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Mauro Cezar Pereira
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Seleções, em baixa, se enfrentarão pela semifinal de uma Copa América de nível técnico risível

O pior Brasil x Argentina da história?

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Mauro Cezar Pereira
30/06/2019 21:28 - Atualizado: 29/09/2023 16:49
Éverton, destaque da seleção na Copa América.
Éverton, destaque da seleção na Copa América. | Foto: Pedro Martins / MowaPress

Em baixa, Brasil e Argentina se enfrentarão pela semifinal de uma Copa América que apresenta nível técnico risível, avaliação óbvia com a qual ambas as seleções colaboraram. Fora a goleada sobre o Peru, os comandados de Tite nada de bom apresentaram na competição. Já Messi e seus companheiros não foram bem, exceto no jogo mais recente, os 2 a 0 sobre a Venezuela.

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Venezuelanos que evoluíram claramente, não por acaso foram vice-campeões mundiais Sub-20 há dois anos. Mas isso não desobriga as seleções mais fortes e tradicionais de superar a equipe vinotinto, algo que os brasileiros não conseguiram, em um de seus dois 0 a 0 em quatro partidas. Os argentinos passaram por esse adversário, e nem correram grandes riscos nos 2 a 0.

Os dois tentos da Albiceleste naquele confronto foram, por sinal, os únicos em quatro partidas pelas quartas-de-final. Sim, 360 minutos de futebol e apenas dois gols marcados, com Lautaro El Toro Martínez e Giovani Lo Celso indo às redes e fazendo a Argentina avançar sem a necessidade de disputar nos pênaltis, por meio dos quais Brasil, Chile e Peru obtiveram suas classificações.

Mesmo com jogadores como Roberto Firmino, Everton Cebolinha, Philippe Coutinho, Súarez, Cavani, Arrascaeta, Alexis Sánchez, Aránguiz, Vidal, Cuadrado; James Rodríguez, Falcao Garcia, Guerrero e Cueva, as três outras partidas não movimentaram o placar. Algo sofrível nesse torneio com nível técnico baixíssimo, que faz sentir saudades dos piores jogos disputados no Brasil.

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O time brasileiro é mais organizado do que o argentino, especialmente na defesa. Mas peca demais no ataque, especialmente quando o oponente se fecha ferozmente, como se viu nos duelos ante Venezuela e Paraguai, algo que os argentinos dificilmente farão. A contrapartida favorável ao time de Messi é o maior poderio ofensivo. Ele, que não foi bem contra a Venezuela, em especial.

Poucas vezes em toda a história dos duelos entre brasileiros e argentinos no futebol as duas seleções se cruzaram em fase tão ruim. O que não alimenta expectativas quanto à qualidade do jogo da noite desta terça-feira em Belo Horizonte. Se o cotejo for pelo menos emocionante, menos mal. E é o mínimo que Brasil e Argentina têm que oferecer.

***

Na outra semifinal, o bicampeão da Copa América, Chile, algoz da Colômbia; é favorito no duelo com o Peru, que eliminou o Uruguai nos pênaltis após 90 minutos sem sequer finalizar na direção do gol adversário. Mas o confronto entre chilenos e peruanos nunca se limita ao futebol, devido à Guerra do Pacífico, travada entre os dois países mais a Bolívia entre 1879 e 1884.

O confronto resultou em batalhas nas quais os chilenos se impuseram com maior força militar, até a rendição peruana e a assinatura do tratado de paz em 20 de outubro de 1883. O Peru se viu forçado a aceitar as condições do Chile, que anexou o território de Tarapacá e as cidades de Arica e Tacna, que já no século 20, em 1929, seria devolvida ao governo peruano.

O prejuízo da Bolívia foi maior, com a trégua em 4 de abril de 1884 e um tratado de paz definitivo 20 anos depois. Sem opção, o governo boliviano reconheceu Antofagasta como pertencente ao Chile. Consequentemente, a nação perdeu sua costa para o Pacífico e a saída para o mar. Até hoje os dois países disputam a soberania sobre o território no Tribunal Internacional de Haia.

Em 2014 essa mesma corte deu ganho de causa ao Peru na disputa com o Chile pelo controle de parte do litoral do Oceano Pacífico. Em tese tal decisão ameniza o clima entre os países, mas nem tanto. O orgulho ferido dos peruanos entra em campo sempre que do outro lado estão os chilenos. Resta saber se isso bastará para que superem um adversário que é tecnicamente melhor.

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