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João Kepler

João Kepler é empreendedor que investe desde 2008. Premiado como melhor Investidor Anjo do Brasil pelo Startup Awards. É diretor na FIESP e na ASSESPRO; conselheiro na ACE, ANPROTEC e ACSP; apresentador do Reality Show [O ANJO Investidor]. Autor de vários livros e conselheiro da Gazeta do Povo.

Pais superprotetores

Ensine o que nunca te ensinaram em vez de dar o que nunca teve

02/07/2020 11:00
Quem me acompanha sabe que uma das vertentes que eu acredito muito e escrevo com frequência é sobre a educação empreendedora para os filhos. Inclusive, para quem tiver interesse, tenho livro e artigos publicados sobre o tema que podem ser facilmente encontrados com uma busca rápida na internet. E hoje, gostaria de falar sobre uma constatação minha, mas que pode ajudar alguns pais a se encontrarem e/ou formarem a sua própria opinião a respeito.
A constatação é que é mais valioso ensinar aos seus filhos coisas que nunca te ensinaram, ao invés de dar coisas que nunca te deram. Que ainda vai de encontro com a ideia de que é preciso criar filhos para o mundo ao invés de querer mudar o mundo para eles.
Se você super protege e completa seu filho com tudo, ele poderá nunca buscar resolver seus próprios problemas. Aliás, proteger um filho adulto é o mesmo que deixá-lo dependente e despreparado para sempre.
Pais inteligentes que pensam diferente formam líderes, e não herdeiros. Por mais “polêmica” que essa sugestão possa parecer, se você ama mesmo seus filhos, pare de fazer tudo por eles! Valorize a criatividade, a resiliência e a persistência, ou seja, a responsabilidade.
Vez ou outra, algum pai me pergunta até quando e como os filhos devem ser dependentes dos pais, com base nas minhas experiências e educação empreendedora que apliquei em casa com os meus três filhos. É claro que, como você já pode imaginar, não existe uma única resposta para esta pergunta ou a opção certa, afinal, cada caso e casa são únicos e merecem uma análise mais aprofundada.
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Mas, se eu tivesse que dar uma resposta rápida e bem objetiva em relação a esta dúvida, eu diria que uma das principais características que precisam ser desenvolvidas e estimuladas pelos pais desde muito cedo é a autoconfiança dos filhos.
Isso quer dizer que, se o adolescente ou jovem se sente confiante o suficiente para tomar algumas decisões e ter algumas iniciativas, talvez ele já esteja preparado para ver a vida com os olhos de quem entende que enfrentará muitos desafios e que cada escolha acarretará uma consequência.
Não se trata de algo fácil para os pais, mas a negligência neste sentido pode criar problemas mais graves no futuro. Ensinar como lidar com a vida é o grande desafio para qualquer um. Tenha certeza de que dar tudo que não teve ou tentar suprir ausências com trocas materiais é um caminho perigoso para ambos os lados. Casos de filhos cujas vontades sempre foram atendidas e que nunca precisaram lidar com a frustração são comuns de serem identificados em adultos “perdidos” na vida.
Portanto, minha mensagem aqui é para os pais superprotetores: confie mais na capacidade dos seus filhos, mas sem jogar neles expectativas ou cobrar-lhes resultados que você definiu ou julga ser ideais.
Comece a praticar dizendo pequenos “nãos” e logo se sentirá mais confiante para definir novos e mais importantes limites nesta relação. Arrisco a dizer que nosso papel enquanto pais nisso tudo é amparar nossos filhos diante de todos esses desafios, mas deixando-os livres para escolher e, principalmente, lidar com as consequências dos caminhos escolhidos por eles.

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