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O novo normal
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Hoje, 1 bilhão e meio de crianças em todo o mundo estão fora da escola devido à pandemia de coronavírus. Várias tentativas de ensino à distância e home schooling estão sendo testadas pelo mundo, mas a importância da escola vai além de aprender. O desejo da maioria das famílias é que a convivência escolar seja possível novamente e o quanto antes. A OCDE, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, publicou hoje um guia, assinado por duas de suas consultoras em Aprendizado Efetivo, falando da nova realidade escolar.

Muitos temos a ilusão de que, uma vez controlada a pandemia, tudo voltará a ser como conhecemos. Não é o que a história mostra sobre pandemias anteriores. Há um período de adaptação e, muitas vezes uma nova noção de normalidade.

Países que investiram em testagem em massa, rastreamento e acompanhamento dos casos de infecção por coronavírus já começam a ter condições de pouco a pouco ir rompendo o isolamento social de forma programada. É o que já ocorre na China e em dois países da OCDE, Dinamarca - que reabriu creches semana passada - e Noruega - que deve reabrir na semana que vem.

Não há ainda uma fórmula pronta ou regras universais de como fazer a reabertura de escolas, a OCDE só sabe que precisa ser um planejamento cuidadoso e detalhado envolvendo, além das autoridades de Educação, as autoridades de Saúde Pública. Como e quando reabrir as escolas depende de quanto cada localidade foi afetada pela pandemia e se conseguiu reagir adequadamente, rastreando e controlando a contaminação.

A OCDE prevê 3 novas tendências para os ambientes educacionais após a pandemia: distanciamento social, reforço de aulas online e novos hábitos de higiene.

A questão do distanciamento social é um desafio primeiramente arquitetônico. As salas de aula são mais ou menos padronizadas no mundo todo, uma média de 60m2 para 30 carteiras de estudantes. Como fazer com que eles mantenham 2 metros de distância entre si e dos professores?

Uma opção seria mudar o calendário de forma a dividir turmas em grupos menores. Outra seria dar aulas em espaços como cantinas, ginários de esportes, bibliotecas e auditórios. E as duas soluções podem ser misturadas, tendo a possibilidade de fazer parte das aulas de forma presencial e a outra online.

Ventilação adequada passa a ser algo muito importante nas escolas, o que será um desafio para os países frios. Já os de clima mais amenos podem, inclusive, tentar aulas ao ar livre, desde que seja na sombra.

Outra ideia é a de colocar marcas no chão, como mercados e farmácias em todo o mundo já estão fazendo, para que os alunos tenham uma ideia da distância das outras pessoas e não se esqueçam de que é necessário manter o distanciamento, um hábito muito novo.

Os novos hábitos de higiene, pelo menos na fase inicial após o controle da pandemia, são previstos em 3 áreas pela OCDE.

1. Espaços e serviços: as escolas terão de ter uma estrutura que possibilite o isolamento social e podem ter de construir quartos de isolamento para suspeitas de COVID-19. A limpeza também terá de ser reforçada e feita com mais frequência.

2. Uso de produtos de higiene: o uso de máscaras e luva deve ser adotado. Além disso, devem estar disponíveis álcool em gel e lenços desinfetantes para limpar cadeiras e mesas. Escolas que usam sabão em barra nos banheiros deverão substituir por sabão líquido.

3. Treinamentos: as escolas terão de treinar alunos, professores e funcionários em hábitos básicos de higiene e sinalização para que os outros se afastem. Possivelmente será necessário treinamento sobre sintomas e efeitos do coronavírus.

A educação à distância deve ser reforçada e, num primeiro momento, isso escancarou para muitos governos o problema da desigualdade. Aqueles que não têm acesso a internet de boa qualidade ficam tem ter acesso ao ensino. Vários governos no mundo estão tentando alternativas para diminuir as diferenças. Há, por exemplo, os que distribuíram tablets ou computadores com acesso a 4g. Na Inglaterra, o Ministério da Educação resolveu fazer um plano nacional para que todas as crianças tenham acesso à educação online. Também há governos que estão utilizando canais alternativos de rádio e televisão para ensino à distância.

"Embora não possamos prever como a vida nas escolas mudará após a pandemia, dado que pandemias têm múltiplas ondas, nós precisamos aprender rapidamente as lições da crise atual para construir estratégias robustas para o futuro", conclui a OCDE.

Ainda sabemos pouco sobre esse vírus e esta pandemia específica, estamos diante de um inimigo invisível que se abateu sobre a humanidade como uma praga há poucos meses e nos tirou muito do que tinha significado no dia-a-dia. Mas nós sabemos do ser humano e da nossa história. Pandemias são vencidas com disciplina, persistência, trabalho duro, serenidade, união e solidariedade.

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