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Mauro Cezar Pereira
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Opinião

Da Copa do Brasil 2013 aos dias de hoje, Fla e Athletico impõem domínio rubro-negro

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Mauro Cezar Pereira
27/10/2019 22:20 - Atualizado: 29/09/2023 16:49
Da Copa do Brasil 2013 aos dias de hoje, Fla e Athletico impõem domínio rubro-negro
| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O Athletico passa longe de ter um dos maiores orçamentos do futebol brasileiro. Segundo o site Transfermarkt, seu elenco é o 12.º no ranking da Série A, ou seja, há 11 clubes cujos grupos de jogadores têm maior valor de mercado, entre eles Atlético, Cruzeiro, Fluminense e Vasco, todos atrás do time paranaense na classificação da primeira divisão do Brasileirão 2019.

Tabela: confira a classificação do Brasileirão 2019

Mesmo assim, o Furacão é detentor de três títulos em diferentes âmbitos: bi do Paraná e campeão da Sul-Americana e da Copa do Brasil. Ou seja, possui simultaneamente troféus estadual, nacional e internacional. Obviamente esses resultados refletem um longo trabalho de estruturação, com excelente centro de treinamentos, estádio moderno e equilíbrio nas finanças.

No quesito econômico, o Flamengo está no topo, mas apesar de seu imenso potencial, com a maior torcida do Brasil, chegar ao nível atual não foi algo simples, tampouco casual. Era do clube carioca a maior dívida do futebol nacional, perto dos R$ 800 milhões, algo que, corrigido pelo IGP-M (FGV), hoje bateria a casa do R$ 1,2 bilhão. Lá, a casa foi arrumada.

Quando os dois rubro-negros decidiram a Copa do Brasil 2013, a agremiação do Rio de Janeiro vivia seu primeiro ano de recuperação financeiro-administrativa. Já os atleticanos reconstruíam a Arena para a Copa do Mundo 2014, direcionando à obra boa parte das receitas, tanto que mandava seus jogos na Vila Capanema, casa do Paraná Clube. A presença dos dois naquela final foi retumbante surpresa.

O jogo final, no Maracanã, teve o Flamengo atuando com Felipe; Léo Moura (Marcos González), Wallace, Samir e André Santos; Amaral, Luiz Antônio, Elias (João Paulo) e Carlos Eduardo (Diego Silva); Paulinho e Hernane. O técnico era Jayme de Almeida.

O Athletico atuou com Weverton; Juninho (Cleberson), Manoel, Luiz Alberto e Pedro Botelho; Deivid, Zezinho, Paulo Baier e Felipe (Dellatorre); Marcelo e Ederson (Ciro). Vagner Mancini era o treinador.

Flamengo e Athletico decidiram a Copa do Brasil 2013. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Flamengo e Athletico decidiram a Copa do Brasil 2013. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Times mais modestos do que os de hoje, quando vemos os dois rubro-negros estruturados e com elencos melhores, dentro da realidade de cada um. Óbvio que o Flamengo tem mais dinheiro e contrata mais pesado, mas é inegável que o Athletico hoje põe as mãos onde há algum tempo não alcançava. São dois modelos distintos, adequados às condições de cada um dos clubes.

A exemplo dos atleticanos, os flamenguistas também têm excelente CT e contas em dia, salários pagos na data certa e ambos atraem jogadores que se interessam por oportunidades em clubes que pagam corretamente e montam equipes competitivas. Claro, o Flamengo ainda não tem os títulos que almeja, como o Athletico já alcançou, mas lidera com folga o Brasileiro e decidirá a Libertadores. Como negar que a transformação foi bem sucedida?

Em meio a tudo isso, não são poucos os que tentam se agarrar em pontos que podem gerar polêmica para desmerecer os feitos da dupla de rubro-negros. Sim, as duas diretorias têm posições controversas e em alguns momentos parecem fazer questão de atrair críticas. Quanto aos rivais, seria mais inteligente seguir, ou adaptar, uma das receitas, a mais adequada de acordo com o perfil de cada clube. E rumar para o caminho da reestruturação.

Invejar Flamengo e Athletico, diminuir o valor dos trabalhos feitos nesses dois clubes, gerará queixumes, nada mais. E enquanto outros torcem narizes e falam das movimentações atleticanas para erguer o estádio, ou das quotas de TV dos flamenguistas, a tendência é que os dois rubro-negros progridam, fiquem mais fortes e competitivos. Melhor copiar do que choramingar.

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O Athletico mostrou força ao reagir após a abertura do placar pelo Goiás nos 4 a 1 deste domingo em Curitiba. Foram 14 finalizações, 12 na direção da meta defendida por Tadeu, que fez oito defensas, segundo os números do SofaScore.

Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Desde a conquista da Copa do Brasil, em 18 de setembro, o Furacão fez nove partidas pelo Brasileiro, venceu quatro, empatou quatro e perdeu apenas para o líder, Flamengo. Um aproveitamento de 59%.

O time era 11º na Série A quando bateu o Colorado no Beira-Rio e ergueu o troféu do mata-mata nacional. Hoje é oitavo, a cinco pontos da zona de classificação para a próxima Libertadores, algo que sequer precisa buscar, pois já a tem assegurada para 2020. Uma boa perspectiva de um encerramento de temporada bacana. Falta ser capaz de atrair os atleticanos. Eram 11.819 pessoas no jogo, cerca de 25% da capacidade da Arena.

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Com muito mais gente a apoiá-lo, o Coritiba decepcionou a maioria dos 20.758 que foram ao Couto Pereira. Após três vitórias consecutivas, dois empates, desta vez sem gols, frente ao Operário, e em casa.

Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo
Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O Coxa não perdeu a quarta posição, mas desperdiçou a chance de voltar a abrir dois pontos sobre o América. O clube mineiro ainda é seu mais próximo perseguidor.

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Com mais uma derrota, a terceira em quatro rodadas, o Paraná deu sinais de que permanecer na Série B será o que deixará para sua torcida ao final de 2019.

A virada depende do apoio dos paranistas, o que explica a promoção para o jogo desta segunda-feira, em outro duelo estadual, frente ao Londrina. O tricolor com a camisa do clube pagará a partir de R$ 15.

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