
Gosto muito do aconchego do Pescara Cucina Italiana. Desde antes de sua existência oficial, quando ali ainda funcionava o Sapor Itália, do chef italiano Giovanni Luchini, com seu temperamento explosivo, mas com a comida inigualável.
Tanto que, algum tempo depois, quando o restaurateur Nelson Goulart me contou que estava abrindo ali um restaurante italiano, já fique de prontidão. A experiência dele em décadas do restaurante rural Pasárgada, em Colombo, e, depois, com a bem sucedida jornada no Ibérico Restaurante, no Água Verde, foram os atributos que levaram ao contato e à proposta feita pelo proprietário do imóvel.
Para aceitá-la, Goulart decidiu estudar a fundo a cozinha italiana. Mas não os sabores toscanos, pois estes eram a assinatura do proprietário anterior, toscano de Viareggio – às margens do Mediterrâneo -, que, sabe-se, seriam insuperáveis. Então decidiu ir para o outro lado do país, para a outra costa da Itália, para a província de Abruzzo e, mais especificamente, para a cidade de Pescara, ali na frente do Mar Adriático.

A variedade do seu território, que oferece tudo, desde o mar até as montanhas das colinas para as cidades de arte, da cozinha genuína ao vinho fino, faz de lá um território agradável e tranquilo. As raízes de Abruzzo também influenciaram a culinária rica em pratos simples, mas deliciosos, feitos de legumes, carne, queijo, peixe e tudo muito rico em sabores. Nelson Goulart ficou por uns tempos lá e voltou convicto de sua opção: seria um restaurante italiano com foco naquela província. E assim, nada mais lógico do que denominá-lo Pescara, referência à principal cidade da região, com seus pouco mais de 130 mil habitantes.
Isso foi em 2017, junho, e em outubro lá estava eu, sentindo de perto as matizes, as texturas e o perfume daquela cozinha tão saborosa e consistente (fiz o registro aqui). E aí também manteve o aconchego daquela casa, aquela energia positiva, reconfortante, que só a boa comida consegue oferecer.
Mas aí, por um tempo, o Pescara passou por outra experiência, com um chef (competente e criativo, diga-se) que deu ênfase aos menus degustação ou menus confiança e fugiu um pouco do roteiro imposto pela proposta inicial. Daí fechou por uns tempos para preparar a retomada, que não poderia ter vindo em melhor estilo.
De volta ao aconchego

Tendo à frente da cozinha o chef Maurício Pereira, o Pescara retomou a pegada abruzzicina, com todo seu sotaque e suas nuanças. Bem rodado na área, Maurício é arquiteto por formação, mas foi guitarrista de bandas por um bom tempo. Até se encantar pela cozinha e decidir fazer o curso de cozinha do Centro Europeu. Foi o melhor aluno do ano no curso.
Escolheu fazer um estágio com o Celso Freire no icônico restaurante Boulevard e, após o estágio, começou a lavar louça no extinto Lagundri. Logo foi para o fogão, o primeiro passo para depois seguir pelas cozinhas da cidade. Foi chef no Fujii Cozinha Japonesa, na época do “seo” Henrique (como era conhecido Toshiharu Tawamoto, mestre na cozinha oriental, com seu yakisoba crocante). Daí teve seu próprio restaurante, Belinha, nas Mercês por uns seis anos, quando foi convidado a estar à frente do Ibérico e de lá transferido para o Pescara.
Nesse meio tempo, Maurício Pereira teve a oportunidade de dar aulas em algumas escolas de gastronomia da cidade, como o Espaço Gourmet e o Centro Europeu, no qual ministrou aulas de cozinha asiática.
No Pescara, mergulhou novamente na vertente italiana e o resultado é um cardápio enxuto, mas de muita raiz, com pratos que remetem mesmo ao país da bota. Numa noite dessas, estivemos lá em duas pessoas, tentando tirar uma base do menu.

E começamos com uma novidade criada pelo chef para o Dia dos Namorados, que agradou e foi ficando no menu: Carpaccio de mignon curado, servido com salada morna de escarola, guanciale, picles de rabanete e espuma de mostarda Dijon (R$ 34,90). É realmente muito bom, o toque da cura na carne é delicado e contrasta com a verdura morna, o crocante do rabanete e a delicadeza da espuma. Mas, quem rouba a cena, são as tirinhas de guanciale, feitas pelo próprio chef, embora pareçam ter vindo lá da Itália, tamanhos sabor e qualidade.
A outra entrada foi a Focaccia caprese, que apresenta as tiras de focaccia cobertas com tomatinhos confitados, muçarela de búfala e pesto (R$ 39,90).
De prato principal, optamos por duas propostas de mar. Um Risotto gamberi con zucchine (camarões e abobrinha – R$ 89,90) e uma surpreendente Fregola ai frutti di mare (R$ 129,90). Fregola sarda é um corte de massa típico da Sardenha, pequenas bolinhas que dão muito trabalho para fazer e por lá encontra alguns equipamentos especiais. É delicada e, ao mesmo tempo, firme, combinando muito bem com os pescados escolhidos: camarões rosa, lula, vôngole e mexilhões. E o detalhe principal, que valoriza ainda mais o prato: a exemplo do guanciale, também feita em casa, pelo chef Maurício Pereira.

Que também faz os canolli para a sobremesa, no caso Cannoli de doce de leite e castanhas (R$ 29,90) e há outra versão, com recheio de creme de limão siciliano. Ainda vieram Bombolone recheado com doce de leite e creme de cumaru (R$ 29,90) e um Creme zabaione com biscoitos amaretti e uvas frescas (R$ 29,90).
Importante lembrar que há uma rotatividade no cardápio, conforme a renovação do estoque de insumos para a composição dos pratos. Em um dia ou outro, uma das sugestões pode estar faltando. Além disso, o chef pode sempre estar criando algo novo e, por isso, é sempre interessante perguntar pelas novidades.
O cardápio contempla boas seleções de massas, carnes e outros pescados e frutos do mar, além de pratos para crianças.
O restaurante tem capacidade para 50 pessoas, mas, para maior conforto dos clientes, está arrumado para conter 40 pessoas. Enquanto o chef Maurício Pereira conta com o auxílio direto de Victor Koala e o apoio de Elizabeth Sierra, no salão, charmosamente vestidos à italiana, Jean Cequinel e Guillermo Honório circulam o tempo todo, atentos, para deixar todos os clientes à vontade. A harmonia entre cozinha e salão é o que faz as coisas funcionarem a contento no Pescara.
Além dos pedidos à la carte, a casa oferece sugestões de refeições completas, como o Menù Pranzo, possibilitando a escolha de uma entrada e um prato principal das opções do dia, no menu de almoço, de terça a sexta, a R$ 69,90. Ou o Menù della setimana, escolha de uma entrada, um prato principal e uma sobremesa das opções do dia, a partir de R$ 140.
Para beber, uma bem formada carta de vinhos, além de drinques, cervejas, destilados, sucos e refrigerantes.
Horários: terça a sexta, das 11h30 às 14h30 e 19h00 às 22h30; sábados, das 12h às 15h e 19h às 22h30; domingo, das 12h às 15h.
Pescara Cucina Italiana
Avenida Iguaçu, 1270 – Rebouças
Fone: (41) 3042-8004
Reservas podem ser feitas pelo site fastget.app/pescara, onde o cardápio está sempre atualizado.
Pescara Cucina Italiana
Avenida Iguaçu, 1270 – Rebouças
Fone: (41) 3042-8004
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