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Mauro Cezar Pereira
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Análise

Crise financeira no futebol brasileiro se agrava em 2020 e 2021 já preocupa

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Mauro Cezar Pereira
05/04/2020 20:40 - Atualizado: 29/09/2023 16:49
Sem jogos, sem renda e estádios vazios: crise por conta do coronavírus já preocupa para 2021
Sem jogos, sem renda e estádios vazios: crise por conta do coronavírus já preocupa para 2021 | Foto: Jonathan Campos/Arquivo Gazeta do Povo

O futebol brasileiro sofrerá perdas financeiras irrecuperáveis se não voltar até julho. A previsão é de César Grafietti, especialista em análises de balanços dos clubes de futebol e que anualmente capitaneia a equipe responsável pelos densos trabalhos desenvolvidos pelo Itaú BBA, esmiuçando as finanças dos clubes e detalhando-as.

>>Tempo real: acompanhe as consequências do coronavírus no esporte

O cenário, que há décadas é ruim para a massacrante maioria, se apresenta como cada vez pior. Clubes discutem reduções salariais, até tentam impo-las, mas em alguns deles os atletas não aceitam. Caso do São Paulo, ainda com pendências ante o seu elenco e acenando com cortes de 50% no valor em carteira e suspensão dos direitos de imagem.

"No Brasil isso seria como normalizar uma situação, o clube já não pagava e continuaria não pagando. Dá até para entender a postura dos atletas em alguns momentos, de recusar acordos salariais nesse sentido. Mas o futebol certamente sairá mais fragilizado neste momento pelos atrasos todos e falta de partidas", prevê Grafietti.

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Para o especialista, o caminho da recuperação, que será árduo, passa pelo organização, com ações conjuntas. "As individuais não resolverão os problemas da indústria do futebol como um todo. É realmente preocupante o ano de 2020, pois os clubes sofrerão e não vejo capacidade para que eles cresçam", acrescenta.

O analista destaca que nas próximas semanas os clubes divulgarão seus balanços do ano passado (devem fazê-lo até o final de abril). "Números de 2019 ruins, certamente, e piores em 2020, provavelmente, com um grave problema para 2021. O coronavírus é apenas o início do problema, que se estenderá para um ou dois anos, até que o futebol e a economia voltem às condições anteriores. Todos devem pensar em conjunto", insiste Grafietti.

>> Coronavírus deveria levar o futebol a uma grande revolução

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São Paulo completou na sexta-feira (3) quatro anos de torcida única nos clássicos. As brigas, que já eram raras nos estádios, mas frequentes longe deles, seguem acontecendo por toda a região metropolitana da capital paulista. Uma medida comprovadamente inútil e que fere o futebol, tira do cidadão o direito de ver o seu time em campo.

Em Curitiba já se adotou essa suposta forma de "combate à violência", com resultados parecidos, ou seja, pancadaria por diferentes pontos da cidade, longe dos locais das partidas, inclusive. Houve ainda a patética ideia da "torcida humana", já sepultada. São ações que apenas iludem parte da sociedade, nada mais.

Enquanto as autoridades não forem eficientes e rigorosas nas punições aos protagonistas dos conflitos, dificilmente o problema será contornado. Vetam os torcedores visitantes, punem torcidas organizadas inteiras, os CNPJs, mas os CPFs seguem livres, leves e soltos. Até quanto insistirão nessas ações ineficientes?

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