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Mauro Cezar Pereira
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Análise

Guerra entre clubes x TV e o goleiro Muralha, que se reconstrói para a hora da verdade

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Mauro Cezar Pereira
09/04/2020 19:30 - Atualizado: 29/09/2023 16:49
Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico, e Samir Namur, do Coritiba.
Mario Celso Petraglia, presidente do Athletico, e Samir Namur, do Coritiba. | Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

A ameaça de implosão do contrato entre grupo Turner e oito clubes para transmissão do Brasileirão em TV fechada é o agravante na crise da pandemia de coronavírus, em meio às dificuldades financeiras inerentes a esse momento. Athletico, Bahia, Ceará, Coritiba, Fortaleza, Internacional, Palmeiras e Santos assinaram com a multinacional americana e o impasse é mais preocupante para alguns, entre eles os rivais paranaenses.

O acordo tem multa rescisória individual. Nada menos do que R$ 300 milhões, como informou a Gazeta do Povo. A Turner notificou os clubes, alega que as cláusulas não foram cumpridas na temporada passada e, assim, poderia romper o acordo que vai, a priori, até 2024. Para começar, o pagamento foi suspenso! A dona dos canais Space e TNT questiona o número de cotejos mostrados pela TV aberta ou web para a mesma praça.

Perguntado pela coluna sobre o assunto, o presidente do Athletico, Mario Celso Petraglia, foi lacônico: "Sem comentários".

Como um dos maiores defensores do acordo com a Turner e à frente do único clube que ficou fora do pay-per-view da Série A em 2019, obviamente o dirigente rubro-negro não fica numa situação confortável. Se tiver que negociar com a Globo, o CAP estará em posição nada interessante, claro. Quanto ao Coxa, chega a ser estranho, pois sequer estava na primeira divisão ano passado.

"Pegou todos os clubes de surpresa, nós inclusive. Rescindir o contrato não era, portanto, algo que desejávamos. E o caso do Coritiba é bem específico, pois como estávamos na Série B no ano passado, não demos causa a nenhum dos descumprimentos contratuais alegados por eles. Temos dialogado bastante com todos os clubes envolvidos e o caminho imediato tem que ser uma composição amigável", disse à coluna o presidente Samir Namur.

Em momento nos quais as receitas despencam na economia em geral, uma briga na justiça contra um grupo de comunicação e a real possibilidade de ficar sem esse dinheiro, tendo, ainda, que brigar contra uma multa pesadíssima, é como um cenário de terror. Não se sabe o que será do calendário do futebol pós-quarentena, e essa incerteza amplia ainda mais um cenário mais do que preocupante.

"O Coritiba é o clube que mais precisa resolver isso rapidamente, pois ainda estamos em negociações com a Globo sobre as outras mídias, TV aberta e pay-per-view; e a suspensão dos pagamentos da TV fechada pela Turner ameaça a própria continuidade do clube, pois o contrato, enquanto não temos definição com a Globo, representa a nossa principal fonte de receita no momento. Esperamos, assim, que a Turner considere esse relevante fator e encaminhe uma solução rápida e amigável para este grande problema", acrescentou o mandatário do Coxa.

*****

Alex Muralha segue a se reerguer, tijolo por tijolo (sim, com trocadilho) no Coritiba. Depois de praticamente amaldiçoado no Flamengo devido aos seus muitos, e graves erros, o goleiro colaborou na volta do Coxa à primeira divisão e vai acumulando marcas interessantes.

Albari Rosa/Foto Digital/Gazeta do Povo
Albari Rosa/Foto Digital/Gazeta do Povo

Ele completou um ano sem perder clássicos e possui média inferior a um gol por jogo, com aproveitamento de quase 70% desde a estreia no líder da fase de classificação do campeonato paranaense. De quebra, o arqueiro não foi vazado na goleada sobre o rival Athletico, 4 a 0.

Em sua passagem pelo clube, Muralha não perdeu para os rivais curitibanos: quatro jogos contra Paraná e CAP, três vitórias e um empate. Diante dos tricolores venceu os dois duelos e frente aos rubro-negros o Coritiba, com ele em campo, empatou uma partida, além da histórica vitória recente.

Desde março de 2019 no Coritiba, Alex Muralha fez 45 jogos, venceu 27, empatou 12 e perdeu sete vezes, com 69% dos pontos conquistados quando em campo. A média de gols sofridos é boa, 0,77 por jogo, e saiu do gramado sem buscar a bola nas redes 19 vezes. No Couto Pereira, 17 vitórias e duas derrotas.

A hora da verdade será no Campeonato Brasileiro. A competição o colocará frente a frente com melhores times e atacantes, ele será mais desafiado e terá que fazer mais defesas. Nessa espécie de prova dos nove, saberemos qual o estágio de Muralha jogando a primeira divisão nacional.

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