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Opinião

O Maracanã não está fazendo 70 anos. Ele foi violentado e morto há uma década

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Mauro Cezar Pereira
16/06/2020 14:11 - Atualizado: 29/09/2023 16:48
O Maracanã não está fazendo 70 anos. Ele foi violentado e morto há uma década
| Foto: Karina Gouvêa/Estadão Conteúdo

Estão todos enganados. O Maracanã não está completando 70 anos. O estádio mais mítico do mundo morreu há uma década, quando assassinado por políticos que torraram mais de R$ 1 bilhão de dinheiro público para violentá-lo em nome da Fifa e seus caprichos.

O verdadeiro Maraca estava rejuvenescido, havia sido reformado três anos antes para os Jogos Pan-americanos de 2007. Perdera a geral, mas não totalmente os geraldinos, que continuavam no mesmo espaço físico, só que nas cadeiras azuis, que se debruçaram sobre o campo.

Não, eu jamais concordei com o fim da geral, local que frequentei por tanto tempo. Só que ainda mais inaceitável foi o fim do Maracanã. Era um estádio de 60 anos, histórias sem fim, magia, fascínio e, sim, em bom estado após duas reformas. Elas consumiram cerca de R$ 400 milhões em cerca de sete anos, para o torneio Mundial da Fifa disputado em 2000 e depois o Pan.

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Sua demolição interna (ficou apenas a casca) deu lugar a uma arena sem identificação com o torcedor carioca e brasileiro, sequer distribui os setores proporcionalmente pelos segmentos de nossa sociedade. O original era assim, com geral, arquibancadas, cadeiras azuis, especiais e tribuna.

Era o Maracanã inclusivo, como definiu Luiz Antonio Simas. Comportava do pobre ao rico, passando pelo "remediado" e pela classe média. Com seu conceito democrático, acessível a todos, foi mesmo "sepultado", como o historiador costuma dizer.

Hoje lá está um palco feito sob medida para o evento que por aqui passou em 2014, devastando o velho Maraca e deixando contas milionárias para pagar. Pior, a obra ainda foi entregue a uma construtora, posteriormente mergulhada em crise e até hoje há disputa por aquilo.

Celebrar 70 anos como se o que lá está fosse o Maracanã? Não. A tal arena apenas ocupa o mesmo espaço físico e, por isso, lhe deram o sagrado nome. O nosso Maracanã não existe mais. Não há o que comemorar.

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