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Mauro Cezar Pereira
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Eles fazem o impossível. E a boa notícia: você não precisa escolher entre Messi e Cristiano Ronaldo

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Mauro Cezar Pereira
17/03/2019 22:56 - Atualizado: 29/09/2023 16:50
Fotos: AFP
Fotos: AFP

O mundo ficou assombrado quando Cristiano Ronaldo fez os três gols da vitória da Juventus sobre o Atlético de Madrid. Depois de perder por 2 a 0 na Espanha, o time de Turim precisava bater a difícil defesa adversária exatamente por um gol a mais. E o fez graças ao desempenho soberbo do craque português, contratado com a missão de levar a heptacampeã italiana à reconquista da Europa via Champions League. Sem ele, a batalha de terça-feira, na Itália, seria perdida, com toda certeza.

Dez dias antes, nos 3 a 2 sobre o Sevilla, Lionel Messi chegou ao 50º hat-trick, expressão utilizada quando alguém consegue marcar pelo menos três gols no mesmo jogo. E o fez em grande estilo, com gols espetaculares e movimentos improváveis para levar a pelota às redes adversárias. Por sinal, o time da Andaluzia não vence o Barcelona desde um triunfo por 2 a 0 no qual o argentino não esteve em campo. Sem ele, neste confronto recente o placar provavelmente se repetiria.

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Como se não bastasse, 24 horas depois do show histórico de Cristiano Ronaldo, Messi levou o Barça a avançar na Champions com dois gols e duas assistências nos 5 a 1 sobre o Lyon. Não ameaça a liderança do português como maior goleador da competição (124 tentos contra 106), mas na média o argentino leva a melhor, 0,82 gol por cotejo a 0,77. Isso porque o camisa 10 jogou 131 partidas e CR7 160. Eles são os únicos com mais de uma centena de gols na história do certame.

Ainda na maior competição europeia de clubes, Cristiano se igualou a Lionel em hat-tricks na peleja diante do Atlético de Madrid, agora cada um tem oito. O time espanhol, dirigido por Diego Simeone, conhecido por sua rigidez defensiva e jogo de luta, garra, entrega, é um dos mais difíceis de serem batidos na Europa. Contudo, em suas últimas cinco eliminações em mata-mata da Champions League, o algoz foi Ronaldo, vestindo diferentes camisas nesses duelos (abaixo).

Eliminações do Atlético diante de CR7
2013/2014: final contra Cristiano
2014/2015: quartas-de-final contra Cristiano
2015/2016: final contra Cristiano
2016/2017: semifinal contra Cristiano
2018/2019: oitavas-de-final contra Cristiano
Fonte: Mister Chip

Neste domingo, cinco dias após o show do gajo, Messi retornou a Sevilha, desta vez para encarar o outro time andaluz, o Real Bétis. Vitória por 4 a 1 com três gols do genial camisa 10. Pela 51ª vez ele marcou um triplete, outra forma de se definir tal feito. Como na exibição de gala anterior na mesma cidade, sem os tentos do argentino o time catalão, em tese, não sairia de campo com a vitória. A diferença que faz é monstruosa.

Já na história da Liga dos Campeões, algumas marcas do português são inacreditáveis como a classificação desta semana. Se ele tem o maior número de gols na competição, 124, tal condição segue em suas mãos se forem retirados os marcados em cobranças de pênalti, pois restariam a ele 108, a exemplo de Messi. Só pelo Real Madrid, deixando de lado os outros clubes que defendeu, ele soma 105!

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Pelo maior campeão europeu, o segundo colocado na artilharia história da Champions é o ex-ídolo Raúl, com 71, que tem 67% dos gols que o português já acumula na competição. Apenas em mata-mata CR7 acumula 63 tentos, mais 61 em partidas da fase de grupos. O maior artilheiro do atual elenco do Real Madrid, Karin Benzema, tem 60 no total. As marcas são realmente assombrosas e fica difícil crer que alguém possa delas sequer se aproximar em muito tempo, tamanha a distância.

Messi, por sua vez, ao marcar sobre o Eibar, em janeiro, chegou aos 400 gols no Campeonato Espanhol. Maior artilheiro de toda história do torneio, ele precisou de 435 jogos para alcançar as quatro centenas de tentos, com marca espetacular de 0,91 gol por jogo. Cristiano Ronaldo deixou a Espanha e consequentemente La Liga com 311 gols em 292 aparições pelo Real Madrid, ou seja, 1,06 por cotejo. Se a média do argentino é superior na Champions, na Espanha os papéis se invertem.

Nas quartas-de-final da Champions League, Messi e Cristiano Ronaldo não irão se reencontrar. O Barcelona terá como adversário o Manchester United, enquanto a Juventus vai encarar o Ajax. Adiante, quem sabe? Fato é que, se não for torcedor dos times envolvidos nesses duelos, não há motivo para desespero e frenesi em intermináveis discussões sobre qual dos dois é melhor. Não é proibido admirar ambos, e contemplar o que fazem no campo de futebol. Inclusive o impossível.

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Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação

Triste constatar que em posição inversamente proporcional aos espetáculos proporcionados por esses dois gênios do futebol estão partidas disputadas em solo brasileiro. São Paulo 0 x 1 Palmeiras, sábado, no Pacaembu, foi um desses jogos para esquecer. Constrange ver dois clubes dos maiores do país, entre eles o atual campeão nacional, com o mais rico elenco do Brasil, frente a frente sem desejar a vitória, sem lutar por ela. Falta de ambição que soa como desrespeito.

Sim, desrespeito ao público, do que vai ao estádio ao que assiste pela TV, às camisas que vestem, patrocinadores, televisão, que paga para mostrar aquilo… O pior é que esse tipo de espetáculo é apresentado com frequência, recheado de chutões, rebatidas, cabeçadas para o alto, de seguidos lances nos quais os jogadores tentam se livrar da bola. Mais uma vez o placar foi decidido numa jogada de brilho individual, com o bonito gol, que merecia fazer parte de uma partida melhor.

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Albari Rosa/Gazeta do Povo

Mesmo com baixas importantes, casos de Pablo e Raphael Veiga, o Athletico mostrou nos 4 a 0 sobre o Jorge Wilstermann que é capaz de manter o espírito que o levou ao título da Copa Sul-americana em 2018. Acelera e controla o jogo, mantém posse de bola e sabe a hora de ser veloz. Com os argentinos Marco Rúben e Tomás Andrade — cada um marcou um gol, inclusive —, o time rubro-negro foi intenso, rápido, buscando mais um tento após outro.

Mas precisa melhorar seu desempenho fora de casa, um problema que vem do ano passado. De qualquer forma, a primeira apresentação em Curitiba pela Libertadores foi muito animadora depois da derrota para o Tolima, na Colômbia. Será interessante e muito desafiador o duelo com o bom Boca Juniors, aparentemente em ascensão neste ano sob o comando de Gustavo Alfaro, ex-técnico do Huracán, que coincidentemente significa “furacão”em espanhol.

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