Dia 28 de julho, esse domingo, acontecem as eleições presidenciais na Venezuela. O país vizinho tem sido emblemático de como a esquerda pode destruir uma economia ao cair no canto da sereia de uma ditadura socialista. Cercear a liberdade de expressão, prendendo e matando opositores, aterrorizando os cidadãos e entregando o país ao narcotráfico, é apenas uma parcela de coisas muito piores e irreversíveis feitas contra o sistema político e cidadãos venezuelanos.
No Brasil, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Organização Internacional para Migrações, até dezembro de 2023 os venezuelanos representavam mais de 510 mil refugiados, o maior número de imigrantes em território brasileiro. Muitos alocados em regiões de fronteira, sem infraestrutura para receber o enorme contingente que chega diariamente para fugir do regime Chávez/ Maduro.
Isso é apenas uma pequena parcela dos mais de 4 milhões de imigrantes que fugiram da Venezuela desde o início desse século.
Importante ressaltar que a maioria dos refugiados venezuelanos são compostos por famílias e cidadãos com nível superior, profissionais liberais, pequenos empresários e ativistas, todos perseguidos políticos que viveram uma inflação de mais de 300% ao ano nos últimos dois anos, além de desabastecimento, fome e burocracia.
Narcos no comando da ditadura
Recentemente, para apoiar sua eleição, Maduro citou uma união Cívico-Policial-Militar. Um tipo de menção inapropriada, que relaciona civismo com estado policialesco e presença militar. É só policial e militar. E por quê?
Os generais na Venezuela do regime de esquerda eram — e são — extremamente despreparados, com uma pobreza absoluta de conhecimento tático e estratégico. Tanto que foram necessários treinamentos militares com países como Cuba, Rússia, China e outros de mesmo viés político. Vale lembrar que o Brasil, sob o governo Lula, acolheu um navio iraniano a caminho da Venezuela, que certamente não estava em missão de paz ou de comércio.
Este treinamento tem sido mais ostensivo nos últimos anos, mas quem eram os generais de 10 anos atrás? Eram antigos narcotraficantes graduados para assumirem altos postos. A antiga força militar, de há 30 ou 40 anos, foi completamente substituída pelos líderes das FARC ou elementos vinculados a ela.
São esses generais, ainda na prática do narcotráfico, que viabilizam as ações de Maduro e sua presença no poder. Maduro não é “o cara”, apenas a parte visível desse sistema, e não conta com a legitimidade que Chávez tinha; é um fantoche de forças criminosas — o que o torna mais inseguro e perigoso.
Sobrevivência ameaçada?
A afirmação de Maduro sobre uma possível guerra civil na Venezuela, ou “banho de sangue”, em suas palavras, pode ser um bom sinal de que há uma chance real de ele não se eleger. Mais que uma bravata do presidente, trata-se de uma questão de sobrevivência de narcotraficantes no poder, e que está acima dele.
Os narcotraficantes estão mandando no país e criaram um sistema patrimonialista. E tudo o que é público se transforma em patrimônio exclusivo dessa organização criminosa cujo último interesse é entregar serviço público para os cidadãos venezuelanos. Soa parecido ao que o governo brasileiro está fazendo por aqui, não?!
Há que se dar crédito às ameaças de Maduro, mais que de qualquer outro bufão da América Latina, mesmo porque diversos institutos de pesquisa demonstram uma possível vitória do candidato Edmundo Gonzalez. Até a imprensa chapa branca aponta 60% de vantagem para a oposição.
Uma eleição que coloca em risco todo o sistema de corrupção, e controle dos recursos naturais da Venezuela, soa muito boa para ser verdade. Mas, é essa a esperança aparente — ao menos nas informações apresentadas até agora.
Caso positivo, pela primeira vez em mais de 20 anos, a Venezuela pode responder nas urnas aos desmandos e crimes de Chávez e Maduro — isso se houver alguma lisura no pleito.
Eleições legítimas?
Venezuelanos radicados no Brasil reagiram, a exemplo do cientista político Roderick Navarro, perseguido pela ditadura socialista de Chávez e Maduro, que explica o processo equivocado das eleições até agora: “Nosso maior desafio é a contagem pública dos votos. Ata e resultados são divulgados antes e só depois é feita uma auditoria, por amostragem. Essa é a nossa luta, fazer com que os votos sejam contabilizados em sua totalidade e publicamente”.
Essa é praticamente a mesma proposta do procurador Dr. Felipe Gimenez, que defende a proposta da contagem pública de votos no Brasil. Assim como nós, que apresentamos na Câmara dos Deputados a Frente Mista para a Reforma Política, a qual inclui profundas mudanças no sistema eleitoral, além do voto auditável.
O ditador venezuelano fechou hoje a fronteira com a Colômbia, bem como os aeroportos, sob o pretexto de evitar as influências externas. Isso já era uma ameaça que agora se concretizou
Evidentemente a fim de proibir a entrada de cidadãos venezuelanos que iriam votar maciçamente na oposição, dentre outras medidas. Portanto, a ação faz parte da tentativa de impedir o voto livre no país.
Se Maduro perder, ele fugirá para outro país ou haverá resistência armada contra os venezuelanos — como ele clama? E se ele ganhar e a população venezuelana se levantar contra o sistema eleitoral? Essas perguntas ensejam alarme suficiente para o Brasil se posicionar. Estamos preparados para quaisquer que sejam os desdobramentos dos resultados dessa eleição na Venezuela? Essa é a única resposta que já temos antes domingo.
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