Flamengo reencontra vitória e Coritiba vê a sua realidade cada vez mais dura
A realidade bateu forte para o Coritiba no retorno à primeira divisão após duas temporadas na Série B. E a sorte não acompanha o Coxa. Se a tabela colocou o Flamengo como terceiro adversário, essa foi justamente a partida na qual o atual campeão conseguiu jogar de maneira razoável, ao contrário da ridícula atuação diante do Atlético, em Goiânia, três noites antes.
O 1 a 0 para os rubro-negros não retratou a partida, com ampla superioridade da equipe carioca, que teve a bola por 67% do tempo e finalizou 18 vezes, sete na direção da meta de Wilson. O experiente goleiro do Coritiba, por sinal, foi responsável pela diferença mínima no placar, com boas intervenções, inclusive nos instantes finais, após boa trama do Flamengo na área. Os três pontos acalmam o time de Domènec Torrent.
Do lado verde, tensão. O semblante de Eduardo Barroca à beira do campo espelhava o momento, com nove pontos disputados e nenhum ganho. Que o elenco é carente não há dúvida, mas os duelos equilibrados, apesar das derrotas, com o Athletico na final estadual deram falsa sensação de que, no Brasileirão, depois de alguns jogos o cenário poderia não ser tão complicado com está.
***
A vitória por 3 a 1 sobre o Juventude, até então com 100% de aproveitamento nas duas primeiras rodadas da Série B, levou o Paraná à liderança. Os cinco positivos testados para Covid-19 na delegação do clube gaúcho, entre eles o técnico Pintado, evidentemente dificultaram os trabalhos da equipe de Caxias do Sul. Mas esse é um cenário que ocorrerá com alguma frequência na temporada: desfalques de última hora devido ao novo coronavírus.
Ainda assim foi um duelo equilibrado, como mostram os números do SofaScore em vários fundamentos, como posse de bola, levemente maior para os visitantes (54%); e finalizações, (12 paranistas contra 11). Novidade após desfalcar o tricolor justamente por causa da Covid-19, Andrey marcou dois gols em triunfo importantíssimo no qual o Paraná saiu com três pontos. Um jogo que mostra a importância de clubes e jogadores serem mais e mais cuidadosos, não apenas pelos riscos à saúde, o que é óbvio, mas de desfalques.
Todas as colunas do Mauro Cezar Pereira; acesse!
***
Além de contar com o melhor jogador de futebol do mundo, o Barcelona tem um elenco cujo valor de mercado, somados todos os atletas, beira €1 bilhão, algo em torno de R$ 6,5 bilhões. Também por isso é inadmissível que uma equipe que vista camisa tão pesada e envolva tamanho investimento se comporte como na humilhante eliminação da Liga dos Campeões, sexta-feira, diante do Bayern Munique.
Por melhor que seja a fase e eficiente o futebol agressivo do campeão alemão, nada justifica uma derrota por 8 a 2, pautada pela passividade dos jogadores do clube catalão, proporcional à volúpia do time bávaro pelo ataque, o apetite pelo gol. Do primeiro tento, marcado por Thomas Müller, ao que fechou a conta, pelos pés de Philippe Coutinho, o que se via era um Barça apático, desinteressado, que sequer disputava muitas das jogadas.
Não há tática que explique um vexame de tamanha dimensão. Em qualquer atividade profissional quem não se empenha no que é pago para fazer se sai mal, deixa a desejar. E no caso específico, o time inteiro (ou quase) não é demitido justamente porque no futebol a relação entre quem contrata e quem é contratado tem muitas peculiaridades. Entre elas o fato de, mesmo, após um papelão daqueles, esses atletas valerem tanto dinheiro.
