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Mauro Cezar Pereira
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Palmeiras forte, o incrível Fluminense e Renato com um Grêmio ruim

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Mauro Cezar Pereira
20/05/2019 01:20 - Atualizado: 29/09/2023 16:49
João Pedro, do Fluminense, Deyverson, do Palmeiras, e Geromel, do Grêmio.
João Pedro, do Fluminense, Deyverson, do Palmeiras, e Geromel, do Grêmio.

Sábado foi um dia diferente para o futebol brasileiro, com dois jogos que caracterizaram confrontos de escolas, de estilos, um no Rio de Janeiro, outro em São Paulo. Saudável em nosso quase monotemático jogo com a marca da rejeição à bola.


No Maracanã, o Fluminense finalizou 20 vezes (12 na direção do gol), contra três do Cruzeiro. Detalhe: o time mineiro tem a segunda folha de pagamento mais cara de toda a Série A, já os tricolores possuem a 11ª no mesmo ranking.

>> Tabela e classificação do Brasileirão 2019

Final: 4 a 1 para os tricolores, enquanto no Pacaembu o Palmeiras impunha ao badalado Santos incontestáveis 4 a 0. Sim, como de hábito o time de Jorge Sampaoli criou, agrediu. Ao todo, 12 arremates, mas os palmeirenses foram além, com 17.

Os santistas ficaram com a bola 64,5% do tempo, mas perderam feio, enquanto o Fluminense tinha a posse por 54% da peleja e vencia. Se o Palmeiras trocou menos passes certos e venceu, o Cruzeiro também teve menos a pelota e perdeu.

Jogos que registraram triunfos incontestáveis de times com perfis absolutamente distintos. Campeão brasileiro, o Palmeiras tem postura clara e assumida: fica o menor tempo possível com a bola, se defende fortemente e resolve rapidamente os lances.

Os palmeirenses estão apenas na 17ª colocação no ranking de posse de bola da Série A, à frente apenas de Bahia, CSA e Goiás. Marca quase inacreditável para um líder e atual campeão com o mais farto e caro elenco de toda a competição.

Em geral, os times mais qualificados tecnicamente detêm por mais tempo a pelota. Não é difícil entender o motivo, afinal, equipes que possuem os melhores jogadores costumam desejar mais a bola, trocar passes, conduzi-la, enfim.

No Brasil nem sempre é assim, e times com atletas talentosos e sistemas defensivos eficazes dominam como em nenhuma grande liga do planeta. Não por acaso o Cruzeiro reativo, hoje em pífia fase, é bi da Copa do Brasil e o Palmeiras campeão nacional.

O Fluminense tenta inverter essa ordem. E isso é ótimo para o futebol, no país quase refém de um estilo quase único de recusa à posse de bola que impera há anos, salvo exceções. Seja bem-vinda à bola que rola em Terra Brasilis, “Dona” Diversidade.

>> Guia dos jogos na TV: onde assistir Brasileirão, Libertadores, Sul-Americana

João Pedro, do Fluminense, comemora gol durante partida contra o Cruzeiro. Foto: Amdré Melo Andrade/Estadão Conteúdo

João Pedro, do Fluminense, comemora gol durante partida contra o Cruzeiro. Foto: Amdré Melo Andrade/Estadão Conteúdo João Pedro, do Fluminense, comemora gol durante partida contra o Cruzeiro. Foto: Amdré Melo Andrade/Estadão Conteúdo

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“Se goleiro fosse bom com os pés, jogaria de centroavante ou no meio-campo”. A frase de Vanderlei Luxemburgo após o empate com o Avaí (1 a 1 com gol do time catarinense no lance derradeiro) no Rio de Janeiro resume muita coisa.

O novo técnico do Vasco disse, em seguida, que prefere “sair jogando com tranquilidade” e que por isso não gosta de arqueiros que participam com a pelota nos pés. Mas é justamente por isso que os goleiros são requisitados de tal forma.

Ora, o futebol atual tem como característica a pressão sobre a defesa do time que tenta sair jogando. A participação do goleiro com os pés ganhou importância por isso, justamente na tentativa de sair jogando sem rifar a bola.

Claro que, para quem atua no gol, mais importante do que saber chutar a bola é ter a capacidade de evitar que ela entre na meta com as mãos, com o corpo inteiro. Mas conseguir trocar passes é, sim, relevante, exceto para quem parou na virada do século.

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Pedro Geromel, do Grêmio, em partida contra o Ceará. Foto: Jarbas Oliveira/Estadão Conteúdo

Pedro Geromel, do Grêmio, em partida contra o Ceará. Foto: Jarbas Oliveira/Estadão Conteúdo Pedro Geromel, do Grêmio, em partida contra o Ceará. Foto: Jarbas Oliveira/Estadão Conteúdo

O fracasso do Grêmio, derrotado pelo Ceará em Fortaleza, significou o quinto jogo sem vitória e o terceiro perdido pelo bicampeão gaúcho, que ergueu a Libertadores em 2017. Um começo vergonhoso de Campeonato Brasileiro. Desempenho e resultados patéticos.

Renato “Gaúcho” Portaluppi deveria ir além dos clichês como “deu mole” e “o Grêmio vai subir”. Explicações mais profundas seriam mais do que fundamentais. Mas após a peleja elas não vieram. Os gremistas nunca ficaram contra a parede como agora desde a volta do ídolo.

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Pep Guardiola com o troféu da FA Cup. Foto: AFP

Pep Guardiola com o troféu da FA Cup. Foto: AFP Pep Guardiola com o troféu da FA Cup. Foto: AFP

O Manchester City faturou todos os troféus possíveis na Inglaterra entre 2018 e 2019. Quatro ao todo, o da Supercopa, da Copa da Liga, bi do campeonato (Premier League) e da FA Cup (Copa da Inglaterra). Pep Guardiola simplesmente dominou totalmente o futebol na terra onde ele foi criado em três temporadas.

Jamais um clube conseguira tudo isso na mesma temporada, e os ingleses jogam desde 1871. Um feito absurdo, coroado com os 6 a 0 sobre o Watford na final do torneio mais antigo do mundo, placar que é um dos maiores da história da FA Cup e não ocorria há 116 anos.

E ainda há quem questione o técnico por uma eliminação no mata-mata da Champions League com gol nos instantes finais, com interferência do VAR e desclassificação definida pelos tentos assinalados fora de casa. É preciso muita má vontade com o futebol para pensar assim.

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