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Volvo
Linha de produção da Volvo, em Curitiba| Foto: Divulgação

As montadoras de veículos pesados e maquinários agrícolas têm ajudado a indústria automobilística paranaense – e brasileira – a se sustentarem. E vão ser fundamentais para uma melhora nos números do segmento em 2021, de acordo com o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes. A entidade representa os grandes players do setor no Brasil.

É que estes segmentos estão com perspectivas mais positivas de crescimento, mesmo com a indústria automobilística enfrentando uma grave crise de falta de componentes como pneus, resinas plásticas, aço e, principalmente, semicondutores – efeito da desaceleração das indústrias fornecedoras durante a pandemia.

Enquanto a entidade reviu para baixo estimativas de crescimento de produção de veículos em 2021 para carros, por exemplo, elevou seu otimismo na produção de veículos pesados. Em janeiro, a Anfavea previa a produção de 2.385.000 de veículos leves no Brasil em 2021, um número já conservador. Em julho, revisou a estimativa para 2.304.000 veículos. Com os pesados, o cenário projetado em janeiro era de 135.000, que subiu para 156.000 na revisão de julho.

"Quando você olha por segmento, por produto, é bem claro. Comerciais leves teve um desempenho melhor, um crescimento maior do que a média. Caminhões mais ainda, pois a mineração, o agronegócio e o comércio eletrônico estão puxando o mercado de pesados. Ônibus fica um pouco de lado, porque o transporte urbano e o rodoviário estão sofrendo muito ainda com a pandemia", avaliou Moraes em encontro virtual com jornalistas, na tarde de terça-feira (21).

"Obviamente [o segmento de] máquinas agrícolas está indo muito bem, porque o setor do agronegócio está indo muito bem. Teve o Plano Safra agora, um plano bastante ambicioso. Um plano de financiamento da ordem de R$ 250 bilhões. A ministra da Agricultura [Tereza Cristina – DEM] lançou um desafio para os agricultores de bater um recorde e atingir 300 milhões de toneladas e isso vai ajudar o setor de agronegócio da região [paranaense]. Temos fábricas importantes na região. Caminhões também pegam carona", apontou o presidente da Anfavea.

É um cenário de respiro para a indústria do estado.  "O Paraná tem duas grandes montadoras de caminhões que estão vendendo bastante, aumentando volume junto com as demais montadoras de caminhões [no Brasil]. Isso tem um impacto no estado do Paraná”, indicou Moraes. Por aqui, empresas como a CNH Industrial – dona da New Holland – e a Komatsu produzem maquinários agrícola, enquanto a Volvo e DAF Caminhões investem caminhões.

Além da produção em si, o indicativo de melhora nestes segmentos de veículos voltados ao agronegócio pode mostrar um caminho de recuperação econômica para cidades que vivem do campo. "Observamos na Anfavea que cidades que têm o agronegócio muito forte, a perda em 2020 de automóveis foi menor do que em outras cidades. Ou seja, a economia do agronegócio ajuda na economia como um todo. É uma região que está gerando renda e isso ajuda de forma indireta no nosso setor", definiu Luiz Carlos Moraes.

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