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Números mostram a força da sociedade civil na guerra contra o coronavírus no Brasil
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O comportamento da sociedade brasileira tem sido solidário e responsável apesar dos conflitos políticos e da ausência de um plano central claro, amplo e estruturado para saúde e economia durante a pandemia de coronavírus. É o que aponta levantamento apresentado a CEOs e diretores de grandes empresas pelo Boston Consulting Group, tradicional empresa de consultoria empresarial com sedes em mais de 90 países.

Mesmo sem uma diretriz clara e unificada como houve na Alemanha, a sociedade civil brasileira se comporta de maneira semelhante e pratica distanciamento social em níveis mais eficientes que os Estados Unidos.

A medição é feita verificando que tipos de atividades as pessoas decidiram abrir mão de fazer. Aqui vamos muito além da questão do trabalho, mas se trata de uma soma de atividades que fazemos no cotidiano e foram diminuídas em função da pandemia. Obviamente a questão trabalho não depende apenas de conscientização sobre o risco do vírus, mas há outras que dependem e o brasileiro tem colaborado.

Os países que obtiveram mais isolamento social efetivo são os que realmente impuseram quarentena ou lockdown, regimes em que a pessoa pode até ser multada e presa se estiver na rua quando não deve, casos da Itália, Espanha e França. A redução nas atividades tem sido parecida com a da Alemanha, um geral de 54%.

Como não há um plano concreto, unificado e de médio prazo com medidas de saúde e econômicas para enfrentar a pandemia, o Brasil é o país que menos conseguiu reduzir movimentação para trabalho entre os 5 analisados. Mas os cidadãos reduzem outras atividades em níveis maiores que americanos e europeus.

A famosa saída para lazer ou recreação diminuiu 71% e a ida a parques diminuiu 70%. Para se ter uma ideia, a ida a parques caiu apenas 19% nos Estados Unidos e 49% na Alemanha. As saídas para compras de mercado e farmácia caíram 35%, ou seja, o brasileiro realmente se reorganizou.

Obviamente os hábitos e realidades sociais são diferentes entre os países pesquisados. Por isso, o Boston Consulting Group fez também um comparativo entre quanto os brasileiros saíam para várias atividades além do trabalho e quanto estavam fazendo entre 31 de março e 2 de abril. O gráfico mostra o número de vezes em que cada uma das atividades era feita por semana e qual a nova realidade.

As atividades de lazer foram diminuídas em 89%, as reuniões em espaços públicos caíram 88%, visitas a amigos e família diminuíram 79%, atividade física fora de casa caiu 78%. Essas são atividades que dependem exclusivamente da vontade das pessoas e da consciência com a necessidade de colaborar. A ida a trabalho e escola caiu 69%, mas é algo que não pode ser apenas decidido por cada pessoa, tem uma série de outras implicações. As compras, todas elas, seja de mercado, farmácia ou outros ítens foram reorganizadas pelas famílias, que estão saindo menos vezes por semana.

Muitos brasileiros praticam o esporte de falar mal do Brasil e do nosso povo. Diante dos números, até esses têm de reconhecer que somos solidários e conscientes nos tempos difíceis. Imagine como seria mais fácil superar essa crise se nossos políticos tivessem o mesmo senso de dever e o mesmo desprendimento da sociedade civil.

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