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Mauro Cezar Pereira
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Análise

Flamengo tenta colocar a “cereja no bolo” no Mundial de Clubes da Fifa

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Mauro Cezar Pereira
15/12/2019 20:41 - Atualizado: 29/09/2023 16:49
Flamengo tenta colocar a “cereja no bolo” no Mundial de Clubes da Fifa
| Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Direto de Doha, no Catar

Chegar ao Mundial de Clubes da Fifa é uma espécie de oportunidade a mais, a chance de enfrentar o campeão europeu. Que desta vez, em 2019, realmente é o melhor time da atualidade, em seu país, no continente onde está sediado e, consequentemente, no planeta Terra, afinal, os melhores jogadores se reúnem na Europa.

Nem sempre é assim. Nas conquistas de São Paulo em 2005 (frente ao Liverpool) e Corinthians em 2012 (o adversário foi o Chelsea), o representante europeu era legítimo campeão mas não tinha o melhor time sequer quando ergueu o troféu da Champions League. Menos ainda meses após, quando foram ao Japão para o Mundial. Nem mesmo aquele forte Barcelona batido pelo Internacional em 2006 vivia, à época, seu melhor momento.

Óbvio, isso não tira os méritos dos times brasileiros que foram à competição da Fifa e alcançaram tal feito, superando elencos mais caros e fortes tecnicamente. Sempre por 1 a 0 e com grandes atuações de seus goleiros e sistemas defensivos. Era o único jeito. É o único jeito, exceto se o representante do “Velho Mundo”, que em geral menor importância dá à competição, estiver muito relaxado, desfalcado, pensando nos jogos que terá pela frente quando voltar para casa etc.

O Flamengo embarcou em situação nova para o futebol brasileiro, como campeão não apenas da Copa Libertadores como também do Campeonato Brasileiro. Feito jamais alcançado desde que a competição nacional foi criada e tratada como tal. E, curiosamente, não deu a exagerada importância aos jogos que disputará em Doha, como normalmente fazem os sul-americanos.

Tratar o torneio da Fifa com naturalidade é um acerto dos rubro-negros, embora o técnico Jorge Jesus tenha dito, lá atrás, aos dirigentes que ganhar o Mundial também estava em seus planos. Ao acertar contrato, em junho, ouviu do Flamengo que teria Copa do Brasil, Brasileiro e Libertadores a disputar. Nas conversas com o português, o clube jamais tratou o possível duelo com o Liverpool como ponto fundamental, objetivo maior, grande meta. O português puxou o assunto, e a premiação pelo eventual título da Fifa está em seu contrato, naturalmente.

Tal postura do Flamengo tem sido positiva e elogiável. Se os europeus, especialmente ingleses, vão para essa competição com o intuito de cumprir uma obrigação, não se justifica brasileiros, argentinos e colombianos, por exemplo, tratando o possível duelo com o vencedor da Champions como “jogo da vida”. É preciso altivez! Ter a chance de medir forças com o melhor time da Europa e do mundo será um presente se o Flamengo passar pelos sauditas do Al-Hilal, na terça-feira (17). O time brasileiro, afinal, já alcançou o máximo dentro do que era factível.

Alexandre Vidal/Flamengo
Alexandre Vidal/Flamengo

Algo além disso depende do desgaste de um Liverpool dividido por cinco competições pelas quais jogará em pouco mais de três semanas. Com direito a uma partida na Inglaterra, pela Copa da Liga; que faz na terça-feira, em Birmigham, contra o Aston Villa; e outra na quarta, em Doha, valendo vaga na final Mundial. Como esperar o máximo dos rapazes de Jürgen Klopp em tal cenário?

Só para se ter uma noção, o Flamengo entrará em campo nove dias depois de sua última partida, a derrota para o Santos na rodada derradeira do Campeonato Brasileiro. Depois daquele dia, o Liverpool jogou Champions League, campeonato inglês e viajou até aqui, a Doha, chegando um dia e meio depois dos brasileiros. Tamanha maratona acalenta esperanças de torcedores rubro-negros, e tanto no Brasil como aqui no Catar eles seguem cantando que "querem o mundo de novo" .

Palmeiras e Luxemburgo

Divulgação
Divulgação

Sem Jorge Sampaoli, o Palmeiras contratou Vanderlei Luxemburgo, dono de campanha exageradamente exaltada por alguns, mas que não foi além de razoável com o Vasco. Na Série A em 2019, o time carioca conseguiu 47% de aproveitamento nos jogos sob seu comando. Utilizando no cálculo apenas os 36 dos quais participou, o técnico foi 10° colocado após as 38 rodadas.

Independentemente desses números, o Vasco de Luxemburgo era o chamado time reativo, de pouca posse de bola e rapidez na definição das jogadas. Tinha até mais características do Palmeiras de Luiz Felipe Scolari e de Mano Menezes do que do Santos de Sampaoli. A escolha é, mais uma, estranha opção de cartolas brasileiros, que selecionam treinadores para seus times com base em fama, nome, experiência, com pouca, ou nenhuma, conexão com a proposta de jogo, o estilo de futebol que se pretende jogar.

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