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Foto: Guilherme Gluck
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Quando se pensa em energia elétrica o comum é lembrar das empresas públicas que fazem a distribuição, como a Copel, no Paraná. Ou das grandes usinas, como Itaipu. É justamente no setor da produção de energia que um novo mercado passa a se desenvolver e ser explorado no Brasil: o projeto e a construção de usinas adequadas à necessidade de consumo de empresas.  Na Europa e EUA é possível ver vários formatos de usinas já em funcionamento. Por aqui, o negócio ainda é recente.

Um bom exemplo desse processo – e do potencial que possui – é o desenvolvimento que a Argon Energia fez para atender a necessidade de energia do Armazém Santo Antônio, em Curitiba. Em abril, o restaurante passa a contar com uma usina própria de geração de energia elétrica a partir de fonte renovável, um grande diferencial. A usina é solar e não está localizada no empreendimento, mas em Marechal Cândido Rondon, a 578 km de Curitiba. Os motivos e benefícios para essa decisão são explicados pelo engenheiro Eduardo Hahn de Castro, um dos sócios da Argon. “Primeiro, falamos em economia. Estimamos que a conta de luz, ao ano, diminua entre 3% e 7% para a empresa. Outro fator é que não há investimento feito pelo empresário para a construção da usina, apesar do custo ser alto. No caso do Armazém Santo Antônio o valor do investimento foi de R$ 350 mil, que a Argon se encarregou de buscar no mercado, entre investidores”, esclarece Eduardo.  Outro benefício é que a usina não precisa ser desenvolvida no local do negócio. “Buscamos uma localização que atenda aquela necessidade. Como Curitiba não oferece a condição solar para essa captação, pesquisamos uma região que fosse adequada, no caso, a cidade de Marechal Cândido Rondon, onde está sendo construída a usina. A produção é feita ali, a partir da captação da luz solar, e jogada na rede da Copel, que distribui a energia até o restaurante”, esclarece o engenheiro. Segundo ele há outras formas de produzir energia renovável e que também são disponibilizadas pela Argon: eólica, hidráulica e biomassa.

Estimamos que a conta de luz, ao ano, diminua entre 3% e 7%.

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Porém, há alguns itens observados pela empresa para que o projeto seja viável. Como o consumo que o negócio possui em termos de energia elétrica, que é de no mínimo uma conta de R$ 5 mil/mês. “Realizamos usinas que variam, em investimento, de R$ 300 mil a R$ 5 milhões. É preciso que o consumo do negócio seja viável para o investimento. Hoje, nosso cliente que menos consome, possui uma conta de energia elétrica que varia entre R$ 10 e R$ 12 mil/mês”, explica Eduardo. Segundo ele, o foco de atuação da empresa são redes de farmácias, de escritórios e de lojas, ou seja, empreendimentos comerciais. O mercado residencial não é alvo da Argon Energia. “A usina para o Armazém é a primeira de vários projetos que deveremos tirar do papel em 2019”, confirma. A Argon iniciou suas atividades empresariais em 2018.

Usina própria

O chef Giuliano Hahn conta que o Armazém Santo Antônio já atua com várias ações que buscam causar o menor impacto no meio ambiente. “Utilizamos produtos orgânicos, compramos de produtores locais e buscávamos uma alternativa para fonte de energia renovável e mais limpa. Não imaginávamos que poderíamos ter uma usina própria e longe de nosso espaço. Foi uma surpresa”, confirma. O chef explica que além da economia, serão R$ 4 mil/ano a menos na conta de energia, poder contar com uma solução que esteja integrada a filosofia do empreendimento é bastante importante. “Além de não precisarmos fazer um grande investimento para contar com a solução final. Esta condição também pesou na decisão.”

No caso do Armazém Santo Antônio o valor do investimento foi de R$ 350 mil, que a Argon se encarregou de buscar no mercado, entre investidores.

Primeiro restaurante do Paraná a contar com uma usina solar apenas para o seu consumo, o Armazém Santo Antônio não ficará sem energia caso a usina pare de produzir por algum motivo. “O cliente contará com um aplicativo e câmeras para monitorar sua usina, mas não precisa se preocupar em cuidar dela. No caso de algum problema técnico que gere corte na produção, por exemplo, automaticamente voltará a utilizar a energia da Copel”, conta o engenheiro Eduardo. Segundo ele, ao contratar uma solução exclusiva, com energia de fonte renovável com a Argon Energia, a empresa está assinando um contrato de longo prazo. “Ela terá a usina funcionando para o seu negócio, mas não é proprietária. Para isso há o contrato da prestação de serviço”, explica. Até o final do ano, oito usinas projetadas pela Argon deverão estar em funcionamento, representando uma produção de energia equivalente ao consumo de 3.500 residências.

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