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Sylvio Calixto, CEO da Pumatronix.
Sylvio Calixto, CEO da Pumatronix, empresa de Curitiba que é líder do mercado nacional de câmeras para radares de trânsito e praças de pedágio.| Foto: Marcelo Andrade/Arquivo Gazeta do Povo

Líder nacional no fornecimento de câmeras para radares de trânsito e praças de pedágio, a curitibana Pumatronix está apostando alto em um novo mercado que não tem crise no Brasil, o da segurança pública.

A nova solução da empresa funciona como uma espécie de muralha digital para cidades: as câmeras capturam e processam as imagens de entradas, saídas e pontos estratégicos, aplicativos e softwares analisam, cruzam as informações e geram alertas para a polícia e o trabalho de monitoramento urbano. Tudo isso em tempo real.

Implantado há um ano pela prefeitura de Vitória, no Espírito Santo, o cerco inteligente da Pumatronix identificou e recuperou 120 veículos roubados. Ao todo, são 18 barreiras com 70 câmeras equipadas com leitura automática de caracteres instaladas na cidade capixaba.  A solução também está presente em Niterói (RJ) e em aproximadamente 30 cidades que formam a Região Metropolitana de Campinas, no interior de São Paulo.

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Apesar do foco na questão de segurança das cidades, o sistema tem outras funcionalidades. Com o tempo, as gravações captadas e processadas pelas câmeras formam um banco de dados com estatísticas que podem ser usadas, entre outras coisas, para o planejamento de trânsito das cidades, com contagem de fluxo de veículos em cruzamentos e vias e estudo de origem e destino de veículos, algo que era antes era feito apenas por meio de pesquisas.

A expectativa da empresa é crescer acima de 30% em 2019 só neste novo segmento, pelo menos o dobro do que vem crescendo ano a ano o mercado de segurança no país, que avança entre 10% e 15%, segundo Sylvio Calixto, CEO da Pumatronix. No geral, incluindo todas as soluções que a empresa tem no portfólio e o ritmo mais lento da economia brasileira, a meta da empresa é crescer linha com o mercado neste ano, superando o faturamento de R$ 60 milhões alcançado em 2018.

Embora a “muralha digital” seja a aposta mais promissora da Pumatronix atualmente, o carro-chefe da empresa continua sendo a venda de câmeras para radares de trânsito e concessionárias de pedágio, segmentos nos quais a empresa detém 95% e 98% do mercado nacional, respectivamente. Cada um deles responde por uma fatia de 40% no faturamento da Pumatronix, que tem fábrica no Boqueirão, em Curitiba. Para ter uma ideia, em 2014, cerca de 70% das receitas vinham apenas do mercado de radares.

De olho na oportunidade

A Pumatronix começou em 2007, na incubadora do Tecpar, desenvolvendo câmeras digitais para radares de trânsito, uma necessidade do mercado que os fundadores conheciam bem – os quatro sócios da empresa trabalhavam na fabricante de radares Perkons, de Pinhais, que acabou virando cliente da Pumatronix. Até então, as câmeras analógicas predominavam, pois as digitais eram importadas e caras.

Na sequência, eles incorporaram a Gaussian, dona da Optical Character Recognition (OCR), uma tecnologia de leitura automática de caracteres que permite o reconhecimento dos números e letras das placas veiculares, sobretudo em condições adversas (alta velocidade e no período noturno, por exemplo); e a desenvolvedora de softwares Wetec. Com isso, cinco novos sócios entraram no negócio.

A melhora das câmeras possibilitou à Pumatronix se consolidar como a principal fornecedora nacional de radares para trânsito do país e praças de pedágio, mas também conquistar novos mercados com sistemas de monitoramento para condomínios, estacionamentos, portos e barreiras alfandegárias, por exemplo.

Segundo Calixto, o próximo lançamento da Pumatronix é uma câmera que faz contagem e classificação automática de veículos nos semáforos para fazer a sincronização dos equipamentos e planejar o trânsito das cidades, ajudando na questão da mobilidade.

Para este ano, uma das metas é alcançar 2% de participação das vendas externas no faturamento da empresa, reduzindo um pouco a dependência da economia brasileira que ainda patina. A empresa já vende para Costa Rica, Egito e Japão, mas o foco agora é ganhar espaço na América Latina, especialmente na Colômbia, Argentina, Chile e México.

Com capacidade ociosa, a fábrica no Boqueirão produz cerca de três mil equipamentos por mês. Dos 80 funcionários da Pumatronix, 30 são engenheiros dedicados ao desenvolvimento de novos produtos e soluções, área prioritária para a empresa que recebe pelo menos 10% do faturamento em investimentos.

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