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Fachada da fábrica da Mili.
Segundo a marca, o plástico biodegradável utilizado nas hastes flexíveis da Mili leva até um ano para se desintegrar. O plástico tradicional demora até 200 anos.| Foto: Valterci Santos.

A fabricante paranaense Mili, do segmento de higiene e limpeza, acaba de lançar as primeiras hastes flexíveis de plástico biodegradável do mercado brasileiro. O novo produto é um esforço da marca no que considera "uma preocupação legítima com a questão da sustentabilidade e da vontade de fazer mais".

A declaração é do gerente de marketing da Mili, Marcos Yanaka. De acordo com ele, a empresa vem buscando soluções alternativas e também visa atender a uma demanda de público mais engajado. "Tivemos o click para as hastes biodegradáveis quando percebemos o avanço do debate em torno do canudo de plástico. Em muitos locais eles foram substituídos por opções de inox", comenta Yanaka. "As hastes também são canudos de plástico", disse.

Os primeiros protótipos do novo produto da Mili foram feitos de papel, produto reciclável. No entanto, não atenderam a expectativa. "A haste de papel não é eficiente, não tinha a estrutura necessária. Foi neste momento que buscamos os fornecedores que pudessem nos atender com a solução do plástico biodegradável", explicou o porta-voz.

Hastes biodegradáveis

O plástico usado nas hastes torna-se biodegradável com a adição do composto d2w, que acelera a decomposição do canudo. O plástico leva de 100 a 200 anos para se decompor na natureza. Com o d2w, dependendo do meio, a degradação ocorre entre três meses e um ano.

 O plástico usado nas hastes torna-se biodegradável com a adição do composto <em>d2w</em>, que acelera a decomposição do canudo. Foto: divulgação.
O plástico usado nas hastes torna-se biodegradável com a adição do composto d2w, que acelera a decomposição do canudo. Foto: divulgação.

Para garantir a rápida decomposição, o plástico não recebe aditivos químicos coloridos, por isso a haste flexível da Mili é transparente. Como o algodão das pontas das hastes é um produto natural, que recebe apenas tratamento antigermes, as hastes são 100% biodegradáveis. Até então o composto vinha sendo aplicado apenas em canudinhos para bebidas. Produzido na Europa, ele é certificado no Brasil pelo Inmetro e ABNT.

A inovação foi desenvolvida em conjunto entre as áreas de produção, marketing e comercial da Mili.

A engenheira de produção Renata Kozanda explica que a embalagem descreve as características do produto que protegem a natureza, mas ainda assim incentiva o consumidor a fazer a reciclagem, separando as pontas de algodão das hastes antes do descarte. “O algodão utilizado vai para o lixo orgânico e o canudinho para o lixo reciclável.”

Custo

Segundo o gerente de marketing da Mili a pesquisa e o investimento em tecnologia deixou o produto mais caro que o tradicional. No entanto, o custo não foi repassado ao consumidor. "O lançamento, para o consumidor final, quase não tem impacto financeiro. É um forma de estimularmos o uso", finaliza Yanaka. A hastes biodegradáveis custam 10% a mais do que as tradicionais.

A embalagem com 75 hastes leva a marca Mili Love & Care e complementa a linha premium da fabricante paranaense, que compreende ainda fraldas descartáveis infantis, lençol higiênico descartável e toalhinhas umedecidas.

A Mili tem sede em Curitiba e, na capital parananense, emprega 800 funcionários. Outras plantas estão em Santa Catarina, em Três Barras, onde as hastes de plástico biodegradáveis estão sendo produzidas. Há ainda a unidade Maceió, responsável pela conversão de papel higiênico - processo de dividir e embalar as bobinas de duas toneladas que chegam do Sul do país.

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