Não importa o número de gafes, os raciocínios por vezes confusos e as falas entrecortadas que pouco a pouco suscitam temores a respeito de sua idade, o fato é que Joe Biden desponta com folga nas pesquisas sobre a nomeação democrata à Presidência. Acontece que a liderança inabalável até aqui e o fato de o ex-vice-presidente poder se tornar o mandatário americano mais longevo na história — aos 78 anos, assumiria com mais tempo de vida do que Ronald Reagan quando deixou o cargo — aceleram uma discussão: quem seria o seu companheiro de chapa ideal?
Há quem aponte para aquela que mais tem lhe dado dor de cabeça até o momento, a senadora pela Califórnia, Kamala Harris (54). Após dois debates em que partiu de maneira decisiva para cima de Biden, argumenta-se que Harris demonstra a energia necessária para contrabalancear o tema idade. De quebra, a simples presença de uma mulher negra iria ao encontro de duas causas tradicionalmente importantes para o público democrata.
Acontece que o ex-vice-presidente já tem uma invejável penetração no eleitorado negro e latino, herdada dos mandatos em que esteve ao lado de Barack Obama. E, apesar da eletricidade que consegue transmitir durante os confrontos com seus oponentes, a senadora tem sofrido críticas por não ser muito clara a respeito do seu plano para a saúde. Para finalizar, Harris não ultrapassou a barreira dos 11% nas últimas consultas — atrás não só de Biden, mas também dos senadores Bernie Sanders e Elizabeth Warren.
Considerando que os próprios Sanders (77) e Warren (70) não seriam capazes de trazer o frescor necessário para o ticket, embora apresentem um bom desempenho nas pesquisas, começam a surgir opiniões de que Pete Buttigieg (37), prefeito de South Bend, em Indiana, tenente da reserva da Marinha e dono de uma oratória inquestionavelmente rara, possa ser a melhor indicação.
Como se nada disso fosse suficiente, Buttigieg é gay assumido. Tendo inclusive apresentado o seu marido durante a campanha.
Não resta dúvida, caso queira optar por alguém que acalme o fervor progressista dentro do Partido, uma ala que, apesar de se render à tese de ser ele o candidato mais preparado para derrotar Trump, não se anima com o seu perfil de político tradicional e homem branco quase octagenário, Buttigieg pode ser a solução.
A dúvida é se o eleitor moderado está preparado para ter um homossexual tão próximo do poder máximo. Mais do que isso, um homossexual que, considerando a hipótese de Biden ficar só um mandato, reuna totais condições de realmente se tornar o primeiro presidente gay na história dos Estados Unidos.
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