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Mauro Cezar Pereira
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Jogadores de diferentes níveis no mercado e tendo assinado compromissos até 2022 agem como quem não deseja cumprir o que combinaram até o final

De Neymar a Cuellar, o “profissionalismo” de quem assina bons contratos

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Mauro Cezar Pereira
25/08/2019 22:51 - Atualizado: 29/09/2023 16:49
Neymar e Cuellar
Neymar e Cuellar

Ao final da temporada 2018/2019, Neymar estava em baixa. Machucado, viu de fora a eliminação do Paris Saint Germain na Liga dos Campeões, derrotado em casa por um Manchester United desfalcadíssimo e cheio de garotos. Houve ainda a agressão a um torcedor após perder a Copa da França. Se acentuavam os sinais de que o camisa 10 da seleção brasileira não estava tão animado por lá.

Semanas depois, no Rio de Janeiro, Gustavo Cuellar abria sua casa para entrevista estilo celebridade. O volante do Flamengo falava sobre o sonho de jogar na Europa. Esperava que a Copa América o projetasse internacionalmente e abrisse portas no grande mercado. Mas isso não aconteceu. Reserva em quase todos os jogos na seleção da Colômbia, voltou ao Brasil sem propostas.

Neymar foi contratado em agosto de 2017 pelo PSG. O Catar, que controla o clube parisiense, pagou € 222 milhões (cerca de R$ 820 milhões) ao Barcelona, fazendo dele o mais caro jogador da história do futebol. O objetivo: chegar ao título europeu. Dois anos depois, o time sequer se aproximou do sonho, desfalcado do atacante nos momentos decisivos em ambas as temporadas.

Cuellar chegou ao Flamengo quando o treinador era Muricy Ramalho, que logo saiu com problemas de saúde. Ficou na reserva de Márcio Araújo quando Zé Ricardo o substituiu e ganhou a posição no segundo semestre de 2017, depois que seu compatriota Reinaldo Rueda assumiu o comando da equipe. Logo virou xodó da torcida, que ficou insegura quando demonstrou interesse em sair.

Desde meados do ano Neymar não sai do noticiário, em certo momento por questões pessoais, mas continuamente ele é tema de especulações na mídia mundial. A pergunta é: vai sair do PSG? E para onde? Real Madrid, Barcelona, Juventus… A cada hora um novo time apontado como seu destino em manchetes na maioria das vezes pouco (ou nada) confiáveis. Só não tem jogado futebol.

Atrasado na reapresentação após a Copa América, justamente quando conheceria seu novo técnico, o português Jorge Jesus, Cuellar vem queimando o próprio filme desde então. Seu atual agente, o terceiro desde que chegou ao país, tentou colocá-lo na Europa, sem sucesso. Por outra via chegou uma proposta da Arábia Saudita, mas ao pedir para não jogar importantes partidas, foi afastado.

Neymar será negociado? Não se sabe. Custa caro e carrega um problemático pacote que faz com que corra o risco de deixar o terceiro clube de sua carreira em meio a brigas e raiva da própria torcida. Cuellar irá para o Al-Hilal? Não se sabe, pois os dirigentes rubro-negros o afastaram e não parecem mais dispostos a ceder, temendo que outros jogadores forcem a saída. Seria o precedente perigoso.

Distantes na escala de importância do futebol, separados por milhões de euros (Neymar custou mais de 26 vezes o valor que os sauditas propõem por Cuellar), os dois jogadores têm em comum a postura que não combina com o profissionalismo. Há 14 meses o colombiano ampliou seu contrato com o Flamengo até 2022, ano no qual se encerra o compromisso do brasileiro com o PSG. E ainda estamos em 2019!

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A reportagem da Gazeta do Povo apurou que o meia Giovanni aceitou uma proposta do Goiás. Ele retornaria ao time do centro-oeste, de onde chegou neste ano, atraído por um contrato de um ano e meio. A direção do Coritiba não pretende liberá-lo, ainda mais agora, que o time está na vice-liderança da Série B e vem de um empate fora de casa com o Bragantino, primeiro colocado do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão.

"Giovanni disse estar feliz no Alto da Glória, mas que iria sentar com a diretoria para resolver a situação", ressalta a matéria. Se tem contrato e está feliz, por que não cumpri-lo? Claro, todo profissional tem o direito de sair por uma oferta melhor, mas o clube que mantém o jogador sob contrato deve ser ressarcido, com pagamento da multa rescisória ou um valor que seja aceito. É óbvio, mas muitas vezes não parece.

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Boca Juniors 2 a 0, Goiás 2 a 1, Grêmio 2 a 0, 1 a 0 no Atlético, São Paulo 1 a 0 e Grêmio 2 a 1. Uma vitória nos últimos seis jogos pela Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e Copa Libertadores. Jogando na Arena da Baixada, um triunfo nas três últimas partidas. O retrospecto do Athletico é preocupante, a 10 dias do duelo com os gremistas que será o terceiro em 21 dias, valendo a vaga na final do mata-mata nacional.

A derrota de sábado, em Porto Alegre, foi marcada por erros que levaram os reservas de Renato Gaúcho Portaluppi a vencer o misto do Athetico por 2 a 1. É o momento mais delicado de Tiago Nunes no comando do Furacão. Antes de resolver se avança, ou não, na Copa do Brasil, o time, provavelmente repleto de suplentes, recebe o Ceará, sábado, em Curitiba.

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Um mês de salário e dois de direitos de imagem atrasados. A realidade do Paraná Clube não é desesperadora quanto a do Figueirense, cujos jogadores se recusaram a entrar em campo contra o Cuiabá, pela Série B. Mas preocupa, ainda mais com jejum de vitórias que chega a sete pelejas, com quatro derrotas, sem falar nos cinco empates sem gols em nove partidas disputadas como mandante.

No drama vivido pelos jogadores do time catarinense, eles não contaram com apoio da comissão técnica. Já o treinador paranista, Matheus Costa, disse que o atraso de salários não influencia no desempenho dentro de campo. 'Durante o jogo, ninguém lembrou disso", falou, na última entrevista coletiva.

"Os salários atrasaram, mas qual clube não atrasa?", perguntou, em julho, Thiago Neves, revelado no Paraná e hoje no Cruzeiro, quando perguntado sobre a falta de pontualidade no pagamento da remuneração por parte do clube mineiro.

Enquanto profissionais minimizarem esse absurdo, os cartolas seguirão gastando mais do que arrecadam os clubes e os meses durarão 60, 90 dias...

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Rigor na expulsão de Raniel, ainda no primeiro tempo, e a chance para o Vasco diante de um São Paulo que, enquanto eram 11 de cada lado, sequer finalizou. Comandado pelo jovem Talles Magno, o time carioca abriu 2 a 0 e encerrou a série de cinco vitórias seguidas dos tricolores, beneficiados por um pênalti não dado ao Ceará, uma semana antes, no Morumbi, e que desta vez saíram de São Januário se queixando.

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São Paulo e Santos abriram caminho para o Flamengo assumir a ponta da classificação do Campeonato Brasileiro. Mas o novo líder terá uma semana com provas de fogo. Primeiro para confirmar a presença nas semifinais da Libertadores após 35 anos, se eliminar o Internacional, quarta-feira, em Porto Alegre, após vencer no Maracanã por 2 a 0. Domingo, no Rio de Janeiro, os rubro-negros receberão o campeão nacional, Palmeiras, pela Série A.

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