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Mauro Cezar Pereira
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Análise

Flamengo, Palmeiras… cada um pensou em si, o coronavírus foi apenas pretexto

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Mauro Cezar Pereira
27/09/2020 22:37 - Atualizado: 29/09/2023 16:48
Flamengo, Palmeiras… cada um pensou em si, o coronavírus foi apenas pretexto
| Foto: Cesar Greco/Palmeiras

O Flamengo não queria jogar porque estaria muito desfalcado pela enorme onde de atletas infectados pelo novo coronavírus. Mas o discurso era de quem desejava preservar a saúde dos profissionais. Já o Palmeiras desejava a realização da partida de qualquer jeito, alegando respeito ao regulamento e ao protocolo da CBF para a COVID-19. Mas a postura era de quem desejava aproveitar o adversário sem vários jogadores titulares.

O novo coronavírus e os riscos que oferece em uma partida quando infectados vários atletas virou questão menor. Os dirigentes rubro-negros são contraditórios, pois depois de forçarem a volta do futebol de maneira isolada, agora evitam uma partida utilizando como argumento justamente o perigo proporcionado aos integrantes das equipes envolvidas em um jogo nessas condições. Parecem atingidos pelo vírus, sem cura, da incoerência.

Ou do egoísmo. Nisso há semelhanças com os palmeirenses. Em abril, o presidente Maurício Galiotte disse em entrevista ao canal FoxSports: "Os jogadores me ligam pedindo para voltarem a treinar. Mas não podemos. O futebol faz parte do nosso dia a dia. Todos nós sentimos falta do Palmeiras, do nosso torcedor. Mas estamos tratando da saúde das pessoas. Quem faz o futebol são as pessoas. Temos que ter cuidado com todos. O futebol não pode voltar por pressão".

Hoje o protocolo da CBF é o mais importante para o dirigente do campeão paulista. Pelo menos é o que se observa a partir de novas declarações: "O Palmeiras é contra o adiamento da partida do próximo domingo. O protocolo adotado para a competição contempla situações desse tipo. Não há, portanto, razão para que o jogo não aconteça", registrou na conta do clube no Twitter terça-feira. "Caso seja definido que o protocolo determinado para o Campeonato Brasileiro não será cumprido, é preciso paralisar a competição", postou sábado.

Flamengo buscou proteção em liminar

Já o Flamengo se protegia com uma liminar obtida na justiça por uma instituição que tem na presidência um funcionário dele, o Sindeclubes.  O Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro determinou a suspensão do jogo com o Palmeiras. Na prática, agora usa como escudo o vírus, cujos riscos pareciam não preocupar tanto o presidente Rodolfo Landim na sexta-feira, quando questionado no Sportv sobre a foto dos atletas sem máscara no avião que trazia a delegação do Equador.

"Eu não tiro foto com máscara. Tá certo? Eu não tiro foto com máscara, quando eu vou tirar uma foto, tiro a máscara, prendo a respiração e tiro a foto", disse o mandatário rubro-negro. Contradições, pensamento individualista, isso tudo é a cara do futebol brasileiro e seus dirigentes. E provavelmente jamais será descoberta a vacina para tal vírus.

Em campo, meninos do Flamengo orgulham torcedores e Luxemburgo dá vexame

Os torcedores do Flamengo que andam incomodados e envergonhados com determinadas atitudes de alguns de seus dirigentes ficaram orgulhosos com o que mostrou em campo o esfacelado time que foi possível levar a campo. Meninos da base que nunca haviam atuado entre os profissionais jogaram uma partida acima de qualquer expectativa e o empate (1 a 1) teve sabor de vitória para os rubro-negros.

Feio ficou para o mal treinado Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo, incapaz de trabalhar uma jogada, sobrevivendo às custas de lançamentos, chutões, cruzamentos a esmo. Um elenco forte, com bons jogadores em todas as posições, mas que joga pouco, joga mal e em momento algum se impôs diante de um adversário que sequer treinou junto e foi, como equipe, um conjunto bem mais arrumado.

Athletico: quatro vitórias seguidas

Apenas o gol de "Christian jogo de muitas finalizações, 27 (13 do Athletico e 14 do Bahia). Assim aconteceu a quarta vitória consecutiva do Furacão com o técnico Eduardo Barros. Santos ainda defendeu pênalti na parte final da peleja. Na terça-feira os rubro-negros terão pela frente o Jorge Wisltermann, às 21h30, na Arena da Baixada, pela Libertadores. Grandes possibilidade de um quinto triunfo seguido, pavimentando a classificação. O time amanheceu no domingo como 10º colocado na Série A, pela qual não perde há três partidas, com sete pontos em nove possíveis.

Vasco: quatro jogos sem vencer

Responsável pela última derrota do Athletico (1 a 0 em São Januário), o Vasco vinha com índice de aproveitamento elevadíssimo. Neste domingo fez seu primeiro gol após três jogos sem marcar. E empatou (1 a 1) com o Red Bull Bragantino, que voltou a perder pênalti, como desperdiçara dois no 0 a 0 na casa do São Paulo. Germán Cano, o artilheiro vascaíno, não balança as redes justamente há quatro partidas, que é o exato jejum de vitórias de sua equipe.

Coxa contra o Fluminense, afetado pela COVID-19

Às 20 horas desta segunda-feira a bola rolará para Fluminense x Coritiba no estádio Nilton Santos, o Engenhão, no Rio de Janeiro. Isso se não acontecer nada de diferente nessa bagunça na qual se resume o campeonato brasileiro no momento. O time carioca está às voltas com pelo menos nove atletas infectados pelo novo coronavírus, mas manifesta seu desejo de levar o time possível a campo. Vejamos o que vai acontecer até lá.

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