Eles tentaram derrubar o helicóptero da polícia que atrapalhou um churrasco na laje

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Não é só no Brasil, em muitos países helicópteros das forças de segurança têm sido utilizados para dispersar da rua e das praias quem insiste em violar a quarentena. Principalmente nas praias, é um instrumento bastante eficaz. Um vídeo completamente inusitado, gravado no domingo de Páscoa em Palermo, sul da Itália, está correndo o mundo e mostrando gente que se rebela contra os helicópteros.

Era um churrasco na laje de um edifício de apartamentos, cheio de gente. Assim que os homens viram o helicóptero da polícia de aproximar, dispararam uma bateria de fogos de artifício contra ele. Aparentemente alterado, um dos participantes da festinha grita: "Contra o vírus!!! Esta é a vitamina contra o vírus!!!"

"Eles não passam de idiotas. Vamos atrás deles e vão ter de arcar com as consequências da lei", disse o prefeito de Palermo, Leonardo di Sica, sobre o episódio.

Muitas pessoas têm reagido de forma bizarra, predatória ou desumana a medidas de Saúde Pública tomadas por governos, mas o caso específico pode ter um componente a mais: a máfia siciliana, que permanece enraizada na Sicília.

Diante da interdição de circulação aliada à dificuldade econômica, o grupo que há décadas é combatido duramente está tentando outras formas de se reiventar e busca estabelecer zonas de poder em meio ao caos.

Todos os governos têm tido dificuldades sérias para enfrentar a pandemia, já que há uma demanda nunca antes vista pelos sistemas de saúde e economia ao mesmo tempo, tarefa para a qual muitos homens públicos não estão preparados. O crime organizado aproveita esse tipo de brecha para tentar estabelecer poder, seja ajudando a controlar a quarentena, desafiando policiais ou atuando como agiotas, enfim, exercendo qualquer atividade que caberia ao Estado ou à sociedade civil organizada.

Ainda não foram confirmadas as identidades dos homens envolvidos no churrasco de Páscoa na laje com ataque ao helicóptero da polícia.

Madeleine Lacsko

Madeleine Lacsko é jornalista desde a década de 90. Foi Consultora Internacional do Unicef Angola, diretora de comunicação da Change.org, assessora no Supremo Tribunal Federal e do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alesp. É ativista na defesa dos direitos da criança e da mulher. **Os textos da colunista não expressam, necessariamente, a opinião da Gazeta do Povo.

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