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Facebook e Instagram prometem bloquear Fake News. Você acredita?
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Duas das redes sociais que pertencem a Mark Zuckerberg anunciaram que desenvolveram um novo mecanismo para impedir a proliferação de Fake News. Não vão impedir as publicações nem derrubar, arrisco dizer que isso reduziria significativamente a quantidade do que é postado na plataforma e, consequentemente, o lucro de seus donos. Novos mecanismos vão rastrear o que é falso e tomar providências para reduzir a circulação.

O primeiro mecanismo é o que vai colocar avisos nas próprias postagens, sejam elas na timeline ou nos stories, dizendo que se trata de algo falso. Também será postado, à revelia do usuário, o link com o conteúdo correto. E isso servirá tanto para fotos quanto para notícias manipuladas. A baliza das notícias serão os checadores independentes.

Haverá sanções contra quem compartilha notícias falsas ou fotos montadas repetidamente, depois de ter visto os avisos. A pessoa perderá o "direito" de pagar para impulsionar conteúdo, terá a distribuição reduzida e a oportunidade de monetização restrita. Também serão disponibilizados os dados reais de quem mantém uma página - não um perfil - para que seja possível entender, por exemplo, quando se trata de um projeto de marketing feito por empresa especializada mas com cara de algo espontâneo.

Foi anunciado também um projeto dedicado especificamente ao universo político, o Facebook Protect, que terá uma série de medidas para proteger contas de candidatos no período eleitoral. Parecia tudo muito perfeito até que Mark Zuckerberg teve de depor no Congresso dos Estados Unidos, onde vira e mexe presta contas do uso indevido de dados das pessoas. Dessa vez, foi a esquerda norte-americana que localizou o ponto nevrálgico: não vai haver nenhuma fiscalização de Fake News em anúncios políticos.

Parece brincadeira, mas é realmente isso o que foi anunciado. O principal problema de mentiras que levaram pessoas a tomar decisões políticas, pessoais e de compras é nas postagens patrocinadas, nos anúncios. Aliás, é por meio desses anúncios que empresas como a Cambridge Analytica conseguiram construir uma verdade paralela para pessoas em diversos países, atendendo os mais variados interesses. Só que isso não entra na nova política contra Fake News do Facebook.

Mark Zuckerberg diz que o Facebook é "provavelmente" capaz de verificar a veracidade de notícias fotos e vídeos que estão em sua plataforma como anúncios, mas o plano agora é que não sejam monitorados. Outros planos virão e terão buracos técnicos semelhantes. Se as plataformas digitais não lucrassem - e tantos bilhões - com os dados coletados por meio do tráfego de informações falsas, aposto que o problema já teria sido resolvido sem necessidade de tanto debate.

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