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Mauro Cezar Pereira
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Quem, além do pai, parças, Tite e Edu Gaspar, consegue entender Neymar?

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Mauro Cezar Pereira
29/04/2019 00:33 - Atualizado: 29/09/2023 16:49
Quem, além do pai, parças, Tite e Edu Gaspar, consegue entender Neymar?
  • O maior jogador brasileiro da atualidade, brindado pelo destino com imenso talento para a prática do maior esporte do universo, parece imbuído num projeto inequívoco de auto-sabotagem. Não bastasse o cai-cai da Copa do Mundo, que não faz um ano virou meme mundial, Neymar segue se envolvendo em situações que o expõem de maneira negativa.

Sábado, seu time, o milionário Paris Saint Germain, rico desde a incomensurável injeção econômica da família do Emir do Qatar; perdeu um título aparentemente ganho. Campeão francês antecipadamente, abriu 2 a 0 sobre o Rennes na Copa da França. Mas permitiu que o oponente igualasse o placar e depois o derrotasse na decisão por pênaltis.

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A reviravolta deu ao 11º colocado na liga francesa o título da Copa nacional, com um orçamento quase sete vezes inferior ao dos parisienses. Um feito e tanto. Um vexame imenso para a equipe que também conta com Buffon, Thiago Silva, Marquinhos, Daniel Alves, Verratti, Di María, Draxler, Mbappé, Cavani e outros destaques do futebol internacional.

O cenário era, obviamente, ruim para o elenco do PSG. E quando seus astros subiam a escadaria rumo às tribunas do Stade de France, um torcedor rival acionou seu celular, começou a filmar e a desferir ofensas aos jogadores derrotados. Neymar largou a mão no rosto do fãs da equipe do Rennes, em momento devidamente registrado em vídeo.

O motorista de entregas Edouard, de 28 anos, como identificado pela imprensa da França, diz que nada fez. “Eu não o insultei, disse que ele era ruim”, alegou ao jornal “L’Equipe”. Contudo, em um dos vídeos da agressão divulgado em redes sociais, ele parece chamar Buffon de “idiota” e Verratti de “racista”. Ao brasileiro diz: “Vai aprender a jogar futebol”.

Não foi a primeira vez que esse tipo de situação aconteceu com o camisa 10. Em meio à festa pela conquista da medalha de ouro no futebol dos Jogos Olímpicos de 2016, discutiu com um torcedor no Maracanã. Furioso, o craque fez questão de ir até o local onde o cidadão estava para tomar satisfações e, agressivo, foi contido à margem do campo (abaixo).

Entendo a revolta de Neymar com o torcedor, que se teve a chance de ficar tão próximo, não tem o direito de ofende-los ali, cara a cara, acreditando que jamais reagiriam. Mas ao esmurrar o sujeito, o jogador se posicionou no papel de vilão e permitiu ao agressor verbal se transformar em agredido fisicamente. Melhor seria ignorar, ou confrontá-lo sem atacá-lo.

Um de seus maiores problemas parece ser a redoma onde vive. Cercado por “parças”, os tais amigos que o seguem em todas as partes, pai, agentes, assessores etc, sente-se como se o mundo contra ele estivesse. Algo que até parece ter sido real no auge dos memes sobre cai-cai, ano passado. E o destempero demonstrado algumas vezes só o prejudica.

Segue fresca, viva, a frase “não é fácil ser Neymar”, dita pelo dirigente da CBF Edu Gaspar após a eliminação do Brasil no Mundial do ano passado. Foi uma das mais inacreditáveis declarações paternalistas já registradas no mundo do futebol. “O que esse menino sofre não é fácil”, acrescentou o ex-jogador, atual coordenador técnico da Seleção.

Semanas depois foi a vez de Tite: “Neymar merece elogios por comportamento, pela recuperação, pela disciplina. Mantenho o que disse: ele é top três do mundo”, sentenciou. “O último contato que tive com ele, disse quando dei um abraço: ‘Neymar eu gosto muito de ti. Eu gosto de ti muito mais que tu pensa que gosto. Eu sei o seu valor’”.

Aparentemente quase todos que o cercam tentam protegê-lo, paparicá-lo, dando sequência a um processo de não-amadurecimento, à manutenção do homem no papel de menino. Ninguém o ajudará assim e o próprio não colabora. A questão é: até que ponto isso seguirá afetando seu desempenho em campo? O tempo está passando e Neymar o desperdiça.

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Albari Rosa/Gazeta do Povo

O contundente 4 a 1 do Athletico sobre um Vasco fragilizado, com técnico interino e desfalcado de seu goleiro (Fernando Miguel) e do melhor zagueiro (Leandro Castán) foi normal. Pela boa fase do Furacão em casa e com tantas dificuldades vividas pelos vascaínos, a goleada não foi surpreendente, absolutamente. O time rubro-negro é forte.

O problema atleticano é a distância da Arena da Baixada. O time perdeu os dois jogos que fez longe de Curitiba pela Libertadores, o mais recente na quarta-feira passada, para o Jorge Wilstermann (antes caiu para o Tolima). E sofreu reveses nos três últimos compromissos fora, perdendo para Londrina e Toledo antes dos 3 a 2 sofridos na Bolívia.

Sim, são times diferentes o campeão paranaense e o que disputa o certame internacional e agora o Brasileiro. Mas esse ponto em comum remete à Série A 2018, quando em 19 pelejas como visitante o Athletico venceu somente duas. Se quiser continuar se infiltrando entre os grandes para nunca mais sair, precisa melhorar seu desempenho fora.

Fortaleza, Chapecoense, pelo Campeonato Brasileiro, e Boca Juniors, pela rodada derradeira da fase de grupos da Libertadores, serão os três próximos adversários dos atleticanos, todos fora do Paraná. A ver.

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Badalado, campeão mineiro, antecipadamente classificado na Libertadores com 100% de aproveitamento, o Cruzeiro foi mais do mesmo na derrota para o Flamengo, no Maracanã. Cauteloso, sem apetite ofensivo, incapaz de explorar o momento tenso do rival, derrotado no Equador dias antes, perdeu pela primeira vez em 2019.

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Cuca levou a campo um São Paulo reativo diante de um Botafogo que pode ser identificado como uma das mais fracas equipes que já pisaram um gramado exibindo no peito a estrela solitária. Estreou três bons reforços, Pato, Tchê-Tchê e Vítor Bueno, mas não passou dos 33% de posse de bola, esperando em seu campo o frágil time alvinegro. Desolador.

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Nobre a atitude do Coritiba, distribuindo os ingressos para o jogo contra a Ponte Preta, que marcará a estreia na Série B, com a homenagem ao ídolo Dirceu Krüger. O Couto Pereira estará repleto, 40 mil torcedores são esperados e o Flecha Loira, que morreu na quinta-feira aos 74 anos, será revivido numa noite à altura. Desde que o time nele se inspire.

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