• Carregando...
Ativista trans que processou depiladoras agora reclama de ginecologista
| Foto:

Faz pouco mais de um mês que a justiça canadense encerrou com uma sentença contundente a batalha da ativista trans Jessica Yaniv contra depiladoras. Ela marcava hora dizendo ser mulher e ficava revoltada quando as profissionais se recusavam a fazer depilação íntima.

O caso, que parece anedótico, rendeu uma reprimenda forte da justiça do Canadá na sentença dada em outubro. Na decisão, dizem que ela teve "conduta imprópria", "entrou com processo por propósitos impróprios" e que seu testemunho foi "dissimulado e egoísta". A questão da depilação em si acabou misturada com o posicionamento contrário aos imigrantes da ativista trans. Como as depiladoras eram estrangeiras - uma é brasileira - tentou conseguir até que fossem deportadas.

Hoje, Jessica Yaniv reclamou em suas redes sociais porque um consultório de ginecologia se recusou a atendê-la porque biologicamente é um homem. O caso das depiladoras começou assim.

"Então um consultório de ginecologia que me indicaram literalmente me disse hoje que 'nós não atendemos pacientes transgênero'. E eu, sendo eu, estou chocada... e confusa... e ferida. Eles têm permissão para fazer isso, legalmente? Não é contra as práticas profissionais?"

"Ginecologistas são parte de uma equipe multidisciplinar que se envolve com pacientes transgênero e não-binários, tanto como parte do estágio de transição por meio de operação ou lidando com os problemas ginecológicos pré e pós transição."

Há um alerta dos especialistas sobre a necessidade de ginecologistas atenderem o público trans, mas obviamente não é o caso de quem nasceu com o sexo masculino, trata-se do oposto.

O site e app Hello Clue, dedicado à saúde da mulher, fez um artigo que mostra a dificuldade dos homens trans - que nasceram mulheres e fizeram transição - para obter atendimento médico ou até para entender que precisam de atendimento médico de acordo com seu corpo. A publicação mostra uma pesquisa em que 52% das pessoas trans relatam ter dificuldades para obter atendimento médico e 26% dizem ter alguma experiência de atendimento negado por serem trans.

A dica dos especialistas em saúde é a óbvia: não importa a orientação sexual de uma pessoa ou como ela se identifica, o que vale na hora de procurar um especialista médico é a biologia. Todo e qualquer ser humano que tenha nascido com vagina, útero e tecido mamário tem de fazer visitas regulares a um ginecologista.

Mesmo as pessoas que nasceram com o sexo feminino e têm identidade masculina ou efetivamente se submeteram a uma cirurgia de transição têm de procurar o ginecologista para acompanhamento. Não é o caso das pessoas que nasceram com o sexo masculino. Há alguns ginecologistas que se especializam a fazem parte de equipes envolvidas em cirurgias de transição, mas eles não são a maioria dos especialistas.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]