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Empresário Luiz Breda, 34 anos.
Empresário Luiz Breda, 34 anos.| Foto: Priscilla Fiedler/Divulgação

Engenheiro de produção por formação, o empresário curitibano Luiz Breda, 34 anos, foi um dos responsáveis pela reconquista do público na Rua 24 Horas, queridinho ponto turístico no Centro da capital paranaense, que foi perdendo glamour no início dos anos 2000 e ficou fechado para reforma entre 2007 e 2011. Breda começou com uma franquia e hoje tem cinco operações de um total de 14 no local, mais uma anexa e uma nova nos arredores: a uma quadra de distância, na Galeria Central Park.

Na reabertura das lojas da Rua 24 horas, no início de 2012, o cartão-postal já adotou um perfil quase exclusivamente gastronômico, bem antes da abertura das vilas gastronômicas, que acabaram caindo no gosto do curitibano. Mas o começo não foi exatamente empolgante. Por três anos, até 2015, a franquia de 14m² da Sucos Wing, que abriu, operava no vermelho.

"Foi um período de resiliência e aprendizado. Entendi como se tivesse fazendo um curso, pagava para trabalhar, mas assim fui aprendendo o que estava errado, o porquê, e então buscar soluções para isso", diz Breda, que nesse período manteve o emprego de gerente de vendas em uma construtora para seguir empreendendo. Ele conta que já em 2009/2010 o mercado imobiliário começou a dar sinais de saturação e desde então começou a pesquisar um plano B. Breda não seguiu os conselhos de conhecidos que disseram "escolha qualquer coisa menos alimentação" e optou pelo ramo no recém-reaberto ponto turístico.

Como parte do aprendizado, Breda começou a ouvir os diferentes perfis de clientes e suas demandas. "No almoço, o pessoal quer comer rápido e barato. À noite quer comer melhor, tem mais turista". Morador da região desde pequeno, o empresário viu a Rua em seu auge, na década de 90. "Sempre acreditei muito no potencial. Cresci vendo turistas tirando fotos, gente que ia casar. O pessoal tem muito carinho pelo local, uma coisa nostálgica", lembra.

Com outros dois estabelecimentos patinando e à venda no local, Breda resolveu "dobrar a aposta". Comprou o Bávaro e o Pezzo (anexo à Rua 24 horas), criando o Grupo Bávaro. "Estavam com um bom preço e tivemos uma visão de médio-longo prazo. Unificamos as operações, reduzimos pessoal e conseguimos aumentar as vendas". As aquisições renderam uma cozinha – que antes não tinha – e uma mudança no perfil da choperia, que antes não vendia almoço e passou a oferecer essa opção, além dos pratos do happy hour. O caixa também foi unificado com a loja de sucos, que passou a se chamar Fresh Juice.

"Com isso conseguimos virar o jogo, ser viável, rentável", afirma. Com três lojas [agora 120m²] e enfim faturando, o empresário largou o emprego e passou a se dedicar exclusivamente aos empreendimentos gastronômicos. "Passei e continuo passando muito na frente da loja, conversando com os clientes, sempre procurando saber o que desejam", diz. Além do "corpo a corpo" com o consumidor, o grupo fez pesquisas, planos de ação e passou a investir em comunicação e marketing, além de cardápios com comidas típicas e festivais para atrair o público, como os do Bacon, da Cerveja, do Risoto e do Fish n’ Chips.

"Conseguimos junto com a concessionária [da Rua 24 horas] e demais lojistas ter várias sugestões aplicadas que deram certo", comenta. A aposta em transmissões esportivas também deram certo e como brinca Breda: "a final da Copa do Brasil foi a caneta do Marcelo [Cirino], o gol do Rony e o corte [da TV] para a Rua 24 horas com a comemoração".

O resultado apareceu e se manteve. "Conseguimos um crescimento orgânico, temos crescido de 10% a 15% ao ano, cinco anos seguidos", afirma. Ao longo do período mais três lojas foram adquiridas no espaço: Prinzen, James Hill e Açaí All Inclusive, ampliando o mix do grupo.

Fachada da Rua 24 horas.
Fachada da Rua 24 horas.| Priscilla Fiedler/Divulgação

Expansão aliada a tecnologia

Em 2020, o objetivo é expandir no Centro com um serviço de delivery. Após recusar propostas para franquear o Bávaro em bairros nobres da capital, alertado pelo fracasso de outros estabelecimentos que tentaram emplacar franquias fora da região central, Breda comprou um restaurante na Galeria Central Park (a uma quadra da 24 horas) e está reformulando a marca.

"A ideia é servir comida caseira, rápida e barata para os escritórios na região, um perímetro de três quadras. O entorno é muito denso, tem muitos bancos, telemarketing e prédios nesse pequeno raio, inclusive o mais alto do Paraná a meia quadra daqui [Universe Life Square, na Visconde do Rio Branco]". Para facilitar a vida dos clientes, o grupo está desenvolvendo um serviço de atendimento automatizado pelo WhatsApp, na prática um robô que será capaz de atender pedidos de todas as lojas do grupo em uma única mensagem, fugindo dos apps de delivery.

"A pessoa poderá pedir prato executivo, pizza, hambúrguer, suco e sorvete de uma vez só, além de receber o cardápio diariamente e receber promoções. O objetivo é consolidar o Centro com essas estratégias, menos arriscadas e com possibilidade de resultado maior. Ainda não tiramos tudo que dá pra tirar do Centro e a oportunidade da vez é o delivery", finaliza.

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