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Greta Thunberg
A histeria de Greta Thunberg é “coisa de menina mimada”.| Foto: AFP

O mundo contemporâneo é ridículo. Já sabemos disso. Cheio de ruídos, histeria e fetiches. Se a ciência é o fetiche da burguesia (Adorno), Greta Thunberg é o novo fetiche dos inteligentinhos.

Não se trata de entrar nos esquemas paranoicos de quem acha que ela seja financiada pelo big business verde. Quem dúvida que não se deve torrar a Amazônia é mal informado. Muito menos se trata de achar que Macron queira tomar a Amazônia para construir uma fábrica de croissant.

Trata-se de perceber que a pequena menina sueca que não vai à escola (afinal, escola para quê, né?) presta um desserviço a quem se preocupa com as condições ambientais de fato. Sua histeria raivosa clara é coisa de criança mimada.

Há aqueles que dizem que a pequena Joana D'Arc numa versão gourmet (com a diferença, entre outras, que a verdadeira Joana D'Arc foi queimada em nome do que acreditava, e Greta quer queimar o mundo todo em nome de ter uma desculpa pra não ir a escola) pensa assim (refiro-me a seu desprezo pelo crescimento econômico global) porque vive e foi educada num ambiente em que o dinheiro não era o mais importante. Risadas?

Só há um tipo de ambiente onde o dinheiro não é o mais importante. Um ambiente onde sobra dinheiro.
A pequena sueca cresceu num ambiente onde sobra dinheiro. A Escandinávia é um parque temático que produziu a Greta como sua Branca de Neve raivosa.

Proponho que ela e seus seguidores enfrentem a China no seu mimimi raivoso chique. A China vai comer com farinha essa discussão gourmet criada a pão de ló.

Um jovem, por definição, entende pouco do mundo. O que prova essa tese, entre outras coisas, é que é muito mais fácil sair em ambientes seguros xingando todo mundo do que enfrentar o dia a dia de uma adolescente comum.

Como sempre digo, os jovens que querem salvar o mundo (muitas vezes aplaudidos por pais tão infantis quanto eles) preferem salvar o mundo do que arrumar seu próprio quarto. Metaforicamente, diria que a mimada Greta é um caso paradigmático de uma civilização que elegeu o modo Nutella de ser como seu horizonte.

Infelizmente, essa criança está sendo cultuada como símbolo do que há de mais ridículo no mundo contemporâneo: uma revolta feita para o Instagram.

Outra prova é o número de Gretas que estão aparecendo por toda parte. As redes sociais, na sua ambivalência característica, serve de cultura (como no caso de cultura de bactérias) para esse crescimento genérico.

Não tenho dúvida que o crescimento econômico é uma questão séria e que seus efeitos colaterais podem nos ser perversos. O problema é que a única solução seria que a população fosse reduzida a um terço do que ela é hoje. Quem vai matar os dois terços restantes para sermos sustentáveis e fofos? Será que os seguidores da Greta topariam a empreitada?

Como responder a um chinês, por exemplo, que mal comia, que o crescimento econômico é um "mal em si"? Claro, o mais fácil é falar pra riquinhos que o crescimento econômico rouba o futuro dos mais jovens. Qual futuro teria um jovem chinês? Provavelmente, a mimada Greta e seus seguidores genéricos, proporiam uma comissão que decidiria que esses jovens chineses deveriam permanecer pobres para sempre, mas "limpinhos" como os suecos ricos que pregam uma cartilha mimada para o mundo, enquanto usufruem dos ganhos do tempo em que o capitalismo europeu não brincava de santinho.

No fundo, o fenômeno Greta é a face pós-moderna do colonialismo bem pensante. É a hipocrisia vestida para festa de debutantes. É o ambientalismo na sua versão queijos e vinhos. Não ajuda a percebermos que a insustentabilidade do desejo humano é a causa central do risco ambiental.

Acho que quem rouba o futuro dos mais jovens é quem os ensina que eles tenham cognição e informação suficientes para entender um mundo que é, em si, incontrolável. Adultos que querem ser guiados por meninas adolescentes criadas em ambientes superprotegidos é quem rouba o futuro dessas meninas.

A mimada Greta tem futuro no show business. Seus familiares vão faturar. Os genéricos também. Quem ousaria negar?

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