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Mauro Cezar Pereira
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Rejeição à bola é sintoma do futebol pobre jogado no Brasil

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Mauro Cezar Pereira
26/08/2018 23:48 - Atualizado: 29/09/2023 16:50
ALE CABRAL/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO
ALE CABRAL/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

Óbvio que vencer é o objetivo principal de todo o time que entra em campo. Ou quase. Há aqueles que, cientes das próprias limitações, dependendo do adversário se satisfazem com um empate, ou ficam felizes até mesmo perdendo de pouco. O mais razoável seria, dentro da realidade de cada país ou região, equipes com maiores investimentos, e consequentemente melhores jogadores, serem mais cobradas, delas se esperar futebol mais bem jogado – não confundir com o subjetivo “jogar bonito”, “encantar”.

Atuar bem é ser competitivo defendendo e atacando com competência. E, quando com material humano de qualidade, sem rejeição à bola, não a evitando e mostrando que sabe bem o que fazer com ela nos pés. Claro que nem todos têm atletas adequados para reunir todas essas qualidades. O Atlético não só tentou, como insistiu no estilo de troca de passes pelas mãos de Fernando Diniz. Não deu certo porque é mais difícil atuar assim, algo que se torna inviável quando o elenco não tem o perfil adequado.

>>TABELA do Brasileirão

>> TABELA da Copa Sul-Americana

Mas mesmo quando o grupo de jogadores é acima da média para o padrão nacional, técnicos costumam evitar o estilo, por desconhecimento sobre como fazê-lo funcionar, pelo receio de o tempo não ser o bastante, devido ao instinto de sobrevivência no cargo. Vivemos de um jogo recheado de ligações diretas, bolas paradas e equipes que se fecham para explorar erros do adversário. Raros treinadores preparam seus times para ter a bola e a partir do controle da mesma, impor uma maneira de jogar e vencer.

Sim, até a França campeã mundial usou do expediente. Mas ao contrário do que muitos ainda imaginam, a Copa do Mundo não é mais a referência, o evento que dita tendências. Os maiores times do planeta já não são as seleções que a Fifa reúne a quatro anos em algum país amigo (dela), mas os times transnacionais. Enquanto no Brasil o líder tem 48% de posse de bola, o segundo colocado 51% e o terceiro 55%, os principais times da Europa começara mais uma temporada em outro ritmo.

O Real Madrid com 72%, Barcelona 67%, Chelsea 64% (81% nos 2 a 1 de domingo sobre o Newcastle), Manchester City 64%, Bayern Munique 64%, Liverpool 61%, PSG 60%, Juventus 59%. É possível dominar um adversário sem ficar com ela, claro, desde que o time se defenda bem e seja objetivo quando no ataque. Mas é preocupante quando tantos tentam vencer sem apego à pelota. Na prática, muitas vezes ela atrapalha, por isso a marcação se transforma em ponto crucial da estratégia, não o passe, a construção das jogadas até a finalização e o gol.

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Albari Rosa/Gazeta do Povo

Noite de protestos da torcida, com faixas contra os jogadores. Dificuldades para se reforçar e sinais cada vez mais fortes de que o time será esse mesmo até o fim da temporada. Além disso, bastaram duas finalizações certas para o Oeste construir, ainda no primeiro tempo, a vitória por 2 a 0 na noite chuvosa de sexta-feira no Couto Pereira. E nesta segunda o Coritiba jogará em Pelotas contra o Brasil, que abre a zona de rebaixamento. Caso o time gaúcho vença, se aproximará e puxará o Coxa para as imediações da zona da degola.

São seis jogos sem vitória, três pontos em 18 possíveis. Se na 17ª rodada o time só não estava na área de acesso à Série A pelos critérios de desempate, com 27 pontos, hoje tem 30 e vê a quarta posição sete à frente. Já o temido 17º posto fica apenas cinco abaixo. No ano passado o Paraná foi o último a subir para a primeira divisão, com 64 pontos, em 2016 o Bahia precisou de 63 e em 2015 o América Mineiro teve que cravar 65 para obter o acesso. Com 45 pontos em disputa, o Coritiba precisará de, pelo menos, 33 a 34, ou seja, aproveitamento de 75%. Hoje o índice é de 43,5%!

A volta à divisão principal um ano após a queda parece ser uma possibilidade meramente teórica a cada rodada.

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Albari Rosa/Gazeta do Povo

Nos três jogos sob o comando de Claudinei Oliveira o Paraná enfrentou times do grupo dos mais bem colocados do Campeonato Brasileiro, ganhou apenas um ponto. Mas ao contrário do que ocorreu nos confrontos anteriores ante equipes desse pedaço da tabela de classificação, o time não levou muitos gols. Se o Atlético Mineiro fez 2 a 0 e o Palmeiras 3 a 0, Inter e Corinthians derrotaram os paranistas pela contagem mínima e o São Paulo parou no 1 a 1 em Curitiba.

O comportamento mais cauteloso da equipe após a saída de Rogério Micale fez dela mais competitiva, inegavelmente. Reflexo de uma postura mais adequada ao perfil do elenco. No entanto, o time está seis pontos atrás do último entre os que ainda não habitam a zona de rebaixamento. Será preciso um passo adiante, com uma série de vitórias diante dos que duelam para escapar das últimas colocações. Na agenda do Paraná, visita ao Sport e peleja em casa contra a Chapecoense.

É o momento decisivo que se aproxima.

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Albari Rosa/Gazeta do Povo

Contra um Grêmio repleto de reservas, o Atlético não poderia deixar escapar a chance de acumular mais três pontos em sua casa. A vitória por 2 a 1 tirou os rubro-negros da zona do rebaixamento, com o quinto jogo de invencibilidade no Brasileirão. Os compromissos da semana, quarta-feira contra o Vasco e domingo diante do Bahia, serão na Arena, antes de o time sair para visitar Palmeiras, Atlético Mineiro e Chapecoense. Mais alguns pontos poderão deixar o Furacão em confortável situação para os duelos com o Caracas pela Copa Sul-americana.

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