Nesta semana a Amazônia registrou a pior temporada de queimadas em 17 anos. O corredor de fumaça que se espalhou já afetou 10 estados brasileiros. Apesar das notícias sobre os incêndios não só na Floresta Amazônica como no Pantanal serem destaque na mídia, a preocupação dos que se dizem defensores do meio ambiente nem de perto tem sido a mesma do governo anterior.
Em 2021, quando tudo era culpa do presidente em exercício, o Greenpeace Brasil reuniu mais de 30 artistas para lançar a música “Canção para a Amazônia”, assinada por Carlos Rennó e Nando Reis. Vários artistas que participaram da ação, também fizeram campanha para Lula em 2022, claro. Porém todos eles seguem calados sobre o aumento das queimadas no Brasil.
Há 3 anos, o próprio Nando Reis, ao comentar o projeto afirmou que “A situação da Amazônia é dramática, grave e representa bem a catástrofe climática que estamos vivendo. E para piorar, temos um presidente que não tem nenhum compromisso com o combate ao desmatamento”. Será que a preocupação de Nando não é mais a mesma em 2024, tendo em vista que ele não está fazendo a mesma cobrança agora?
Vale destacar também a fala da Porta-Voz da Campanha da Amazônia do Greenpeace, Carolina Marçal, que em setembro de 2021 afirmou que “o desgoverno Bolsonaro implementa uma agenda anti-ambiental destrutiva. Nós continuaremos resistindo e lutando pela Amazônia. A arte é uma forma poderosa de ativismo, de luta e de resistência, e para nós é uma honra participar de um projeto como este”, disse a especialista. Para onde será que foi toda essa resistência agora que Lula é o presidente?
Durante a última campanha eleitoral, uma das principais pautas levantadas pela esquerda eram as questões ambientais e a proteção aos indígenas, mas assim como em várias outras coisas, foi mais um fracasso
O número de mortes de Ianomâmis em 2023 foi maior que em 2022. No início deste mês o jornal “Estadão’’ divulgou que o governo Lula apagaria os dados sobre as mortes dos indígenas. Nada que pareça preocupar os cantores progressistas também.
A ministra Marina Silva, agora obrigada a aparecer mais vezes devido à crise das queimadas, já culpou as mudanças climáticas, as ações humanas, e o El Niño. Chegou até a culpar a gestão anterior pelo recorde de desmatamento no governo petista, mas antes de apoiar e se juntar ao PT não haviam tantos culpados assim. O alvo era um só. Como sempre, segundo a esquerda nada de ruim que acontece quando estão no poder é culpa deles, sempre dos outros.
Em 2020, Lula questionou onde estavam as forças armadas para tentar combater os incêndios no Pantanal e na Amazônia, e afirmou que o então ministro do Meio Ambiente era um cidadão sem caráter e sem respeito pela natureza. Ainda aguardo o momento em que ele irá criticar a si e sua atual ministra pelo que está acontecendo.
Com desmatamento ou queimadas, onças mortas ou jacarés carbonizados, indígenas sendo mortos ou suicidando, os artistas que tanto gostavam de aparecer nos anos anteriores não tiveram coragem de se posicionar agora, confirmando que a preocupação não era com a natureza e sim com o político de estimação. Desistiram rápido de “salvar” a Amazônia.
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