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Mauro Cezar Pereira
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Análise

No ano dominado por Flamengo e Athletico, como se saíram os melhores da Série A?

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Mauro Cezar Pereira
29/12/2019 13:31 - Atualizado: 29/09/2023 16:49
Flamengo dominou futebol brasileiro em 2019, ao lado do Athletico
Flamengo dominou futebol brasileiro em 2019, ao lado do Athletico | Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

O ano chega ao seu final, em pouco mais de três semanas uma nova temporada irá começar e, quando olha para trás, o torcedor pode refletir sobre o que seu clube de coração fez em 2019. A coluna se arriscará, nas próximas linhas, a analisar os seis mais bem colocados na Série A em 2019.

Flamengo

Português Jorge Jesus mudou por completo o time do Flamengo. Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo
Português Jorge Jesus mudou por completo o time do Flamengo. Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo

Ganhou o campeonato carioca com sobras. A final, contra o Vasco, foi uma das mais desequilibradas de todos os tempos num duelo entre os dois eternos e tradicionais rivais, mas a qualidade do futebol estava bem abaixo do que se esperava com o elevado investimento feito no elenco. O pedido de demissão de Abel Braga, contratado por uma ala da diretoria, abriu caminho para o maior acerto do clube, capitaneado por outra ala dos cartolas rubro-negros.

Eles foram buscar Jorge Jesus em Portugal. E ele mudou por completo o time rubro-negro, ganhando, com sobras, o título brasileiro, e conquistando a Copa Libertadores, que o Flamengo buscava há 38 anos. O segundo semestre foi espetacular e faz com que o Flamengo abra 2020 com perspectivas animadoras, ainda mais com contratações encaminhadas, duas delas certas, o zagueiro Gustavo Henrique, cujo contrato com o Santos terminará em 31 de janeiro; e Pedro Rocha, que defendeu o Cruzeiro em 2019 e foi emprestado ao time carioca pelo Spartak Moscou.

Santos

Sampaoli extraiu o máximo do elenco santista. Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo
Sampaoli extraiu o máximo do elenco santista. Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo

No início do ano, a dupla de ataque que brilharia intensamente no Flamengo deixava o Santos: Bruno Henrique e Gabigol trocaram a Baixada Santista pelo Rio de Janeiro. Só essas duas baixas seriam o bastante para o torcedor não alimentar grandes expectativas, mas o contraponto foi a contratação de Jorge Sampaoli. O técnico argentino tirou do bom (mas inferior aos mais caros) elenco do Santos muito mais do que se esperava.

Não ergueu troféus, é verdade, mas fechou o Brasileirão como vice e apresentou ótimo futebol em muitas partidas. Um caso raro no qual, mesmo sem ser campeão, um treinador conquistou a torcida de um clube grande. Sampaoli saiu, mas o Santos, mesmo sem taças, deixou seu torcedor orgulhoso com o que viu em 2019. De quebra, junto a Jorge Jesus, o argentino abriu caminho para outros treinadores estrangeiros, que já estão aparecendo por aqui, casos de Jesualdo Ferreira, no próprio Santos, Eduardo Coudet no Internacional, Augusto Inácio no Avaí e Rafael Dudamel rumo ao Atlético.

Palmeiras

2019 foi uma ano para o palmeirense esquecer. Foto: André Rodrigue/Gazeta do Povo
2019 foi uma ano para o palmeirense esquecer. Foto: André Rodrigue/Gazeta do Povo

No campeonato paulista, eliminado pelo São Paulo, que tentava sair da crise, em casa, na disputa de pênaltis. Na Copa do Brasil, desclassificado ao perder para o Internacional, também na decisão em cobranças de tiros livres da marca penal, quando já deveria ter saído com bola rolando devido a um gol mal anulado do time gaúcho. No Campeonato Brasileiro, tinha nove pontos sobre o Flamengo quando a competição foi interrompida para a disputa da Copa América e terminou em terceiro, a 16 pontos do campeão, o próprio time rubro-negro, atrás do Santos e com o segundo técnico demitido no ano, Mano Menezes, que saiu após perder para a equipe de Jorge Jesus, e substituíra Luiz Felipe Scolari, também dispensado depois de perder para o Flamengo.

De quebra, o poderoso diretor executivo Alexandre Mattos foi mandado embora junto com Mano depois daquele revés em pleno Allianz Parque. Um ano para o palmeirense esquecer, ainda mais com o elenco caro que o clube possui e a mais elevada folha de pagamento do país.

Grêmio

Grêmio não alcançou o mesmo sucesso de temporadas passadas sob o comando de Renato Gaúcho. Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo
Grêmio não alcançou o mesmo sucesso de temporadas passadas sob o comando de Renato Gaúcho. Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo

Campeão estadual, o tricolor de Porto Alegre seguiu aderindo à estratégia de seu técnico e ídolo máximo, Renato Gaúcho Portaluppi: prioridade aos mata-mata, deixando a Série A em segundo plano. E os resultados foram decepcionantes. Na Copa do Brasil, o time foi eliminado pelo Athletico em Curitiba, mesmo depois de vitória em casa com elogiada atuação.

Já na Libertadores, foi amplamente dominado pelo Flamengo em sua própria Arena e escapou da derrota com o placar de 1 a 1. No entanto, no Maracanã não conseguiu escapar da humilhante goleada por 5 a 0, maior placar registrado em uma semifinal do certame da Conmebol. Renato alegou que o dinheiro investido pelos rubro-negros fez a diferença, mas esqueceu que os atleticanos conseguiram eliminar sua equipe do mata-mata nacional com um orçamento muito inferior ao do seu clube. A vaga na próxima Libertadores, obtida pela colocação final no Campeonato Brasileiro, foi prêmio de consolação muito pequeno em meio às decepções da temporada.

Athletico

Athletico viveu, possivelmente, o melhor ano de sua história. Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo
Athletico viveu, possivelmente, o melhor ano de sua história. Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo

Novamente campeão paranaense com um time Sub-23, o Furacão viveu, possivelmente, o maior ano de sua história, não apenas pelo título da Copa do Brasil, mas pelos confrontos com os gigantes argentinos e excelente campanha no Brasileirão. O time teve a chance de duelar com o poderoso River Plate, time mais destacado desta década na América do Sul, pela Recopa, e venceu de forma categórica o Boca Juniors (3 a o) em peleja pela Libertadores. Ganhou a Copa do Brasil superando Fortaleza, Flamengo, Grêmio e Internacional, quatro times classificados entre os nove mais bem colocados na Série A, entre eles o campeão.

E mesmo depois de erguer o inédito troféu, o Athletico seguiu fazendo ótima campanha na primeira divisão nacional terminando o certame em quinto lugar. Se não tivesse obtido a classificação para a Libertadores 2020 via Copa do Brasil, a teria assegurado pelo Brasileirão.

São Paulo

Daniel Alves foi uma das principais contratações do futebol brasileiro em 2019. Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo
Daniel Alves foi uma das principais contratações do futebol brasileiro em 2019. Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

Daniel Alves, Juanfran, Pablo, Alexandre Pato, Tchê Tchê, Raniel, Vitor Bueno, Tiago Volpi, Hernanes, Igor Vinícius, Biro Biro, Léo, Willian Farias, Marquinhos Calazans... Não faltaram contratações, tampouco treinadores. Foram quatro em 2019: André Jardine, Vagner Mancini, Cuca e Fernando Diniz.

A vaga na próxima Copa Libertadores gerou alívio no torcedor, que amargou eliminação para o argentino Talleres na primeira fase da competição, ainda no início do ano. Vice-campeão paulista levando, do Corinthians, o gol decisivo no final, desclassificado da Copa do Brasil pelo Bahia e sem sequer flertar com a briga pelo título nacional, o São Paulo ampliou sua seca de títulos em mais um ano decepcionante. Já são 11 temporadas apenas um troféu, o da Copa Sul-americana 2012.

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