• Carregando...
Crème brûlée de banana, uma saborosa variação da clássica sobremesa.
Crème brûlée de banana, uma saborosa variação da clássica sobremesa.| Foto: Fernando Zequinão

- No fundo é um mingauzinho – poderia dizer aquele mais simplista, querendo comparar o Crème brûlée com aquela, digamos, papinha que as mães fazem para as crianças, para servir como sobremesa, engrossada com amido de milho.

Claro que não é assim. Nem de longe. Começa que não existe nenhum espessante a não ser as gemas de ovo. Nem farinha de trigo nem amido de milho nem nada. É, pelo contrário, um doce muito charmoso, uma sobremesa clássica, que tem seus primeiros registros na França, em 1691, no livro Nouveau cuisinier royal et bourgeois, de François Massialot. Mas que tem sua origem requisitada também pelos espanhóis ainda no século XVII, com a “crema catalana”, que segue a mesma linha básica de confecção.

Os ingleses também ousam reclamar autoria, pelo fato de a base da sobremesa ser um creme inglês, a clássica combinação de gema, leite, baunilha e açúcar, que é utilizada como complemento de sobremesas com frutas, bolos e biscoitos.

O Crème brûlée tradicional tem exatamente essa constituição, coberto pelo crocante do açúcar queimado. Afinal de contas, em francês seu nome significa exatamente “creme queimado”.

Com o passar do tempo, de acordo com a inspiração de cada confeiteiro ou chef de cozinha, começaram a surgir as variações nos sabores do creme. Ainda nos tempos de seu incomparável Boulevard, Celso Freire fazia um de alecrim que jamais me esqueci. Era muito especial. E teve outro ainda, nos últimos anos do restaurante, o Crème Brûlée de Chocolate, que foi, inclusive, Prato da Boa Lembrança de 2008.

Já vi e provei de milho, gengibre, doce de leite, laranja, cenoura, chocolate branco, abóbora, café, limão, catupiry e outros tantos – até um salgado, de foie gras -, conforme a composição do creme a ser assado. E de banana, que, particularmente, acho delicioso.

E é exatamente essa a proposta de agora, um Crème Brûlée de Banana, tão fácil quanto fazer aquele mingauzinho mais simplista citado anteriormente.

Vamos à receita, então?

Crème brûlée de banana

| Foto: Fernando Zequinão

Ingredientes

½ xícara de açúcar refinado

4 gemas

1 xícara de creme de leite fresco

1 xícara de leite integral

1 banana caturra bem madura

1 vagem de baunilha

6 colheres (sopa) de açúcar demerara

Preparo

Preaqueça o forno a 100ºC.

Bata as gemas peneiradas e o açúcar na batedeira, até que a mistura fique bem lisa e esbranquiçada.

Amasse a banana, junte à mistura da batedeira e bata novamente.

Abra a vagem de baunilha, raspe as sementes e adicione à mistura. Acrescente o creme de leite e o leite e misture, sem bater, até obter um creme bem homogêneo.

Distribua esse creme em 6 ramequins (ou tigelas) e leve ao forno, em banho-maria, por cerca de 50 minutos.

Retire do forno, aguarde esfriar e leve à geladeira.

No momento de servir, espalhe o açúcar demerara por cima dos cremes e queime com um maçarico, até que fique dourado. Se não tiver maçarico, use as costas de uma colher, levada à chama do fogão. Encoste no açúcar, mexa em círculos, até formar uma crosta bem crocante.

Decore com rodelas de banana e alguma flor comestível.

Sirva em seguida.

Rendimento: 6 porções.

O Crème Brûlée normalmente é servido em ramequins ou tigelas baixas, com boa área para maçaricar o açúcar.
O Crème Brûlée normalmente é servido em ramequins ou tigelas baixas, com boa área para maçaricar o açúcar. | Foto: Fernando Zequinão

Dicas

- A banana caturra também é conhecida como banana nanica ou banana d’água. Deve estar bem madura para poder se integrar ao creme, com a mesma consistência.

- Para simplificar (e baratear) a receita, é possível substituir a fava de baunilha por uma colher (chá) de essência de baunilha. Perde-se um pouco do sabor original, mas nada que seja uma calamidade.

- Ao raspar a fava de baunilha, guarde a vagem, que pode servir para saborizar açúcar. É só deixar na vasilha onde é armazenado que o açúcar vai pegando perfume e sabor inconfundíveis.

- Se não encontrar o açúcar demerara pode utilizar o açúcar cristal para fazer a cobertura.

- O livro Le Nouveau Cuisinier Royal Et Bourgeois, Qui Apprend À Ordonner Toute Sorte De Repas En Gras Et En Maigre – este é o nome completo da obra -, de François Massialot, citado como primeira referência ao Crème Brûlée, está disponível para venda no site da Amazon. Tem 420 páginas e é um documento importante para os estudiosos da gastronomia. Vem com dois preços: R$ 118,06 (capa dura) e R$ 85,79 (capa simples). Importante lembrar que livros não têm taxa de importação, apenas os custos de frete.

=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=

Entre em contato com o blog:

Blog anterior: http://anacreonteos.blogspot.com/

Twitter: http://twitter.com/AnacreonDeTeos

E-mail: a-teos@uol.com.br

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]