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Grupos nacionais investem em hospitais do PR: vejam quais já compraram ativos
| Foto: Jose Fernando Ogura/AEN

Há poucos anos dominado por grupos locais de pequeno e médio portes, o setor da saúde do Paraná vem ganhando uma nova cara com a agressividade de grandes grupos nacionais, sobretudo aqueles com capital aberto. De 2019 para cá, hospitais regionais, redes de clínicas e operadores de planos de saúde paranaenses passaram às mãos de empresas “verticalizadas” (que atuam em mais de um estado) com faturamento bilionário. Para especialistas, um efeito de novas regulações no setor e de uma demanda reprimida de investidores interessados em aportar dinheiro na saúde.

O mais recente movimento foi anunciado na última sexta-feira (9). A rede de medicina integrada Dasa, de São Paulo, que já é dona dos laboratórios Frischmann Aisengart, de forte presença no estado, anunciou a compra de seu primeiro hospital em solo paranaense. O Hospital Paraná, de Maringá, é parte da estratégia da empresa de integrar seu atendimento (unir a medicina diagnóstica com o atendimento hospitalar). O ativo é um dos maiores da cidade do Noroeste, com 165 leitos e cerca 780 funcionários.

“Esse negócio em Maringá é muito importante para a gente. Temos toda a parte diagnóstica, ambulatorial e agora hospitalar para poder fazer um cuidado integrado da saúde das pessoas”, diz Emerson Gasparetto, diretor geral de Negócios Hospitalares e Oncologia da Dasa.

Com o avanço da Dasa, praticamente todos os grandes grupos nacionais da área de saúde mantêm ativos no estado. Embora empresas locais, como o Grupo IPO e o Hospital Vita, ainda se mantenham como importantes atores na saúde privada no estado, cada vez mais elas disputam espaço com as grandes empresas de fora.

Maior rede integrada de saúde do país, a Rede D’Or São Luiz chegou ao estado em 2020, com a compra do Hospital Santa Cruz e da operadora de saúde Paraná Clínicas, pelo valor de R$ 740 milhões -- mais tarde a Paraná Clínicas foi revendida para o grupo SulAmérica. Com o Santa Cruz, a rede carioca chegou a 51 hospitais próprios, um hospital administrado e 39 clínicas oncológicas no Brasil.

Também do Rio de Janeiro, o Grupo SulAmérica comanda desde o ano passado a Paraná Clínicas, após uma transação avaliada em R$ 396 milhões. Com a aquisição, a empresa assumiu uma carteira de 90 mil beneficiários daquela que é a quinta maior operadora em atuação no estado. Mais recentemente, a empresa reforçou a sua aposta no estado ao comprar a carteira de clientes da Santa Casa de Ponta Grossa.

Dona da maior fusão no segmento, a paulista NotreDame Intermédica, que se juntou à cearense Hapvida neste ano, comanda hoje a rede Clinipam. A compra da operadora de planos de saúde do Paraná foi feita em 2019, por um valor estimado de R$ 2,6 bilhões. Com a aquisição, o grupo se tornou o administrador de uma cartela com mais de 333 mil beneficiários. Mas os negócios da NotreDame não pararam por aí. No ano passado, a empresa comprou também a maternidade Santa Brígida, em Curitiba, o Hospital do Coração, de Londrina, e o Hospital Maringá, na cidade de mesmo nome.

O grupo paulista Hospital Care -- especialista em gestão de serviços de saúde -- foi outro dos que chegaram por aqui recentemente. Em 2019, firmou parceria com o Hospital Pilar, de Curitiba, para expansão e modernização do ativo. Em janeiro deste ano, a parceria avançou sobre as duas unidades da clínica de diagnóstico por imagem Cedip, também em Curitiba. “Com a aquisição da Cedip, damos mais um passo na estratégia de expandir e fortalecer a nossa presença em Curitiba, praça importante para os planos da Hospital Care. A parceria trará mais qualidade e experiência para a nossa operação, aprimorando a prestação de serviços de saúde à população de Curitiba e região”, disse à época Rogério Melzi, presidente da Hospital Care.

Poucas grandes redes de saúde ainda não chegaram ao estado. Mas podem, logo, voltar seus olhos para cá. Desde 2015, a legislação brasileira permite que grupos com capital estrangeiro comprem hospitais nacionais, o que levou a uma alta na procura por ativos por parte de empresas como a D’Or São Luiz, NotreDame e Dasa, todas de capital aberto e algumas com a participação de fundos estrangeiros.

De acordo com levantamento da consultoria BR Finance, publicado pelo jornal Valor Econômico, a busca é principalmente por hospitais com mais de 50 leitos, em cidades com mais de 200 mil habitantes – segundo a consultoria, o nível de retorno se torna atrativo quando o número de leitos sobe para 150. Há 278 hospitais que se enquadram nestas características no Brasil, uma parte em solo paranaense.

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