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Mauro Cezar Pereira
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Seleção faz vexame e parece perdida. Logo voltarão a falar em “Neymardependência”

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Mauro Cezar Pereira
24/03/2019 23:42 - Atualizado: 29/09/2023 16:50
Tite, técnico da seleção brasileira, durante vexame contra o Panamá. Foto Pedro Martins / MoWA Press
Tite, técnico da seleção brasileira, durante vexame contra o Panamá. Foto Pedro Martins / MoWA Press

O Panamá tem uma seleção fraca, fraquíssima. Chegou à Copa do Mundo de 2018 após confusas eliminatórias de arbitragem bizarra que chegou a validar gol no qual a bola não entrou. Foi na vitória sobre a Costa Rica por 2 a 1, que classificou os panamenhos pela primeira vez na história a um Mundial. O time precisou virar o placar e no tento de empate, o árbitro guatemalteco Walter Lopez validou tento no qual a bola não entrou na meta (veja o vídeo abaixo). Na verdade ela saiu pela linha de fundo! O resultado eliminou os Estados Unidos do certame realizado na Rússia, onde a equipe centro-americana festejou efusivamente seu primeiro gol na competição, apesar de levar seis da Inglaterra na mesma partida.

Pois foi diante dessa modesta equipe, que chegou a uma Copa por linhas tortas e com o empurrão de uma arbitragem patética, que o Brasil apenas empatou sábado, em Portugal. Ficou no 1 a 1 na cidade do Porto, mesmo com o time de Tite cercado por torcedores verde-amarelos, com Neymar, lesionado, acompanhando a peleja de um camarote com seus inseparáveis parças. O placar se estabeleceu ainda na primeira etapa, mas parecia que o time da CBF não chegaria à vitória nem que tivesse todo o tempo do mundo. Uma disparidade técnica impressionante como a inoperância da equipe que cruzou quase 40 vezes na área do Panamá, fechado, rebatendo a bola para longe de todas as formas possíveis.

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Podemos enxergar tal cotejo como fato isolado, ponto fora da curva, acidente de percurso, coisas do futebol. Mas não pareceu. A falta de imaginação do time brasileiro, o festival de bolas erguidas na tentativa de uma cabeçada salvadora, as reações atônitas do treinador e seus auxiliares à beira da cancha. Foram várias imagens que retrataram algo mais profundo do que um simples tropeção. Tite foi à coletiva com seu linguajar tatiquês falando em “jogo interno”, “jogo externo”, “externos desequilibrantes” (ver glossário nesta postagem) e se queixando da linha de cinco defensores do lado panamenho, como reclamou após o 0 a 0 em Londres ante uma mutilada seleção inglesa, antes do Mundial da Rússia.

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Se antes da Copa o time brasileiro se incomodava com sua própria ineficiência diante dos ingleses, e o técnico não escondia o desconforto; causa espécie ouvir praticamente as mesmas explicações tanto tempo e um Mundial depois, após esbarrar na parede panamenha.

Neymardependência passa a ser tema natural em eventos próximos, mas diante de um oponente que não tem qualidade para oferecer grande oposição, chegaria a ser pecado atribuir à ausência do craque o placar final no Estádio do Dragão. Nesta terça-feira (26), em Praga, outro amistoso, contra a República Tcheca, mais tradicional, mas que, a exemplo do Panamá, só foi a uma Copa (2006) e vem de uma goleada: 5 a 0 para a Inglaterra.

Difícil esperar uma exibição de gala, claro, nem é o caso de se exigir isso à essa altura, mas pelo menos um time estruturado e que apresente o mínimo repertório ofensivo diante de uma defesa que poderá se trancar, como a que barrou o ataque brasileiro no sábado. Tite é o melhor treinador brasileiro, mas isso pode não ser o bastante. Antes da Copa do Mundo ele era visto como o emissário da palavra divida que discursava num tom de auto-ajuda em incontáveis comerciais de televisão. Não é mais. Seu imenso crédito caiu drasticamente nas partidas discutíveis feitas em gramados russos, culminando na eliminação para a Bélgica. Queiramos ou não, o técnico precisa de resultado e desempenho. Faltou tudo contra o Panamá.

GLOSSÁRIO:
Jogo interno: jogadas desenvolvidas pela faixa central do campo.
Jogo externo: jogadas realizadas pelos lados. Apesar de externo não é fora do campo de jogo que elas acontecem.
Externo desequilibrante: o velho ponta, que costuma levar vantagem diante dos marcadores, abrindo espaços na defesa adversária com velocidade e dribles. Por isso ele desequilibra (o jogo).

***

Somente o Santos mostra algo diferente

Sampaoli, técnico do Santos, discute após vitória no Paulistão contra o Red Bull. Foto Eduardo Carmim/AE

Sampaoli, técnico do Santos, discute após vitória no Paulistão contra o Red Bull. Foto Eduardo Carmim/AE Sampaoli, técnico do Santos, discute após vitória no Paulistão contra o Red Bull. Foto Eduardo Carmim/AE

O São Paulo venceu , 2 a 1 no Ituano. Não se sabe se renasceu, pois um jogo é pouco para acreditar na reviravolta, ainda mais em um clube contaminado por diversos problemas que têm início no comando, lá presidência. A ver. Sem novidades o Palmeiras, com seu elenco recheado de bons e ótimos jogadores, parou no 1 a 1 com o Novorizontino, que abriu o placar e perdeu um pênalti. Diferente o Santos de Jorge Sampaoli.

Nos 2 a 0 sobre o Red Bull, pressão fortíssima sufocando o adversário até metade do primeiro tempo e recuo com menor posse de bola para sustentar e ampliar o placar na segunda etapa. Isso sem abrir mão das finalizações. O time que mais arremata no Campeonato Paulista (16 vezes por partida, em média) chegou a 18 sábado, no Pacaembu. O time treinado pelo argentino é o que mais dá motivos para se esperar algo de interessante, diferente, a cada jogo.

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