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O queijo Tomazina, produzido no Norte do Paraná, ganhou medalha de ouro em concurso nacional.
O queijo Tomazina, produzido no Norte do Paraná, ganhou medalha de ouro em concurso nacional.| Foto: Anacreon de Téos

Transformar o Norte Pioneiro paranaense em polo reconhecido como região produtora de queijos artesanais. Este é o sonho do engenheiro agrônomo Alfredo Braz da Costa Alemão (sim, Alemão é sobrenome mesmo), que há 33 anos deixou São Paulo para se estabelecer na cidade de Tomazina.

Chegou representando a então Emater, que hoje se chama Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, para manter contato direto com os produtores da região, especialmente os do segmento leiteiro. E essa aproximação, com o passar dos tempos, começou a instigar a vontade de começar a produzir queijo.

Como sempre mexeu na cozinha e é um apaixonado por queijo, entendeu que a nova atividade poderia ser interessante. E então, a princípio como hobby – cerca de um ano e meio atrás -, começou a lidar com o queijo, pois via ali também a oportunidade de agregar valor ao resultado do trabalho daqueles produtores rurais com quem convivia.

Alfredo Alemão e seu Queijo Tomazina, campeão brasileiro em sua categoria em 2019.
Alfredo Alemão e seu Queijo Tomazina, campeão brasileiro em sua categoria em 2019.| Foto: Anacreon de Téos

E assim, depois de alguns testes, Alfredo Alemão desenvolveu o queijo Tomazina, para o consumo próprio e também para alguns amigos. Não havia pensado inicialmente em comercializar, seria apenas para as pessoas próximas. Mas os resultados foram tão expressivos e os elogios também que entendeu ser possível pensar em colocar o produto no mercado.

Trata-se de um queijo de massa semicozida, que é maturado por um mês. Não é bem o queijo colonial, que tem um processo diferente de elaboração, mas é muito parecido. O queijo é elaborado a partir do leite cru, que proporciona um sabor mais acentuado e marcante.

A prateleira de maturação, onde o queijo fica por um mês.
A prateleira de maturação, onde o queijo fica por um mês.| Foto: Anacreon de Téos

A princípio, aquele queijo não tinha nome, era definido apenas como meia cura. Mas, com a intenção de inscrevê-lo na 5ª edição do Prêmio Queijo Brasil, realizado em setembro passado, a principal premiação de queijos artesanais do país, precisou batizá-lo. E o cidadão paulista – que já se considera tomazinense – decidiu homenagear a cidade que o acolheu: Queijo Tomazina, tendo no rótulo a imagem da linda igreja matriz, um dos pontos turísticos da cidade.

E não é que ganhou? O Queijo Tomazina ficou com medalha de ouro nesse concurso, que teve 720 queijos inscritos, dos quais somente pouco mais de 20 chegaram às medalhas de ouro em suas categorias.

O diploma da Medalha de Ouro do Queijo Tomazina em concurso nacional.
O diploma da Medalha de Ouro do Queijo Tomazina em concurso nacional.

A produção é artesanal e o propósito é manter esse perfil. O bom resultado desse trabalho está incentivando também outros produtores da região e a intenção de Alemão é que Tomazina e o Norte Pioneiro se destaquem. Como um queijo de Ribeirão Claro, que tem medalha de prata também em concurso recente. Ou outro, de Santana do Itararé, cujo produtor ficou em segundo lugar num concurso paranaense, em 2018.

O próprio Alemão está testando o desenvolvimento de outro queijo, desta vez de massa cozida, estilo parmesão, mais consistente, para se comer de pedacinhos. Já tem até o nome, Cavalcanti, referência ao belíssimo Salto Cavalcanti, no Rio das Cinzas, que cada vez mais ganha espaço no meio turístico.

No mercado

Quando estive em Tomazina (terra do meu pai) no último carnaval, conversava em família sobre minhas lembranças de infância, dentre as quais do sabor inigualável do queijo derretido em panela ou chapa de ferro, na casa de minha avó. Era aquele queijo grande, que a gente chamava de “queijo da estrada” e que não tinha, certamente, todos os cuidados sanitários que hoje se exige. Ou, provavelmente, quase nenhum.

O queijo grelhado na chapa, que remete aos sabores de infância.
O queijo grelhado na chapa, que remete aos sabores de infância. | Foto: Anacreon de Téos

Foi daí, a partir dessa conversa, que fui levado por um primo a conhecer Alfredo Alemão e a experimentar o queijo. Comprei um de pronto, levei para casa (de minha mãe) e nem esperei muito tempo para pôr na chapa. Bingo! Era aquele mesmo sabor, com a diferença de hoje ser produzido com todas as recomendações de higiene necessárias.

Comprei mais alguns e trouxe para família e alguns amigos em Curitiba. Adoraram, claro. E perguntei, na ocasião, se ele vendia para outras paradas fora de Tomazina. Sim, vende, é só encomendar que ele chega ao preço final após o cálculo do frete.

Mas para quem está em Curitiba, uma boa notícia. E ótima coincidência. Ele enviou e acabam de chegar algumas unidades na Bon Vivant, cuja sócia-proprietária, Flavia Rogoski, especialista em queijo, também está entre os admiradores do Queijo Tomazina.

Está sendo comercializado a R$ 80 o quilo e cada unidade pesa em torno de 420g. Preço, aliás, muito bom pela qualidade que o queijo representa.

A Bom Vivant funciona no Mercado Municipal de Curitiba e por enquanto está aberta normalmente (com restrições e cuidados especiais aos clientes). Mas a própria Flavia e a loja recomendam os pedidos para entrega, por telefone, e-mail ou WhatsApp. Todos ali estão muito bem preparados para explicar e discorrer sobre qualquer produto desejado – inclusive o Queijo Tomazina.

O Queijo Tomazina pode ser adquirido junto ao próprio produtor ou na loja Bon Vivant, em Curitiba.
O Queijo Tomazina pode ser adquirido junto ao próprio produtor ou na loja Bon Vivant, em Curitiba.| Foto: Anacreon de Téos

Alfredo Alemão

Fone e WhatsApp: (43) 9922-6674

Bon Vivant

Mercado Municipal - box 56

Avenida 7 de Setembro, 1895 – Centro

Fone: (41) 3013-7753 – WhatsApp: (41) 99673-7753

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