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João Kepler

João Kepler é empreendedor que investe desde 2008. Premiado como melhor Investidor Anjo do Brasil pelo Startup Awards. É diretor na FIESP e na ASSESPRO; conselheiro na ACE, ANPROTEC e ACSP; apresentador do Reality Show [O ANJO Investidor]. Autor de vários livros e conselheiro da Gazeta do Povo.

Treinando líderes

Quem te provoca te leva mais longe

20/08/2020 12:52
No geral,
as pessoas associam provocação a algo ruim, negativo. Mas nem toda provocação
precisa ter essa conotação, afinal, nem tudo precisa ser compreendido como uma afronta,
mas pode ser também um desafio, uma visão complementar à sua que pode provocar
reações e resultados bem positivos.
Posto isto, quem é a pessoa que te provoca, te estimula e te faz ver outras possibilidades para agir? Busque por pessoas ou mentores que te façam mais perguntas e não somente que te apontem caminhos ou te digam uma resposta. Busque alguém que possa ampliar suas perspectivas, orientar sem impor e te corrigir sem ofender. Valorize as críticas, elas irão te provocar e despertarão para encontrar soluções e melhores caminhos. Se não sabe voar, cola em quem sabe.
Provavelmente,
boa parte dos leitores dessa coluna de imediato lembraram basicamente de três
figuras principais que são associadas a este perfil de “provocador”. O
professor é o primeiro desses personagens: ele orienta o início da vida de
qualquer pessoa, por meio de explicações objetivas e estímulos que fazem seus
alunos refletir e encontrar suas próprias respostas. Ou seja, aqui existe uma transferência
de conhecimento em um primeiro momento.
O segundo
é o coach ou treinador, que aparece na hora de colocar a teoria em prática. Perceba
a diferença, aqui além da troca de conhecimento o coach vive a experiência com
o seu pupilo. Na prática, isso significa que ele vai relembrar as instruções e
acompanhar o seu desenvolvimento naquela determinada competência, isto é, andar
ao seu lado.
E o
terceiro personagem é a figura do mentor. Seu papel é ser um provocador legítimo!
O propósito aqui não é mais transmitir informações e nem treinar competências,
mas estimular a autonomia, isto é, fazer com que seu mentorado consiga perceber
sozinho o que precisa ser feito. É claro que ele contribuirá para isso, mas de
uma forma bem diferente de um professor ou de um coach.
É fato
que em alguns momentos as três características podem se fundir em um mesmo
indivíduo, é mais raro mais acontece às vezes. Mas o grande diferencial do
mentor está no fato de ele funcionar como uma referência para você — uma pessoa
que você lembrará, para sempre, como alguém que mudou a sua vida.
E por
isso, nem é preciso dizer que a relação entre mentor e mentorado não se
constrói do dia para a noite. A mentoria para um CEO, por exemplo, está baseada
na confiança, o que exige entrosamento e tempo. É como um time de futebol. O
desempenho em campo depende do conhecimento de cada jogador em relação ao seu
companheiro. Para que os resultados venham, também é fundamental que esses
jogadores se sintam à vontade uns com os outros. Assim como ocorre entre os
atletas de uma equipe, a relação, na mentoria para CEO, é de igual para igual,
não devendo haver nenhuma amarra ou barreira que impeça essa evolução na
relação.
Ao longo do processo, das sessões realizadas, que são interligadas umas às outras, o mentor estimula a reflexão para que o próprio mentorado chegue às soluções ou alcance as respostas para os desafios que está enfrentando. O mentor não dá respostas, esse não é seu papel, mas aponta os caminhos, deixando essa direção menos nebulosa e/ou confusa para o mentorado. Então... não abra mão de ter um provocador na sua vida!

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