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Um marco para a Aker do Brasil: esta é a primeira entrega de equipamentos destinados à extração de petróleo desenvolvidos por conteúdo local para exportação à Noruega.
Um marco para a Aker do Brasil: esta é a primeira entrega de equipamentos destinados à extração de petróleo desenvolvidos por conteúdo local para exportação à Noruega.| Foto: Luís Batista/Aker Solutions

O dia 27 de maio de 2019 entrou no calendário de datas importantes para filial brasileira da norueguesa Aker Solutions, fornecedora de soluções para o setor de petróleo e gás. A data marca a primeira entrega internacional de uma tecnologia inédita desenvolvida na fábrica de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

O dia 27 de maio de 2019 entrou no calendário de datas importantes para filial brasileira da norueguesa Aker Solutions, fornecedora de soluções para o setor de petróleo e gás. A data marca a primeira entrega internacional de uma tecnologia inédita desenvolvida na fábrica de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

O projeto desenvolvido no Brasil especialmente para a empresa norueguesa Equinor prevê a entrega de 47 módulos de sistemas de controle de produção para três campos de petróleo na Noruega. Os módulos produzidos aqui vão compor lá as chamadas 'árvores de natal', equipamentos usados na extração de petróleo e gás que funcionam como um sistema de válvulas inteligentes usadas na boca dos poços para controle de fluxo e vazão do petróleo.

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A entrega dos primeiros módulos acontece cerca de um ano e meio após a assinatura do contrato da Aker com a Equinor, ambas empresas norueguesas com operações no Brasil.  O restante dos equipamentos será enviado à Noruega escalonadamente até 2020, prazo de conclusão do projeto.

“É um marco importante para a Aker e para a indústria subsea brasileira, expondo a capacidade e a mão de obra altamente qualificada dos profissionais brasileiros para exportar tecnologia”, afirma Maria Peralta, presidente da Aker Solutions Brasil.

Todos os módulos desenvolvidos em São José dos Pinhais têm tecnologia nova patenteada pela Aker Solutions, alinhada a nova bandeira de digitalização da empresa. Diferente dos projetos anteriores, a nova eletrônica desses equipamentos permite a captura e tratamento de dados e informações do campo de petróleo, usados para monitorar o funcionamento do poço a distância e gerar estatísticas.

Primeiros módulos desenvolvidos pela Aker no Paraná que vão para o mercado externo, para a empresa norueguesa Equinor. Foto: Luís Batista.
Primeiros módulos desenvolvidos pela Aker no Paraná que vão para o mercado externo, para a empresa norueguesa Equinor. Foto: Luís Batista.

A tecnologia foi desenvolvida a três mãos, em parceria pelas equipes da Aker no Brasil, Noruega e Reino Unido. A equipe brasileira ficou responsável por toda a parte de gestão de projeto, engenharia e supply chain. Ao todo, cerca de 100 dos 700 profissionais da Aker em São José dos Pinhais atuaram diretamente no desenvolvimento do projeto.

O contrato total do projeto global firmado entre a Aker e a Equinor é equivalente a R$ 1,7 bilhão. Já a fatia do projeto destinada ao Brasil é da ordem de R$ 100 milhões.

Brasil no centro da estratégia da Aker                             

O desenvolvimento deste projeto em solo brasileiro faz parte, segundo Maria, da estratégia da Aker Solutions de consolidar o Brasil como um hub global de fabricação de equipamentos e execução de projetos subsea para o mercado nacional e exportação. Localmente, a empresa já fornece para a Petrobras.

O plano começou a ser posto em prática em 2013, com o investimento de R$ 286 milhões na construção do Centro de Alta Tecnologia de São José dos Pinhais, a maior e mais moderna planta da companhia no mundo, de acordo com a presidente. Neste mesmo patamar, a Aker mantém outro centro de alta tecnologia em Port Klang, na Malásia. Ambos se conectam a outros três centros tecnológicos da empresa na Noruega, Reino Unido e Índia.

No Brasil, além de São José dos Pinhais, a Aker também está no Rio de Janeiro e em Rio das Ostras, no Litoral fluminense, com uma base de serviços com 400 funcionários e outras duas bases de serviços com foco em topside (serviços feitos acima do nível do mar, ou seja, trabalhos em plataformas, guindastes e também refinarias de petróleo). Considerando os funcionários que ficam nas bases e os que trabalham embarcados, são cerca de dois mil trabalhadores. No Paraná, a Aker opera desde 1978, anteriormente com uma fábrica da Cidade Industrial de Curitiba (CIC) que foi desativada com a construção da nova sede.

 “Este é o nosso primeiro projeto para o mercado externo, mas não será o único. Nós estamos fincando a bandeira de exportação a partir do Brasil e temos profissionais capacitados para desenvolver projetos como este aqui. Mas quando falamos de pessoas, a Aker não entrega nada sozinha, nós dependemos de uma rede de fornecedores”.

O desenvolvimento de uma cadeia local de fornecedores, aliás, é um dos pontos altos do projeto desenvolvido para a Equinor, segundo Maria. Embora seja um processo difícil e que demanda tempo, a Aker escolheu apostar no potencial local e fazer uma mescla, desenvolvendo setores de alta tecnologia da cadeia nacional de suprimentos ao invés de trabalhar apenas com fornecedores de fora.

“Um dos componentes usados nos módulos que até então era importado apenas da Escócia, agora está sendo produzido por um fornecedor aqui do Paraná”, exemplifica ela.

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