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Bastidores: Petraglia revela ameaças ao Athletico na final da Libertadores 2005

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Mauro Cezar Pereira
04/07/2020 14:43 - Atualizado: 29/09/2023 16:48
Bastidores: Petraglia revela ameaças ao Athletico na final da Libertadores 2005
| Foto: Pedro Serápio/Arquivo/Gazeta do Povo

O conteúdo abaixo foi publicado em 24/9 de 2018 na coluna do Mauro Cezar. Está sendo republicado por ocasião dos 15 anos da decisão entre Athletico e São Paulo pela Libertadores de 2005.

“A partida não será na Arena. O estádio do Athletico não tem condições de receber 40 mil pessoas e não adianta fazer mais nada porque a posição da Confederação é definitiva”. A frase do diretor de comunicações da Conmebol, Nestor Benítez, em junho de 2005, praticamente sentenciou a derrota do Furacão na final da Libertadores daquele ano.

O estádio rubro-negro, então apto a receber 24 mil torcedores, recebeu obra relâmpago com a instalação de arquibancadas provisórias que elevariam a capacidade em 16 mil lugares. O Santo André, por sinal, havia utilizado estrutura do gênero na fase de grupos no Estádio Bruno José Daniel. Mas todo o esforço atleticano foi em vão.

“Um clube emergente como o nosso, de repente começa a aparecer e em poucos anos tinha seu Centro de Treinamentos, seu estádio… Foi campeão brasileiro em 2001, quase bi em 2004 e finalista da Copa Libertadores em 2005. Isso assustou muito o establishment“, disse à coluna o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mario Celso Petraglia.

Assim, a primeira partida decisiva diante do São Paulo aconteceu em Porto Alegre, no neutro Beira-Rio, a 750 quilômetros da capital do Paraná. Longe do seu caldeirão, o Athletico não foi além de um empate (1 a 1). Sem a vantagem que esperava adquirir na Arena, na volta o time rubro-negro levou um gol aos 16 minutos no Morumbi e terminou goleado por 4 a 0.

“O Leoz (Nicolás, então presidente da Conmebol) tinha envolvimento muito forte com o São Paulo Futebol Clube, com o Marco Polo Del Nero (era presidente da Federação Paulista), ele estudou engenharia em São Paulo e tinha essa ligação. A LG era promotora da Conmebol e do São Paulo”, relata Petraglia.

“Temos até hoje todas as comprovações legais e atestados exigidos por Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, todos os órgãos competentes, comprovando que nossa capacidade era de 40 mil lugares. Foi uma canetada absurda que impediu que o Athletico jogasse a final em seu estádio”, protesta.

O gosto amargo na boca de cada atleticano persiste. Era a sensação de que, diante de um oponente mais forte e influente, perdera a chance de igualar o duelo fazendo a diferença em casa, como ocorria desde o Brasileiro conquistado em 2001. Os são-paulinos, por sinal, só venceram na Arena pela primeira vez em 2018.

“Claro que se fosse o Palmeiras ou o Vasco da Gama, que tiveram finais da Libertadores jogando em seus estádios… o Palmeiras jogou a final no Parque Antártica! Não tenho dúvida de que não fariam a canetada“, afirma o dirigente do Furacão.

Bastidores pesam no futebol. Na época, o São Paulo não queria jogar no estádio atleticano, apoiado no tolo item do regulamento que exigia 40 mil lugares, quando a Arena tinha totais condições de receber a partida. Era, então, um dos mais modernos palcos do país. Força política, capacidade de articulação e influência pesam nessas horas.

“Nosso pessoal esteve na sede da Conmebol, foi falar com o secretário-geral porque o Leoz sumiu, desapareceu; e por falta de argumentos, ele, num cinismo absurdo, desonesto, disse: ‘resoluciones superiores’. E nos ameaçou, dizendo que se o Atlético não fosse jogar no Beira-Rio seria suspenso, rebaixado e perderia o registro de todos seus atletas”, relata Mario Celso Petraglia.

Siga o diário da final entre Athletico e São Paulo em 2005!

Especial: O ano em que o Athletico descobriu a América; clique!

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