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Foto: Andre Sousa Borges
Foto: Andre Sousa Borges| Foto: Andre Sousa Borges

“Uma pena, prefiro cuidar dos estábulos, ficaria mais perto da égua sarnenta e desdentada da sua mãe”. Publicadas em redes sociais, mensagens assim podem levar o sujeito desavisado a intuir que elas foram escritas por adolescentes necessitados de um corretivo. Faz sentido. Nesse caso, entretanto, o palpite passa longe da realidade: a reflexão é da lavra de um adulto, o ministro da Educação, Abraham Weintraub.

O comentário transparece ira e aversão ao diálogo, mas, em se tratando de Weintraub, não chega a impressionar. Passados pouco mais de sete meses no comando de uma pasta que deveria merecer atenção especial, o ministro já deixou clara a sua vocação para o bate-boca e ofensas à norma culta.

Seria Weintraub o ministro mais incapaz dentre tantos ministros incapazes? O questionamento só perde em amargor para a constatação de que não há resposta imediata disponível.

Ricardo Salles, por exemplo, não pode ser ignorado. Talvez não tenha existido responsável pelo Meio Ambiente mais inapto e pouco interessado nas pautas que afligem a comunidade científica, como a mudança climática, a defesa da flora, da fauna e toda sorte de ecossistemas.

O caso de Salles é agravado pelo duo que se estabeleceu entre ele e o chanceler Ernesto Aráujo. É como se uma intersecção de vexames se acumulassem. Situações capazes de levar o nome do Brasil para um posto que nunca foi seu: o de pária internacional. A recente coça que levamos de líderes estrangeiros e da mídia global não se deu apenas pelas queimadas e a lentidão do governo em atuar. A merecida antipatia se deu — ainda se dá — por conta da truculência; de um discurso por vezes antidemocrático e inimigo das evidências científicas.

Ainda na prateleira ministerial, apenas mudando para um nome que desde as eleições foi acalentado pelo mercado financeiro e parte da sociedade ávida por se convencer que o bolsonarismo não era de todo um caso perdido, Paulo Guedes decepciona até aqui. E não apenas pelo fato de, a exemplo de seus pares, demonstrar uma espécie de prazer pessoal em incomodar e ser deseducado — seu ataque à primeira-dama da França foi tão gratuito quanto imperdoável. O ponto é que Guedes fala mais do que deveria.

Até o momento, o ministro da Economia se mostra um vendedor dos piores. Daqueles que costumam prometer o impossível. Como acontece na maioria desses casos, de início o fascínio chega a acontecer, entretanto o descrédito acaba sendo proporcional à expectativa criada.

Não me sinto em condições de dissertar sobre a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Até folclore precisa ter limites.

Tenho para mim que a questão sobre o pior ministro pode muito bem ser irrespondível. Todavia cada um deles foi nomeado. Existe portanto um aspecto em comum. O pior de todos, quem sabe, talvez não seja nenhum deles. E sim quem os escolheu.

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