serviços, atrair investimentos estrangeiros e a apoiar a internacionalização das empresas brasileiras”, diz nota enviada pela agência.

A APEX acrescentou que “as iniciativas recentes da agência refletem não só a retomada do nosso ritmo mas a intensificação da agenda, após período de restrições sanitárias mais severas e frente a um contexto de grandes e muitas oportunidades para o Brasil neste ano de 2022. Com o retorno gradual das atividades de negócios e da mobilidade global, as ações tradicionais da agência foram reinseridas no calendário, o que justifica o aumento nas missões nacionais e internacionais”.

Sobre os valores elevados de muitas despesas, a APEX afirmou que os valores investidos nas viagens seguiram os normativos da ApexBrasil e as informações relativas às viagens corporativas encontram-se disponíveis na página da transparência da agência.

Sobre as viagens mais caras, para Tel Aviv, Dubai e Tokio, a agência afirmou que foram realizadas no âmbito (1) das atividades desempenhadas pelo Escritório da ApexBrasil em Jerusalém, (2) das ações em torno da Expo 2020 Dubai, e (3) dos preparativos para próxima Exposição Universal, a Expo 2025 Osaka-Kansai, respectivamente.

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